O reencontro

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 Narrado pelo príncipe José Fernandes: 

 Depois que eu conversei e treinei muito com o Inácio, eu decidi que no dia seguinte eu iria ir lá na feira procurar a Maria Clara para conversar com ela 

Passei o dia inteiro sendo obediente, e não desacatando nenhuma ordem dada pelos meus pais, para que eles não tivessem do que reclamar por eu estar querendo sair 

  Eu precisava vê-la de novo, eu precisava ver a minha loirinha mais do que tudo 

 Então quando amanheceu, eu me vesti, e vesti uma capa preta para não ser reconhecido no vilarejo, tomei o meu café da manhã no meu quarto, parti para o estábulo pra pegar o meu cabelo, mas no caminho vi os meus pais 

    – Ah não José Fernandes – disse minha mãe – Não vai me dizer que você já vai sair depois de tudo que aconteceu 

    Qual era o problema da minha mãe? 

– Mãe eu não posso ficar trancafiado em casa, eu preciso sair, preciso esticar as pernas e tomar um ar – a olhei sério – Por acaso quer que eu fique preso como se eu fosse um prisioneiro mãe? 

 – Não é isso filho – disse ela com um suspiro pesado, já começando a perder a paciência dela como o de costume – O problema é que nós vivemos dias muito difíceis na sua ausência, e ficamos preocupados 

    – Cláudia – disse meu pai chamando a nossa atenção – O José Fernandes está certo, ele precisa sair, e precisa respirar um ar fresco, sei que nós vivemos dias difíceis, mas nós não podemos trancafiar o nosso filho

     Minha mãe lançou um olhar fuzilante para o meu pai e disse: 

    – Como sempre você quer tirar a minha autoridade de mãe né?

  – Não é isso meu amor – explicou meu pai – Mas é que o nosso filho precisa sair, e precisa respirar um pouco 

Meu pai disse tudo, porque eu precisava mais do que tudo sair daqui, e ir pra feira, mas eu não iria conseguir sair se eles ficassem me impedindo...

  – Tá bom, eu não quero ser a chata da história – ela olhou para mim – Você está querendo ir na vila? Por isso está usando essa capa preta para não ser reconhecido?

    – Pra falar a verdade sim – confessei – Eu quero ver a feira, quero ver as coisas que estão vendendo lá 

    – Está bem José Fernandes, espero que você encontre alguma coisa que goste lá – disse mamãe – Tipo as maçãs vermelhas que você adora comer por exemplo 

    – É, eu espero que eu as encontre mãe, eu amo maçãs vermelhas, porque quanto mais ela for vermelha melhor o gosto dela será, é o que eu sempre digo – eu sorrio e meu pai sorri junto de mim 

    – É verdade – confirmou papai – Você ama dizer isso mesmo, e admito que você tem razão, mas as maçãs verdes são melhores 

    Eu rio e digo: 

 – Como sempre nós dois estamos voltando para a nossa clássica discussão né?

   – Vocês dois nem fazem ideia do que é bom – disse mamãe – Porque todo mundo sabe que as uvas são as melhores frutas existentes desse mundo

    – Pra senhora né mãe? – digo rindo – A senhora ama elas

   – É, de fato eu as amo sim – Ela confirmou 

– Quer que eu traga alguma uva pra senhora? – perguntei – Talvez na feira tenha alguma das que a senhora gosta 

    – Não – respondeu ela – As cozinheiras já compraram muitas uvas para mim, mas as maçãs que você gosta já estão acabando, e na cozinha só há as maçãs verdes do seu pai 

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora