+16 | Completo | Um acontecimento inusitado leva Elena à maior aventura de sua pacata vida: uma jornada ao Planeta Luz. Perdida neste incrível mundo, ela precisa se encontrar em meio ao caos e lutar contra forças desconhecidas.
A força de Elena Fern...
"A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes."
― Winston Churchill
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O coração de Elena parara de bater por um segundo no instante em que o primeiro golpe desferido foi amenizado pela placa de peito em seu uniforme. Desde o tiro em seu ombro, aquele fora o golpe mais letal que recebera. Novamente, a terráquea vira a vida por um fio.
Os seus amigos não se encontravam em posições muito melhores. Ambos haviam abusado da sorte e da capacidade de proteção de seus uniformes. Mas não da benevolência dos deuses. Esta provou-se abundante não somente com a chegada da cavalaria em uma espaçonave, também mostrou serviço quando um cavaleiro de branco, surfando no ar em um planador, rodeou-os num voo letal. Brandia a espada afiada e atingia os oponentes com a precisão que apenas anos de experiência concediam.
Elena logo reconheceu seu anjo da guarda. O Coruja, com seu elmo espalhafatoso e uma brilhante armadura branca, viera ao resgate. Investira força total no ataque e dera baixa em cinco dos adversários, aliviando a barra do trio que, ao retornar à inicial proporção e equilíbrio de forças, eliminou o último dos rawines do grupo.
Abismados com o quão excepcional Argi se provara, rodearam-no tanto por gratidão quanto por puro fascínio. Também! Depois de milanos, não é pra menos, Elena recordou-se da longevidade daquele sacerdote guerreiro e, portanto, das oportunidades para se aprimorar ao longo dos anos. Ainda assim, não deixou o deslumbre esmaecer e agradeceu pela presença. Pela primeira vez em milênios, aquele homem abandonara a postura isenta e partira para a guerra.
A partida cinematográfica desenrolou-se à medida em que avançaram rumo ao calor da batalha, onde o resto do esquadrão pelejava. Argi servia de escudo, era um rolo compressor que esmagava os inimigos como se fossem feitos de manteiga, guiava-os em meio ao mar vermelho de cadáveres e poças de lama ensanguentadas.
A demonstração de habilidade do Mestre de Lux parecia não ter fim. Isso se justificava pelo seu histórico de treinamento com um dos guerreiros mais ferozes do Império e pela sua própria arma em si. Seu pai era um mestre de armas savrene e, a exemplo de todo perfeccionista de seu planeta natal, fizera questão de desenhar o modelo da espada do filho e anotar as devidas especificações para os diferenciais dela — diferenciais estes que a tornavam tão eficaz contra espécimes resistentes como os rawines.
Eliminando cada um dos soldados que se interpuseram entre eles e seus objetivos, alcançaram a tão desejada reunião com os seus. Naquele reencontro no campo de batalha não ocorreu comoção alguma. Não havia tempo para choro solto ou abraço apertado, nem era lugar ou ocasião para isso. Assim, adiaram os cumprimentos e comemorações e juntaram-se à luta.
Agora em pé de igualdade, com mais Guerreiros contra Guerreiros, morriam, mas passavam bem. Morriam, mas não como alvos fáceis diante da disparidade entre os adversários. As mortes continuavam, mas o combate se tornara mais justo — se é que algo podia ser chamado de justo em toda a trajetória da Grande Guerra.
