Uma terrível discussão

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Narrado pelo príncipe José Fernandes:

Depois que aquela conversa irritante com a minha mãe terminou, ela saiu do meu quarto achando que conseguiu alguma coisa positiva em relação a mim, e eu não consegui mais dormir

Então eu fui até a biblioteca do meu palácio pegar um livro novo pra ler nem que fosse só amanhã, porque eu com certeza passaria a noite toda em claro por uma insônia que a minha própria mãe, e o meu próprio pai estavam me causando

Eu precisava esticar as pernas, precisava respirar, e precisava ter um pouco de paz na minha alma

Tudo o que eu faço não está bem feito aos olhos das pessoas ao meu redor, e eu já estou farto disso, eu andei pelos corredores ansiando chegar na minha biblioteca

Então eu deixei que as minhas pernas me guiassem até às imensas portas de madeira da biblioteca, e eu entrei lá

E ao observar os livros que estavam ali, eu me dei conta de que aquele lugar poderia parecer simples para muitas pessoas, mas pra mim aquela biblioteca era um verdadeiro paraíso, tantos mundos encontrados nos livros, tantos personagens incríveis, tantas histórias de diferentes gêneros...

Suspirei, e fiquei pensando comigo mesmo: Essa biblioteca guardava consigo tantos risos, e choros que eu nunca tive a coragem necessária de os expôr na realidade da minha vida...

Eu era tão infeliz na maior parte do tempo que só aqui eu conseguia encontrar um lar, aqui tinha cheiro, cor, e forma, que tudo isso conseguia fazer com que eu enxergasse a minha própria alma no meio da escuridão

Ler era libertador pra mim

Tantas perspectivas em diversas páginas que me encantavam desde que eu era um menininho

Então eu me aproximei de uma prateleira de madeira cheia de livros, e comecei a passar as pontas dos meus dedos neles, procurando por um título de um livro que fosse chamar a minha atenção, eu precisava sair do mundo nem que fosse por um momento, eu precisava me libertar, e só duas coisas me libertavam que era a biblioteca, e o meu alaúde

Eu tenho muita habilidade com o alaúde, eu o toco muito bem e escrevo músicas como um desabafo pessoal

E enfim, eu finalmente achei o livro que eu precisava, ele falava sobre espadas, e como elas eram as minhas armas preferidas, eu de imediato gostei dele, então eu voltei para o meu quarto, e quando eu cheguei lá, eu respirei fundo e disse comigo mesmo:

- Não consigo mais suportar tudo isso

Me deitei na cama, e li um pouquinho daquele livro todo distraído com as palavras enquanto o sono não chegava, e a minha mente retornou ao presente depois de um tempo, então eu adormeci

E no dia seguinte, depois que eu acordei de um sono profundo, e me arrumei...

Eu fui ao estábulo antes do meu treinamento com o Inácio ver o meu cavalo preto que eu chamava de chama preta, eu havia levado uma maçã que eu tinha guardado do meu café da manhã para ele, e quando eu cheguei no estábulo assim que o chama preta me viu, ele se aproximou de mim, e quando eu ergui a maçã para ele, o chama preta deu um relinchado baixinho e arrancou bufando aquela maçã madura da minha mão

O estábulo cheirava a puro feno fresco, e acho que isso era muito gratificante para o meu cavalo

Eu ri, fiz um carinho na cabeça dele e disse:

- Bom garoto

Eu esfreguei o pescoço dele, e caramba, eu amava a pelagem preta lustrosa do meu cavalo, ele era tão perfeito

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora