Narrado por Maria Clara:
Como era possível um amor tão intenso ter surgido tão rapidamente como aquele do meu e do José? A intensidade desse amor era absurda
Em tão pouco tempo ele se tornou tudo pra mim, mas o tempo não define a intensidade, e tão pouco define o amor que sentiremos por certa pessoa
Ontem a noite ele me beijou, e eu senti borboletas no estômago, mas eu embora tenha correspondido ao beijo dele, me sinto culpada por ter o permitido, e me sinto ainda mais culpada por ter fugido para o meu quarto feito uma covarde, por medo das consequências amargas que podem me esperar no futuro se esse romance for pra frente, afinal isso é impossível porque o José é um príncipe, ele é o único herdeiro do trono de Jadya, a mãe dele é a rainha Cláudia que é a soberana, e o pai dele é o rei Gabriel que é o soberano, e eu? Ah eu sou só uma plebeia curandeira que não tem nada de valioso para oferecer a um príncipe que já tem de tudo que o dinheiro pode comprar
Ontem a noite José bateu na porta do meu quarto e disse que também me amava, porque como o de costume a minha boca grande me entregou e eu disse a ele que eu o amava, mas eu não poderia ter feito o que eu fiz, eu não poderia ter dito que eu o amava, porque dadas as circunstâncias que me cercam, eu não sou digna de ganhar o amor de um príncipe
Eu o ouvi sim, mas vou negar tudo isso se ele me perguntar alguma coisa, porque eu não quero me envolver ainda mais com alguém que não está destinado a ser meu, eu quero evitar todas as feridas futuras que um envolvimento intenso e ao mesmo tempo abalador pode nos causar
Sim, o José Fernandes me fisgou, eu me apaixonei perdidamente por ele, porque além dele ser gentil, e ter sido o meu primeiro beijo, ele conseguiu enxergar alguma coisa em mim que nem eu mesma enxerguei
Naquela manhã ele acordou bem cedo, e foi selar o chama preta para que eles fossem embora para o palácio
Fiquei observando aquela cena de longe, e meus olhos lacrimejaram, porque eu o amava tanto, eu o desejava muito, e eu o queria comigo, mas infelizmente isso era impossível
Embora eu banque a teimosa com o meu coração que insiste que eu não deva agir com indiferença para com o homem que eu amo, eu não o obedeci, e sim obedeci a razão
Me aproximei de José e perguntei:
– Você vai querer levar alguma coisa pra comer no caminho? Eu posso preparar se você quiser
José olha para mim e eu estremeço quando ele diz:
– Não Maria Clara, muito obrigado, o que eu quero mesmo é conversar com você...
– Não há nada do que possamos falar – insisti – Se você já está bem para seguir viagem então o meu trabalho aqui já se encerrou
– Não é sobre isso que eu quero falar loirinha, e você sabe bem disso
José Fernandes começou a vir na minha direção e eu disse levantando a mão em sinal para que ele parasse:
– Por favor não dê mais nenhum passo, por favor acho que já chega de tudo isso, eu conheço o meu lugar de direito
Me afastei um pouco de José e virei o rosto pro lado para evitar contato visual, poxa eu odiava despedidas
– Eu não suporto essa sua indiferença comigo Maria Clara – confessou José me fazendo olhar pra ele mesmo não devendo
Ninguém é indiferente a ninguém pensei comigo mesma, porque todos nós somos afetados de alguma forma, o que muda é o sentimento que temos em relação aquela pessoa, mas o meu sentimento pelo José jamais mudou, e sim se multiplicou.
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A Curandeira e o Príncipe - A Flor do Sol
RastgeleHá muito tempo atrás, em um mundo passado, em que existiam diversos reinos, existiu um lindo príncipe chamado José Fernandes. Desde criança, José foi preparado para, um dia, assumir o trono do grande, e importante reino de Jadya. E sim, sem dúvida...