A confissão do príncipe herdeiro

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  Narrado pelo príncipe José Fernandes:

 Na manhã do dia seguinte, Inácio veio cedo ao palácio para me ensinar mais ensinamentos sobre armas, espadas, e iríamos treinar juntos como o de costume 

Assim que eu entrei na sala de treinamento Inácio me viu, correu até mim e disse todo feliz:

    – Graças a Deus que você está bem, e está vivo 

    Abri meus braços e disse de um jeito brincalhão:

 – E aí professor Inácio? O senhor não vai nem me dar um abraço de boas vindas?

     Inácio riu e me abraçou dizendo:

– A minha esposa, a minha filha, e eu não deixamos nenhum só segundo de rezar pelo seu regresso 

      – Obrigado meu amigo 

 Dei alguns tapinhas nas costas dele, e depois do abraço nos olhamos e ele disse:

 – Eu fiquei tão preocupado e aflito, tive medo que alguma tivesse te acontecido 

    – Graças a Deus eu estou bem Inácio – sorri – Estou melhor do que eu nunca estive 

    – Noto a sua alegria – Inácio sorri – E fico muito feliz de te ver tão radiante assim, e sabe? Hoje a gente pode treinar com a espada do jeitinho que você preferir, o que acha?

– Inácio, eu acho ótimo – respondi – Mas primeiro eu gostaria de te fazer uma pergunta...

  – Ok, pode fazer, mas antes posso lhe perguntar aonde esteve? Quem cuidou de você enquanto você estava desaparecido? – Inácio me perguntou isso com uma grande curiosidade 

  – A neta da curandeira Raimunda – respondi – Eu sofri um grave acidente na estrada porque um raio cortou uma árvore bem na minha frente, chama preta acabou me arremessando até aquela árvore, perdi a consciência, e quando eu acordei eu estava na casa dessa moça que cuidou bastante de mim, ela enfaixou a minha cabeça quando eu estava desacordado, e hoje em dia – toquei a minha testa com a mão – Eu tenho essa cicatriz como lembrança desse acidente, mas sei que logo logo ela vai desaparecer

– Caramba, que história tensa hein? – disse Inácio – Mas graças a Deus você está bem 

 – É sim Inácio – suspirei pensando em Maria Clara – Estou muito melhor do que você possa imaginar 

 – Bom, é evidente essa sua alegria senhor, mas e agora? – perguntou ele – Nós já podemos treinar?

 – Claro que sim Inácio – respondi olhando para ele – Pegue a sua espada e vamos nessa 

  – É assim que eu gosto de ver – Inácio pisca o olho para mim 

  Então logo em seguida ele se vira pega duas espadas, volta a me olhar, e entrega uma delas para mim 

– Pronto? – ele perguntou – Já podemos começar?

 – Sim Inácio – respondi – Podemos sim 

Então assim que eu fiquei em posição, Inácio começou os movimentos com a espada, elas começaram a se bater uma na outra, e de repente por um segundo eu me distraí e ele tirou a minha espada de mim 

 – Meu Deus – disse Inácio com espanto – Você se distraiu, e você não é de fazer isso...

– Desculpe Inácio, não era a minha intenção 

Eu sabia perfeitamente que os espadachins precisavam ter foco para não perderem suas espadas para os oponentes, mas eu não estava conseguindo me concentrar, porque na verdade o que eu queria mesmo era conversar com o Inácio 

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora