O que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme?
A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos seus iguais, dos vizinhos, dos irmãos e parentes e, temendo seu destino cruel de se tornar um deles, um monstro, ela se vê dividida entre d...
Faltavam três dias para aquele jantar do rei quando Steve encontrou Elari, nenhuma palavra poderia descrever o turbilhão de emoções no general quando ela o olhou com raiva, ele sabia bem que era por ter sumido, mas nem conseguia pedir desculpas ou evitar que o medo pelo que teria que dizer subisse à superfície, mesmo que pouco. Logo ela perguntou o que ele estava escondendo dela, era incrível como mesmo após o treinamento, mesmo com olhos diferentes ela ainda conhecia cada aspecto dele, então quando finalmente conseguiu falar ela colocou uma máscara sem expressão no rosto e continuou o caminho que estava fazendo antes de encontrar ele no sentido oposto. Ele sentiu algo dentro de si quebrar ao ver Elari usar aquela máscara com ele, a mesma para todos que a assustava. Aquele encontro havia sido o pior. Seu humor era sempre destruído quando estava usando aquela armadura, não conseguia ser natural como quando estava em casa, mas agora duvidava que algum dia voltasse a fazer graça.
Faltava dois dias para partir e um para o jantar e estava mais atarefado que nunca com a segurança particular do rei, a do príncipe e a do Palácio, também tinha que orientar um pouco nas decorações para evitar acidentes, a decoradora real estava bastante distraída lhe dando mais trabalho, foi nessa febre que encontrou Elari mais uma vez, mas ela não o viu, estava acompanhada da Marest e das empregadas, as duas estavam rodeadas de mulheres arrumando os tecidos em seus corpos, eram convidadas especiais do rei e tinham ganhado vestidos apropriados, era o que dizia a carta que ele mesmo escrevera e o rei assinara. Marest usava vermelho e Elari verde, exatamente o mesmo tom dos olhos, mais bela que qualquer pintura, mesmo sem a roupa estar pronta.
A costureira o viu antes de qualquer outra e foi até ele que permanecia do lado de fora do cômodo, ordens foram dadas e com uma última espiada ele tornou aos deveres.
O que quer que Therla, deus do tempo e destino, lhe reservasse, esperava que pudesse ver Elari sorrindo nele.
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Agora a única coisa que tinha em mente era cumprir o acordo com o rei e conseguir ter Kath consigo, havia decidido que realmente não havia mais nada que desejasse, nada que importasse mais e foi graças ao rei ter lhe proposto aquilo, a avidez do desejo de ver a irmã tinha aflorado mais forte quando Steve disse aquilo, não poderia, não aguentaria aquilo sozinha, então preencheu cada poro com o objetivo de ver Erkath. Certamente ela ficaria muito satisfeita em ir ao Palácio que tanto tinha sonhado em morar, um sorriso brotou nos lábios apenas com a ideia de ver ela passeando por aqueles corredores junto de si pouco antes da careta depois da escândalo a cutucar no ombro fazendo um alfinete a pinicar.
- Ai!
- Você estava parecendo uma lunática.
Ela ignorou completamente a reclamação, Elari rolou os olhos antes de responder.
- Ficou com medo é?
- Claro que não. Mas não digo o mesmo da costureira.
Ela olhou na direção da fêmea que estava buscando mais alfinetes.