Processando a informação

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 Narrado por Maria Clara:

"Eu sou o príncipe herdeiro José Fernandes"

Aquelas palavras iam e vinham na minha cabeça desde que foram pronunciadas. 

Mas claro, agora tudo fazia sentido, agora tudo se encaixava melhor do que eu poderia imaginar, o jeito do José o entregou completamente.

Com o passar do tempo, eu andei percebendo que o José não era só um espadachim que queria ser um soldado do exército, pois eu percebi uma elegância nele que eu nunca tinha visto em outros homens, ele tinha uma educação de dar inveja. 

José sempre me dava passagem para que eu pudesse seguir na frente quando íamos juntos para algum lugar, e ele me acompanhava com as mãos dele para trás e fazia reverências um tanto que engraçadas 

As roupas que ele usava tinha muito charme, elegância, e esplendor, elas eram finas, e muito bonitas.

Ele sempre iria parecer com um príncipe mesmo que ele usasse trapos, e lamento muito que eu não tenha percebido isso antes, porque entreguei o meu amor, e o meu coração para um homem que eu sentia que nunca seria meu, e aquela revelação dele só comprovou tudo isso. 

A porte de príncipe dele era visível, mas eu não quis enxergar isso.

Me lembro de dias atrás em que eu tentei conversar com ele para tentar descobrir quem ele era, e o que o atormentava só pelo o olhar que ele lançava para o céu estrelado sob nós.

  Isso foi depois do nosso primeiro beijo 

Me sentei perto dele em uma cadeira, e perguntei preocupada:

    – Está tudo bem?

    José olhou para mim e disse: 

 – Sim, está, é só que eu me sinto um pouco deprimido, mas logo logo vai passar

Sei que eu não deveria ficar tão próxima de um estranho, mas peguei na mão dele e disse:

– Eu quero te ajudar José, mas primeiro eu preciso que você me ajude também e que confie em mim 

– Eu confio em você Maria Clara – disse José – Mas o que me atormenta não pode ser exposto em palavras 

 – Sabe? – suspirei – Eu admiro você pois você transmite os seus sentimentos através do seu olhar

    – Sério Maria Clara? – Ele perguntou

– Sim, e acredite que eu sei quando você não está bem, anda José, desabafa comigo, o que está te atormentando? – Perguntei com bastante calma e com a compreensão que aquele momento exigia

– Eu tô perdido em mim mesmo Maria – disse José olhando para o chão com uma certa tristeza – Eu estou totalmente quebrado por dentro, e sinto que eu sou um caos...

 – Não diz isso José – coloquei a minha mão em cima da mão dele – Mesmo que você seja um caos por dentro, você ainda continua brilhando por fora, porque você sabe ser nobre em um mundo de cinzas, e você se me permite dizer, é como uma flor que ainda está sendo regada

   José olhou para mim e disse:

– Obrigado por essas boas palavras Maria Clara, mas existem caminhos que não têm volta...

José falava como se ele já tivesse o futuro dele definido  

 – Por que você está falando assim José? O seu futuro ainda não está definido porque você o está escrevendo dia após dia – Expliquei 

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora