A Curandeira e o Príncipe - A Flor do Sol

Alegria e tristeza andando lado a lado

Narrado pelo príncipe José Fernandes:

Sim, havia chegado a hora de eu contar a ela toda a verdade sobre mim, e assim eu fiz, eu a contei tudo.

Contei que eu era o príncipe herdeiro do trono de Jadya, disse meu verdadeiro nome, e esperei por uma resposta vinda dela.

Eu percebi que ela ficou preocupada, nervosa, e até temerosa com o que ela tinha ouvido. Ela temia ter errado ao ter me beijado quando eu a beijei pela primeira vez.

E embora eu tenha sido completamente sincero com ela, a loirinha ainda estava temendo muitas coisas. Confessei que eu gostava quando ela me chamava só de José, mas algo dentro dela ainda insistia em duvidar do que eu dizia.

Maria Clara disse que ela era uma plebeia, e por ela ser como é jamais poderia receber elogios vindo de um príncipe como eu, mas e daí? Quem disse que ela não pode? Quem disse que eu e ela somos diferentes um do outro só por causa das nossas classes sociais, e até por causa das nossas cores de pele? 

Sei que ela é branca, e que eu sou negro. Sei que ela é uma plebeia, e que eu sou um príncipe. Sei que ela é uma curandeira, e que eu sou alguém com o destino já traçado desde que eu vim para esse mundo.

Eu tinha que voltar para o meu palácio, mas não queria ter que deixá-la. 

Eu tinha que voltar para os meus pais, mas eu não queria ter que deixá-la.

Eu tinha que seguir o meu próprio caminho, mas eu não queria ter que deixá-la. 

Sem dúvidas em tão pouco tempo aquela loirinha se tornou essencial pra mim. Ela quis me dizer que nós não daríamos certo juntos, mas eu a interrompi com aquilo que ela me ensinou a fazer.

Eu a interrompi a beijando, e a colocando contra a parede de um jeito delicado. Sei que se ela quisesse me recusar assim ela teria feito. Ela poderia muito bem ter dado um tapa na minha cara por causa do meu atrevimento, mas ela não fez isso. Ela poderia ter me empurrado para que eu parasse, mas ela não fez isso.

Acontece que ela deixou o momento acontecer, e correspondeu ao meu beijo. Eu estava tão preocupado com ela quando eu contei tudo sobre mim, e quando ela afastou as mãos dela das minhas eu senti que o meu mundo despencaria completamente. 

Mas quando ela me beijou, sabem o que eu senti?

Que a minha vida não teria mais sentido sem ela, e que só ela fazia o meu coração bater forte.

Só que de repente o nosso beijo foi interrompido por batidas na porta, e eu confesso que fiquei bastante chateado com tudo isso. Mas acontece que eu nunca imaginei que o meu beijo com a Maria Clara teria tido uma interrupção tão fofa como aquela da pequena Jenifer.

A irmãzinha da Penha alegrou completamente o meu dia. Ela era tão fofinha com aqueles olhinhos azuis que ela tinha.

Jenifer disse que queria conhecer o príncipe herdeiro, e naquele momento o meu coração se derreteu completamente com tamanha fofura.

E a pergunta que ela me fez transpareceu a inocência daquele linda criança. 

– Você acha que o príncipe José Fernandes dançaria comigo? – Perguntou Jenifer

Meu Deus como ela era fofa, e eu adoraria que ela soubesse naquele exato momento quem eu era, mas eu não podia revelar a verdade mesmo querendo muito.

– Claro que sim bonequinha, por que você acha que não? – Me ajoelho no chão ficando na altura dela, e fico esperando a resposta que não cessa