Conforto, e refúgio nos seus braços

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 Narrado pelo príncipe José Fernandes: 

Naquela noite, a Maria Clara entrou no meu quarto, e até parecia que ela era um anjo entrando nos meus aposentos, mas ela estava com um semblante tão triste no olhar que eu fiquei preocupado.

– José nós precisamos conversar... – Maria Clara estava querendo a minha atenção, e eu já estava curioso para saber do que ela queria conversar comigo.

– Sim? – Eu fiquei curioso para saber o que ela queria me dizer, então eu me levantei da cama mais do que depressa e fui até ela, eu estava de pés descalços e o chão estava frio – Por que você está triste?

– Como você sabe que eu estou triste José? – questiona ela 

– Olhos querida, eles nunca mentem – digo com sinceridade 

– Ah, entendi – afirmou ela – Mas será que nós podemos conversar?

Assinto e digo:

– Claro, eu sou todo ouvidos.

– Não é normal um príncipe como você, se casar com uma plebeia como eu, não é? ... – Maria Clara me perguntou isso bastante entristecida, depois de ter respirado profundamente ao pensar um pouquinho.

– O que se espera de um príncipe é que ele se case com uma princesa de um outro reino, mas por outro lado, não há nenhuma lei que nos impeça de nos casarmos Maria Clara – digo com sinceridade – E além do mais, nós só estamos aqui por um tempo, estamos testando se a minha volta vai dar certo. 

– Você sabe que isso não é verdade, meu amor... – ela estava tão triste que a tristeza dela me entristecia também.  

– Olha meu amor... Eu não vou mentir pra você, olha... – eu respirei fundo tentando buscar as palavras certas – Pode ser complicado a nossa relação sim por você não ser uma nobre, mas com um tempo, as pessoas vão aprender a te aceitar, e vão querer te conhecer melhor caso a gente se dê bem aqui.

  

– José... eu quero que a sua família ainda seja motivo de orgulho para as próximas gerações que virão, mas isso não será possível se você se casar comigo... – a voz da Maria Clara estava ficando embargada, ela iria chorar. 

    – Maria...

Ela me interrompeu me dando um abraço, e depois disse:

– Eu te amo muito meu príncipe, mas eu não posso fazer isso, eu não posso ficar com você... 

– Meu amor... – tento argumentar, mas eu não estava tendo sucesso.

– Olha pra mim José – disse ela – Essa não sou eu. Nada disso me pertence, eu não faço parte desse palácio, nada disso combina comigo, e eu nunca quis um príncipe, mas sempre quis conhecer um homem incrível feito você. Asseguro que eu não me importo com os luxos que você pode me dar, porque o que eu queria era ter uma vida pacífica do seu lado, porém é impossível as coisas mudarem ao nosso favor – ela iria chorar a qualquer momento, notei que ela estava se segurando ao máximo para não fazer isso – Você está de volta no seu lugar de direito, e eu não posso te impedir de você ser quem é.

      

– Mas o que eu sinto por você não importa Maria? – dos meus olhos começaram a cair lágrimas que eram formas espontâneas para dizer que eu estava triste.

– Não é isso José, é claro que pra mim o seu amor me importa muito. Ele é a coisa mais valiosa que eu tenho na minha vida, mas olha, me escute com atenção, está bem? Quando eu fecho os meus olhos, e vejo o passado em que nós dois nos conhecemos, eu sinto com toda a minha alma que a luz do céu que eu julgava ser inalcançável sempre esteve ao meu alcance, e isso o que eu te digo hoje, não são juras de amor jogadas ao vento, elas são a mais pura verdade que está vindo daqui, de dentro do meu coração. Eu te amo José Fernandes, sempre amei, mas... – eu percebi que ela estava buscando as palavras necessárias para me dizer, ou tentar ao máximo me convencer de que nós dois não daríamos certo como casal.

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora