83 || A Nova Ordem

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"Precisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos, para podermos viver a vida que nos espera. A pele velha tem que cair para que uma nova possa nascer."

— Joseph Campbell

            Multiversos

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Multiversos. Elena tinha plena consciência de que existiam infinitas realidades, paralelas ou não, no vasto Cosmos. Isso não mais furtava sua atenção nos momentos de ócio. Seu universo, onde sua Terra e sua Batasuna coexistiam, despertava muito mais interesse do que qualquer outro lugar. Nesse universo, conhecera uma galáxia distante, um planeta surreal, indivíduos surreais, problemas reais. Isto era o que importava.

Em sua Batasuna, conhecera pessoas incríveis e, no momento, se despedia de algumas delas. Depois de se despedir de uma reservada Mille, correu para os braços do espalhafatoso Hujo, que quase a sufocou ao trazer Kai para o abraço.

— Estaremos sempre a uma chamada de distância. A qualquer hora, já que este traste — apontou para Hujo com um gesto de cabeça — sempre arranja um jeito de sair à noite e pode estar acordado quando você ligar, independentemente de fuso horário.

— Posso visitar vocês também — disse Ela, determinada a não deixar uma amizade tão linda, feita sob encomenda, morrer na praia por falta de contato.

— Apareça, Eleninha! — Hujo deixou o convite no ar. — Não é porque você agora é princesa que não deve se misturar com a gentalha.

Kai olhou-o de esguelha, enfezado, já condenando Hujo pelas palavras de mau gosto.

— Não teremos camas o suficiente nos dormitórios, mas a gente se vira. Onde cabem dois, cabem três. É só dar uma forçada que cabe. — Hujo abriu um sorriso cafajeste.

Continua não valendo o prato que come, pensava Elena. A terráquea acabou sorrindo pelo absurdo das insinuações de Hujo. Kai, por sua vez, em uma de suas respostas imediatas, acotovelou-o em uma demonstração de repreensão.

— Não perde a oportunidade de falar pouco, mas falar merda, né? — Ele bufou.

— Você me adora, Hayato. E nem tenta esconder — provocou Hujo.

— Inclusive estou começando a me arrepender disso — retrucou Kai.

— É só confessar que passa — Hujo apresentou a simples solução dos problemas.

— Nos seus sonhos, só se... — Kai foi bruscamente interrompido.

Hujo roubou-lhe um beijo fugaz e o deixou sem resposta. Kai, em vez de ficar possesso e cuspir uma série de críticas, como sempre fizera, fitou-o, sisudo, por alguns segundos antes de surpreendê-lo com um beijo mais demorado e cheio de paixão. Quando enfim deixaram os próprios lábios respirarem, depararam-se com uma Elena de braços cruzados e sobrancelha arqueada, com uma careta que não conseguia esconder sua diversão.

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