Chuva e resfriado

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Narrado pelo príncipe José Fernandes:

Como alguém consegue ser tão teimosa feito a Maria Clara? Ela fugiu de mim e eu só me questionei: Pra onde ela pensa que vai?

Bufei e comecei a ir atrás dela, a chuva que começou estava fria e forte a ponto de eu ter que me esforçar para enxergar a minha esposa correndo em direção ao castelo 

  Corri na direção dela e a puxei pelo braço dizendo:

   – Espera 

   Por favor apenas espera...

  Por favor apenas me ouça...

 E por favor apenas queira ficar comigo...

– Você tem noção do que você está me dizendo? – pergunta ela, cruzando os braços e se virando para evitar contato visual comigo 

  Nós só podíamos ouvir e sentir o som constante da chuva batendo em nós dois 

– Por favor só tente me ouvir – suplico  

– Não! – gritou ela ao se virar para me olhar, e mesmo com toda aquela chuva era muito visível que ela estava chorando. Seus lindos cabelos loiros estavam encharcados e o rosto dela estava tomado de gotas que caíam e corriam por toda a pele dela – Você não percebe a gravidade disso, José? Você não percebe que está me machucando muito não poder me lembrar de tudo isso que você me conta?

Seu grito cheio de dor soou como um eco no vazio daquele lugar mesmo que ele fosse abafado por causa do som da chuva, os olhos dela eram expressivos o suficiente para mostrar através do olhar tudo o que ela estava sentindo, todas as emoções dela eram visíveis 

– Eu sei que é difícil – falei – Mas eu não quero que você se sinta mal por causa disso porque se você não se lembra de nada, eu estou aqui para te ajudar

 – Isso que você diz são as lembranças que eu perdi! – grita ela frustrada 

 – Sei que se isso é difícil pra mim, pior ainda é pra você – digo com sinceridade – Mas Maria, ficar brigando e ignorando essa verdade só vai piorar tudo entre nós dois, ouça eu não te quero com raiva de mim, e nem pensando em uma maneira ou forma de se livrar de mim

    Ela passa a mão nos cabelos molhados dela 

   – Se livrar de você? – repete ela – Eu nunca pensei nisso...

  Me aproximei dela e segurei seu rosto fazendo ela olhar em meus olhos, sua pele tão linda ainda permanecia quente mesmo com aquela chuva gelada caindo na gente 

– Eu sei que você jamais iria querer se livrar de mim – falei olhando fixamente nos olhos dela – Porque mesmo que você não se lembre, sei que ainda consegue sentir o turbilhão de emoções que o nosso amor causou em você. Seja como for, nós estamos nisso juntos, e vamos dar um jeito de fazer com que você se lembre. Isso eu te prometo Maria Clara, prometo que você não estará sozinha mesmo se achando perdida nessa imensidão que é a vida

– Então...tenha paciência comigo – sussurrou ela, chorosa 

– Não se preocupe – afirmo – Você nunca estará e nem nunca esteve sozinha. Eu estou aqui, e eu te amo... Te amo mais do que tudo no mundo, e eu faria absolutamente tudo por você, qualquer coisa que você me pedisse eu faria desde que você voltasse a ser minha 

Eu não conseguia mais manter distância dela, sempre existiu entre nós uma grande força que sempre nos puxaria um para o outro, éramos ligados pelo o amor que sentíamos. A Maria Clara estava ali, triste, perdida, e vulnerável. Ela precisava de mim e eu precisava dela, preciso dela mais do que preciso de ar para respirar 

A Curandeira e o Príncipe - A Flor do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora