A poção mágica

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Narrado pelo príncipe José Fernandes:

Era impossível explicar o quão quebrado eu estava.

A pessoa tem que valorizar enquanto tem porque saudade nenhuma trás o tempo e as pessoas que perdemos de volta para nós.

A dor que eu sinto por ter perdido ela é muito grande pra que eu possa negar.

Ela morreu nos meus braços, o amor da minha vida morreu no meus braços, e eu não pude fazer nada para evitar isso de acontecer.

Nada machuca mais do que ver a pessoa que você mais ama morrendo na sua frente sem que você possa fazer alguma coisa para ajudar e impedir aquele sofrimento.

- Mãe? O que a senhora fez? - grito

Não há nada pior do que ser decepcionado por alguém que se amou mais do que o coração poderia aguentar, eu amava tanto a minha mãe mas ela me destruiu, eu percebi que foi ela que envenenou a Maria Clara com algum veneno que ela arrumou

- Eu fiz o que você não podia fazer - respondeu ela, com frieza

Caráter é a palavra que está na boca de muitos mas faz parte da atitude de poucos

- Você ficou louca? - grito sentindo raiva

Raiva que a minha própria mãe me causou

- Não - disse ela - Eu só fiz o que era certo

Me levantei do chão, colocando o corpo da mulher que eu amo delicadamente no chão e digo para ela:

- A senhora conseguiu me fazer te odiar mãe, eu nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas agora eu te odeio

- José... - ela anda até mim mas eu a impeço

- Sai de perto de mim mãe - esbravejo

- Só resta aceitar o que o destino já decretou filho - disse ela me fazendo cogitar gritar que eu odeio ser filho dela

- Foi a senhora que decretou isso mãe! - grito - E sabe o que mais me dói?

- O quê? - questiona ela

- Saber que eu gostaria de poder te machucar do mesmo jeito que você me machucou, mas eu sei que mesmo que eu tivesse a chance...eu nunca faria isso... - minha voz falha - Odeio ter nascido de uma mulher tão baixa e mesquinha feito você

Ter falado o que eu falei pra ela partiu o meu coração

- Tudo bem - disse ela - Agora só te resta aceitar e preparar um enterro digno para ela

- Me recuso a enterrar o corpo da minha mulher porque de um jeito ou de outro eu vou trazê-la de volta a vida - digo com convicção

- Filho... - ela estava tentando argumentar em vão comigo

- Você atira a pedra e esconde a mão - digo

- E você como sempre me decepcionando José Fernandes - retrucou ela como se o errado fosse eu

- É difícil dizer quem está mais decepcionado agora, porque a verdade é que nós dois sempre estivemos de lados opostos mãe - digo - Sinceramente? Não consigo expressar em palavras o quanto que eu estou desapontado com você

Meu pai apareceu aonde estávamos e perguntou assustado:

- O que aconteceu aqui?

Olhei para ele e gritei de um jeito acusatório:

- A minha mãe matou a Maria Clara, pai!

- O...o quê? - meu pai arregala os olhos e olha para a minha mãe - Isso é verdade Cláudia? Você se atreveu a fazer isso?

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora