Imposições

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   Narrado pelo príncipe José Fernandes: 

Por eu ter me apaixonado estão tentando tirar a minha liberdade 

O meu amor pela Maria Clara ainda está intacto e inalterado 

Ninguém é pouco ou muito para alguém, porque nós somos a medida certa de quem nos aceita e respeita, afinidade não se explica, amizade não se força, ou se esforça para agradar, confiança não se obriga, e sentimentos não se controlam, porque quando ele é verdadeiro e é um amor de verdade isso ninguém tira da gente, pois quando ele existe é para valer

Pra mim no mundo não há falta de amor, e sim a falta da prática do amor

O amor quando está destinado a acontecer acontece, mas estão me magoando, estão querendo que eu me esqueça da Maria Clara para que eu possa enxergar outra pessoa ao invés dela, querem que eu me afaste dela para que eu possa esquecer que eu não posso tê-la, querem que para a própria segurança dela eu me separe do amor da minha vida, mas eu sei que isso é inútil porque eu não consigo fazer isso nem por um decreto real 

Dizem que os plebeus não podem pisar no palácio, mas eu já não ligo para isso, são só regras idiotas que eu vou quebrar 

Naquela manhã seguinte, depois que eu tive uma noite até que boa de sono, e pacífica, e tomei o meu café da manhã na cama que uma empregada trouxe pra mim, a minha mãe entrou no meu quarto na intenção de querer falar comigo 

– Bom dia – disse ela – Dormiu bem?

– Sim – respondi me levantando da minha cama, e a reverenciando – Pra alguém que ficou trancado no quarto desde ontem, até que eu dormi bem – digo com deboche 

Meu corpo respondeu como uma presa pressentindo um predador, então eu olhei para o olhar desconfiado de minha mãe só esperando para ver o que ela iria dizer 

– Que bom que você dormiu bem – disse minha mãe 

– Mas a senhora sabe perfeitamente que eu poderia ter arrombado essa porta né? – questiono – Mas eu não fiz isso porque eu sempre obedeci as ordens de vocês dois sem nunca questionar

– É assim que se faz mesmo José Fernandes – disse ela me olhando com frieza – Você deve obediência a nós dois 

– É – digo – Mesmo que eu não concorde com elas eu nunca as desobedeci 

– Sabe? – disse minha mãe, ao se aproximar pouco a pouco de mim com passos lentos, e ainda me olhando com frieza – Eu sempre quis entender qual era o seu problema para não olhar para a princesa Verônica, mas eu já deveria saber que o homem negro não quer saber da mulher negra

Uma lágrima cai do meu olho e me questiono: "É isso mesmo que ela pensa sobre mim?"

Mas não importa o que você faça ou deixe de fazer, você sempre será considerado o vilão da história de alguém, então eu simplesmente limpei meu olho ignorando os meus sentimentos de tristeza, e desejando que ela não me visse derrotado 

– É isso que a senhora pensa sobre mim mãe? – pergunto – É isso que a senhora pensa do seu próprio filho?

   Minha mãe suspira e diz:

– Dadas as circunstâncias eu só consigo pensar nisso meu filho 

– Mas a senhora está equivocada – digo – Mãe a senhora queria que eu arrumasse uma esposa, e quando eu finalmente acho a mulher adequada a senhora questiona sem parar a minha decisão

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora