Apoio materno

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Narrado por Wesley:

Finalmente eu estava chegando em casa, finalmente eu iria conversar com a minha mãe sobre a Vera, e descobrir o que ela achou ao ler a carta que eu escrevi a ela contando sobre o casamento, sobre o envenenamento da Maria Clara, ocasionado pela minha tia, e sobre a poção mágica que o José Fernandes bebeu para poder trazê-la de volta a vida 

Eu sei que é muita coisa para administrar, mas a minha mãe precisava saber o quanto antes disso, e agora eu preciso contar a ela sobre o amor que eu sinto pela Vera porque eu não quero mais ter que adiar essa conversa 

Dizem por aí, que nós só somos meros mortais que tentam entender a vida, e tentam entender como descobrir a imortalidade que só o amor causa. Dizem que nós somos pessoas passageiras que não são instáveis, prometendo eternidades para outras pessoas a quem dizemos amar mais do que a nós mesmos, pra tentar mostrar de uma maneira exagerada a suposta "intensidade" que sentimos por alguém em específico 



 Mas se eu prometi amar a Vera, assim será. Se eu prometi a ela o meu amor, então assim será e ele se eternizará

 O legado ocasionado por um amor jamais poderá ser destruído 



Mas algo em mim dizia que ela iria aceitar a minha decisão de um jeito muito melhor do que a tia Cláudia aceitou a decisão do José ao se envolver com um plebeia curandeira 

Cheguei aonde eu morava, desci da carruagem e agradeci ao cocheiro por ele ter me trazido 

   – Obrigado por ter me trazido senhor – digo com um sorriso

    O cocheiro sorri e diz:

   – Disponha senhor príncipe 

 Então quando ele partiu, ouvi a voz da minha mãe dizendo com alegria:

    – Ah meu Deus meu filho, você finalmente voltou

   Olho para ela e ela estava maravilhosa 

  A minha mãe era negra, tinha olhos pretos, era alta, de cabelos compridos e cacheados, e contava com um sorriso lindo 

   Abro meus braços, corro até ela e digo:

  – Que saudades mãe 

   Minha mãe correu até mim e me abraçou dizendo:

   – Que bom saber que você voltou, porque desde que eu recebi a sua carta preocupações me invadiram muito querido 

  Quando nos soltamos do abraço, eu digo:

  – Nem me fale mãe, se a senhora que só recebeu uma carta ficou assim, imagina as pessoas que testemunharam as barbaridades que a tia Cláudia fez...

Barbaridade ainda era pouco para definir isso 

– Ainda não consigo acreditar que a Cláudia fez o que fez – diz ela, com tristeza – Coitado do meu irmão, e do meu sobrinho, eles não mereciam isso, e nem a pobre dessa moça que foi envenenada mereceu o que a Cláudia fez com ela

– Mas eu estou cheio de expectativas e esperanças de que o José Fernandes vai conseguir trazer a Maria Clara de volta mãe – digo com sinceridade – Eu sei que o José Fernandes é alguém muito qualificado para fazer tudo o que ele quiser fazer

   Minha mãe respira fundo e diz:

 – Você sabe que eu teria dado qualquer coisa para que eu pudesse ir ao casamento dele, né? Mas é que o meu reino estava precisando de mim...

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora