40: Não serei mais sozinha.

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⭐ Tóquio

(Orfanato Filho das Estrelas)

7:40 da manhã...

O relógio marcava em cima da cabeceira, quando Miho o olhou pela quinquagésima vez após ter rolado na cama sem que o sono viesse. Os pensamentos eram confusos e a possível chegada de um filho era algo que a estava deixando apavorada; tinha acabado de completar seus dezenove anos. Seu aniversário no último dia cinco de Abril teria passado em branco, se não fossem as crianças do lar pelo qual era responsável.

Miho passou toda sua vida ali, seus melhores amigos também, viu crianças chegarem e partirem.

E todos que por alí passavam tinham a mesma coisa em comum, todos foram abandonados por seus pais. Com exceção apenas de Seiya e sua irmã, Hyoga, Ikki e seu irmão Shun e Shiryu, que tiveram suas mães e pais tirados pela tragédia chamada morte. Em meio a todas as dúvidas, reinava uma única certeza, que quando seu filho viesse, agora ou dali a 10 anos, ela o amaria e ensinaria a ele o valor do amor e a importância de se ter bons e leais amigos.

A jovem se levantou com o enjôo matinal que a três dias começou a ser seu companheiro. Miho estava escovando os dentes quando batidas na sua porta vieram acompanhadas da voz em mudança do jovem Makoto, o jovem que chegou ali com três meses de vida agora estava próximo dos seus quatorze e via Miho como uma irmã, e mesmo sendo muito tagarela e agitado o menino já havia percebido que tinha algo de errado com aquela que sempre esteve ao seu lado.

ㅡ Eu vim ver se a senhorita está bem! Não desceu para o café e nem para colocar os pequenos no ônibus da escola, fiquei preocupado. ㅡdizia Makoto preocupado.

ㅡ Me desculpe, eu cheguei tarde da festa ontem e dormi um pouco mais, só isso não precisa se preocupar, eu estou bem. ㅡrespondeu Miho

ㅡ Se tem uma coisa que a senhorita não está, é bem e só olhar para você, está pálida, vive tendo tonturas e vomitando pelos banheiros, sem falar nas vezes que a senhorita tem crises de choro sem motivo aparente! A senhorita está doente, não está? Só um cego ou burro não perceberia que havia algo de errado com ela, e o menino não era nem cego, muito menos burro e não demoraria a somar dois com dois. Mentir não era certo, mas contar uma meia verdade não é mentir.

ㅡ Estou sim Makoto! O médico disse que é a reação do meu corpo por conta do estresse do trabalho e dos estudos, mas daqui a pouco, vou estar melhor.

Makoto olhou para Miho com um olhar demorado, enquanto a moça escolhia um vestido preto de flores brancas para vestir.

ㅡ Bom...se a senhorita está dizendo que é estresse; que bom que vai passar logo, só espero que não demore 9 meses para passar esse estresse da senhorita.

Makoto se levantou da cama e saiu deixando Miho com uma cor ainda mais pálida do que tinha antes do menino chegar, mas tinha hora marcada, um problema de cada vez . Miho tomou seu banho se arrumou e desceu.

O orfanato naquele horário era praticamente um mausoléu, mais da metade das crianças estavam entre seus cinco e oito anos. E estavam todos na escola! Os poucos que ainda estavam no orfanato, se encontravam na quadra de esportes ou na biblioteca; o que facilitava a saída do orfanato. Miho bebeu um copo de suco, deixou instruções para o almoço e saiu, o caminho não era longo, mas com tantas tonturas que vinha tendo, preferiu chamar um táxi.

No trajeto, pegou o telefone que Saori havia lhe presenteado no natal assim como deu a todos os seus Cavaleiros, a Eiri e a Shunrei, e discou o número após chamar cinco vezes caiu na caixa postal, e o som da voz dele a estremeceu: ''ㅡQuem quer que seja se não atendi é porque estou ocupado, então se quiser deixe seu recado''.

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