41 - MMAlien (Parte 2)

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⚠️ Conteúdo sensível: violência física⚠️

N.A.: Olár, terráqueos🖖
Autora mandando recado no início do capítulo para incentivar vocês a interagirem com a obra. Os capítulos não estão revisados ainda, então todo comentário é bem-vindo!

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O que faltava de tamanho em Libby era compensado pela velocidade de seus movimentos. Saltava de um lado para o outro em um piscar de olhos. Era uma pulga a estorvar um cachorro grande, que estava prestes a perder a paciência e render-se a uma patada.

Aconteceu o previsto. A rapidez da fada não suplantava a impaciência dela, muito menos diminuía a astúcia de Hujo. A "lentidão" dele o permitira refletir, gravar direção, ângulo e velocidade dos socos. Apanhara por alguns segundos para se assegurar de ganhar a luta.

Usara-se deste artifício antes, precisara dele, em algumas ocasiões, para contra-atacar adversários mais ágeis. Campeão invicto das Rinhas — competições clandestinas de vale-tudo —, Hujo tinha experiência quando o assunto era render um oponente em movimento. Confiava, então, na sua sagacidade e na fé inabalável nos Guardiões para executar seu plano.

Com um truque digno de um desenho animado, no momento oportuno no qual Libby se descuidou, Hujo freou os ataques dela segurando-a pela cabeça com apenas uma mão. Debatendo-se, quase esperneando, emburrada tal qual criança privada de seu doce, Libby continuava tentando atacá-lo. Todavia, a distância a impedia. Seus braços curtos mexiam-se, frenéticos, abanando no ar, sem conseguir atingir o alvo.

— Ainda dá tempo de desistir. Aproveite a oportunidade. Você nem precisa abaixar muito pra dar dois tapinhas na lona — provocou Hujo.

— Rá-rá-rá! — forçou uma risada debochada. — Tá pensando que vai me convencer com piadinhas sem graça? Não vou fazer seus gostos.

— Uma pena! — Hujo mordeu o lábio, antecipando seu último ataque.

Então agarrou-a, girou uma volta completa e lançou-a para longe — tendo imposto a ela um voo indesejado. Libby, perplexa, com um atraso considerável para os seus padrões, abriu as asas e voou intencionalmente no sentido contrário. Retornou ao ringue vociferando xingamentos em uma rápida sequência, listando todas as ofensas existentes na língua ciedli para definir pessoas inconsequentes e egocêntricas como Hujo.

Ainda bisbilhotando a luta dos dois, Tiffy e Elena, por motivos compreensíveis, não se omitiram. Tiffy se intrometera por conta da irmã, precisava certificar-se de que ela não havia se machucado. Já Elena se pronunciara pelo motivo de sempre: incapacidade de manter a boca fechada. Desde sua "abdução", vinha exercitando o domínio sobre a língua afiada. Entretanto, existiam horas nas quais o comichão da indignação a tomava e ela se deixava levar.

— Hujo! — repreendeu Elena.

— O quê? Ela sabe voar! Não é como se eu tivesse arremessado alguém sem asas...

— Você não tem jeito mesmo — concluiu Elena, meneando a cabeça negativamente. — Podia, pelo menos, pedir desculpas, né? — sugeriu, em um tom de ordem.

— Mas, Eleninha, eu só tava... — Hujo se interrompeu ao perceber que não se safaria com conversa mole. — Tá bom, tá bom! Sinto muito — desculpou-se a contragosto.

Melhor que nada, concluiu Elena, insatisfeita por não ter saído como ela esperava. Ao menos, podia se gabar por Hujo tê-la escutado. Pouquíssimas pessoas despertavam a admiração necessária para fazê-lo ignorar seu ego e se retratar. Mesmo tendo sido um pedido de desculpas repleto de mau humor, fora sincero.

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