Maria Clara acha José Fernandes

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Narrado por Maria Clara:

Quem diria que eu já estou com dezoito anos de idade, pra mim essa idade é muita nova, e eu estou muito feliz por ter alcançado ela

Embora eu tenha me sentido triste por não ter tido os meus pais, e a minha avó comigo nesse dia tão importante pra mim, eu já estou conformada de não tê-los comigo, porque se Deus os tirou de mim, deve ter sido por razões maiores e melhores, porque Deus é o dono dos propósitos da vida

E Deus sempre escolhe os seus melhores soldados para servi-lo no reino dos céus

Bom... O meu pai morreu lutando para não ser roubado na floresta, ele lutava com espadas, e usava arco e flecha que de modéstia parte, eram as minhas armas preferidas, e era o meu sonho aprender a usar elas com perfeição algum dia

Meu pai era um artesão que se chamava Xavier, ele tinha ganhado um bom dinheiro naquele dia, só que malditos ladrões quiseram o saquear na floresta, e ele sacou a espada para se defender deles, mas isso infelizmente não funcionou, ele foi apunhalado pelas costas e morreu na hora

E em relação a minha mãe...

Ela se chamava Hannah, era uma mulher loira igual a mim, e trabalhava na feira de Jadya vendendo tecidos que ela mesma fazia, e eram lindos, porque eu tenho um lençol que ela mesma fez com as próprias mãos que eu guardava dentro do meu guarda-roupa, e a minha avó Raimunda, mãe de minha mãe, vivia me contando do talento incrível que a minha mãe tinha

A minha mãe adoeceu de tuberculose depois que ela me teve, e só não se salvou porque enfraqueceu muito devido a doença, e ao parto que ela teve recentemente

A minha avó Raimunda era uma curandeira, e morreu dormindo, ela me ensinou tudo o que eu sei sobre cura, e eu tenho até um livro que ela me deixou de herança para que eu não esquecesse de tudo aquilo que ela havia me ensinado em vida

Minha avó morreu no ano passado por causas naturais...

Mas é isso né? A morte sela a passagem de cada um, ela vem sem avisar, ela é tipo uma regra para ser seguida, a idade não importa, porque a morte é certeira.

Todos sabemos que ela não se prorroga, o tempo quando se acaba já não há mais nada que possa evitar a palavra fim no final dele

Mas absolutamente nada nos impede de sonhar, conquistar, ter objetivos e meios para viver uma vida digna onde o dinheiro nos dá de algum modo um certo conforto sim, e maiores possibilidades diante de algumas situações da vida

Mas o dinheiro jamais pode ser maior do que os sentimentos que a gente carrega em vida

Isso era o que a minha avó sempre me dizia

E agora eu creio que se faz necessário ter consciência da nossa ida ao infinito a qualquer momento quando a nossa batalha chegar ao fim, mas enquanto não chega essa hora, é preciso viver!

O certo é cada um desfrutar da sua própria jornada da forma que achar melhor, contanto que não atrapalhe a jornada dos outros.

É, depois de tantas perdas sofridas só havia uma coisa que sempre me animava, que era ir ao campo de margaridas

Margaridas eram, e sempre foram as minhas flores preferidas

E eu não era sozinha, embora eu morasse naquela casa pertencente a minha avó sozinha desde a morte dela, eu tinha duas amigas inseparáveis, eram elas a Penha, e a Lara

Elas eram amigas incríveis pra mim, e eu as amava muito como se elas fossem minhas irmãs

E a família delas gostavam muito de mim, e sempre me perguntavam se eu estava precisando de alguma coisa

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora