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Ou não queria se importar, percebeu o jovem ao ver Elari piscar a centímetros de distância, tudo que podia ver era ela, da mesma forma sua mente transbordou pensamentos com ela, voltados para ela e o mundo também era ela. Ele não estava gostando daquilo, da maneira como estava começando a se importar com alguma coisa ou alguém, aquele era um sentimento que tinha jogado de lado há muito tempo para estar retornando agora. Não. Agora não, antes, ele percebeu, assim que se incomodou em saber que ela ficaria e ele não poderia treinar com ela, talvez no instante em que cruzaram o olhar e ele quis lhe contar tudo. Eram rastros que Aniela tinha deixado nele, a vontade de conhecer a garota esperta e divertida e mais corajosa que o próprio irmão mais velho. Rastros que também os conectava.

- A-Aniela... Tewak?

Ela gaguejou e Oldren já estava vendo a culpa tomar lugar da tristeza. Sua mente ainda permanecia em silêncio quando tomou ar para responder qualquer coisa e foi interrompido.

- Vão ficar aí a noite inteira? Andem logo que eu vou dormir.

O rapaz levou um bom tempo para se virar e ver Jasti Marest posando com as mãos nos quadris e uma expressão de bem insatisfeita no rosto. Ali ele viu sua chance e com um passo para o lado, uma mesura e um pedido de perdão e licença ele saiu formalmente.

Somente quando estava do lado de fora percebeu que tinha fugido e odiou aquilo, o silêncio na mente e o sentimento que o assolava dizendo que tinha feito errado.
Oldren apertou os dentes e disse a si mesmo que não se importava e não iria se importar.

O mundo poderia ruir depois daquela noite e Elari ficaria grata por não ter que enfrentar mais nada

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O mundo poderia ruir depois daquela noite e Elari ficaria grata por não ter que enfrentar mais nada.

Esperou tanto por isso que quando abriu os olhos e viu que ele ainda estava inteiro ficou de mau humor.
Sentou em um único movimento e viu escândalo terminar de fazer uma trança enquanto resmungava sobre sua empregada ser irresponsável, mais ao lado estava Marjeana com seu olhar depreciativo de costume, Elari não sabia se ficava feliz ou preocupada com o fim de uma empregada cuidadosa e calada ainda mais após aquela noite.

- Seu banho está pronto, senhorita.

Mais uma vez o tom de irritação tomava a voz dela ao usar o tratamento. Talvez devesse se preocupar, mas o humor de Elari estava tão arisco quanto o da empregada.

Então ela entrou no banho e as duas brigaram sobre ela fazer aquilo só, ficou emburrada enquanto era lavada, penteada e vestida ao gosto de Marjeana, depois foi obrigada a comer junto com escândalo naquela mesa enorme, estavam sozinhas o que  era bom, até receber a notícia que o rei havia partido, com o general.

A sensação de solidão recaiu sobre ela quando observou o extenso cômodo, quando não viu o amigo entre nenhum dos guardas, quando caminhou sozinha até o quarto e observou o jardim verde ficar cinza com uma chuva.
Talvez aquelas não deveriam ter sido suas palavras de despedida, ele podia estar com aquele peso no próprio peito, mas a dor dela era tão maior, jamais havia ficado tão desamparada e agora estava enfrentando tanta coisa. Provavelmente não faltava muito para a conversão e...

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