Confusão interna

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Narrado pela Maria Clara:

 "Você não pode procurar no presente o que você perdeu no passado..." 



 Mas e daí? Há algo inacabado no meu passado que eu tenho que descobrir 

Aconteceu uma coisa bastante incrível e inexplicável quando os meus olhos se encontraram (ou se reencontraram) com os do José Fernandes quando ele chegou no meu castelo 

Como explicar como eu me senti depois daquele sonho com aquela música? Dizem que nós devemos tirar certas ideias das nossas cabeças, mas ninguém sabe o que eu guardo dentro de mim 

Malditos pensamentos que nunca me deixam dormir...

  Mas no dia seguinte...

Quando eu vi o José Fernandes, sorrio, fui até ele e o surpreendi com um beijo, sei que eu o deixei desnorteado com isso ao ponto dele me perguntar:

– Uau, bom dia Maria Clara, mas que beijo foi esse?

Pela primeira vez, eu iria ser a mais sincera possível com ele em relação ao que eu sentia, e disse: 

 – Bom, eu acho que isso é um beijo que uma esposa dá ao seu marido quando ela o vê acordado 

– Esposa? – repete ele – Então você está se convencendo aos poucos de que nós dois somos casados?

  Respiro suavemente e digo 

– Eu ainda não me lembro de nada do nosso passado juntos José, mas eu quero tentar lembrar 

Conversei com o José Fernandes, e o levei até o labirinto do castelo 

Chegando no centro dele, outra conversa entre nós foi iniciada 

– Nossa, que lugar fantástico loirinha – comenta ele 

Eu nunca discordaria dele...

– Um dia bem que nós poderíamos nos reunir aqui, para te escutar tocando e cantando músicas com um alaúde – sugiro esperando que ele aceite essa ideia 

 Ele sorri para mim e diz: 

– Eu tocava músicas no meu alaúde com frequência para você. Inclusive eu compus especialmente pra você aquela música que cantei para você quando vim para o seu castelo, ao seu encontro, a música Heaven Can Wait

  – Heaven Can Wait... – repito isso, um pouco pensativa – Eu adorei essa música...

– E eu adorei escrever ela para você – completa ele

– Você... – eu queria perguntar uma coisa a ele, mas não estava conseguindo 

– Eu o quê? – pergunta ele, tentando me convencer a continuar falando 

Meu coração batia forte desejando mais do que tudo ter a coragem de perguntar aquilo que me consumia 

 – Cantava músicas com frequência para mim? – eu o olho nos olhos ao ter finalmente perguntado o que eu queria perguntar

   Será que o sonho de ontem foi real?

– Bom, nós tínhamos ótimos momentos juntos – responde ele – E nesses momentos em que a gente se encontrava, eu gostava bastante de cantar para você 

Meu coração batia tanto, mais tanto, que eu já não conseguia o controlar 

– P-por... – eu estava nervosa – Por acaso você cantou uma música, enquanto tocava um alaúde sentado em um tronco, olhando para mim?

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora