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Erkath gostava de se ver como uma pessoa inteligente, além de todas as suas demais qualidades.

Ela sabia que a irmã também tinha suas qualidades, que também não eram poucas, mas não podia deixar de expressar sua tristeza mesclada à felicidade. Ela havia esperado que houvesse um príncipe para ela, que ela chegaria ao Palácio e teria sua historia de amor tão bela que seria escrita pelos espiritualistas, que ela seria a a salvação do reino. Mas ali estava Elari, linda, sorrindo ao lado de seu príncipe. Ela estava feliz pela irmã, feliz pelo reino, mas triste por não ter uma história assim para si, então ela caminhava pelo salão, se via perdida em uma história que não seria mais sua, não procurava exatamente por Ed, mas gostaria de saber onde ele estava então tornou esse seu objetivo. Bem, ela seria nora do futuro rei, devia ter ao menos um nobre decente para casar, devia ter ao menos um príncipe que surgiria para salvá-la da solidão e, por mais que não fosse bem o que desejou ou imaginou, as portas do salão se abriram, um vento intenso entrou e varreu toda a euforia, as pessoas ficaram caladas e se voltaram para o grupo de pessoas à porta, eram 13, um macho altivo de pele marrom estava à frente, ao seu lado os jovens aparentavam cansaço e desgaste, todos ainda por serem convertidos, mas o olhar eram de quem já tinham o poder dos negros em seu auge. Um deles chamou a atenção de Kath, o braço estava enfaixado, ele tinha cabelos vermelhos como os que ela tanto invejava da mãe, porém o dele era ainda mais vívido, como sangue, o olhar dele era o mais determinado, o mais sério, ele chamava atenção mesmo não sendo o maior, não sendo o que estava mais na frente. A voz que era como trovão do rei rompeu o silêncio.

- Agora os futuros miren juntam-se a nós! Vamos comemorar as bênçãos que o reino está recebendo!

Ele ergueu uma taça, um pouco de bebida respingou e sujou os que estavam perto dele, Kath viu Ari ficar nervosa, mas ser impedida de qualquer ação por mais um beijo apaixonado de seu noivo, os outros se dispersaram, mas Kath não tirou os olhos do jovem ruivo.

Ele ergueu uma taça, um pouco de bebida respingou e sujou os que estavam perto dele, Kath viu Ari ficar nervosa, mas ser impedida de qualquer ação por mais um beijo apaixonado de seu noivo, os outros se dispersaram, mas Kath não tirou os olhos do ...

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De maneira alguma ele iria ficar ali e beber e saudar qualquer coisa que os nobres estivessem comemorando, haviam alguns camponeses, moradores da Capital, mas eles eram tão camponeses quanto ele era nobre.
Oldren tinha um braço pra cuidar e Craz Ertowa concordava com ele nesse aspecto pois logo o mestre o arrastava junto com Ur que não saia de seu lado através do salão lotado. Ele via pelo olhar, pelo sorriso no rosto e sussurros que a única novidade ali não eram os futuros miren, que havia algo ainda mais interessante, no mínimo, que os fazia esquecer dos 12 jovens que garantiam o futuro da espécie.

Ele viu, então, no centro de tudo estava Elari, a garota estava diferente, o olhar mais feroz, a postura mais altiva e o corpo envolvido pelas mãos do Senhor Negro. Oldren entendeu. Então aquela garota realmente era tão interessante quanto ele havia imaginado, ela os acompanhava com o olhar, não parecia preocupada, era um olhar indiferente, mas que ainda guardava curiosidade. Ela sabia que ele estava bem, mas se perguntava o que havia conseguido o ferir. Eles atravessaram e ao abrir as portas duplas duas pessoas se sobressaltaram, uma era a oficial do exército que perseguia Steve, o outro, ele havia o visto antes, era o jovem que abraçou Elari no Porto, em Tesme, Oldren havia sentido o ar protetor antes e agora, olhando bem para o rosto dele, via os traços semelhantes, irmãos.

Craz não parou, apenas acenou para o jovem que o cumprimentou como se o conhecesse, provavelmente conhecia. O caminho para a Ala dos curandeiros foi breve, muitas novidades no Palácio, muitas coisas para analisar e quando se sentou e o curandeiro começou a trabalhar ele concluiu. Ela estava noiva.

A noite se arrastou como uma criança que aprendia a engatinhar

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A noite se arrastou como uma criança que aprendia a engatinhar. Ela estava ansiosa com tudo, muito irreal, ela foi convidada a se sentar à mesa do rei para a ceia, junto com sua família, seu pai ainda estava tenso, mas mantinha uma conversa moderada com o rei, Kah Sung era abordado por Erkath algumas vezes que era silenciada por um olhar da mãe, Ed comia silencioso e Elari tentava fazer o mesmo até que ele começou a trocar olhares com ela.
Um olhar pra ela e depois pra Kah Sung e então ela novamente.
Como?
Deu de ombros.
Não sabia.
Ele abocanhou uma uva.
Não acreditava.
Por quê?
Ela deu de ombros novamente e ele expirou longamente.
Vamos conversar.
Ela deu de ombros e voltou a comer, sabia bem que ele não gostava daquele gesto, sabia que ele iria apontar o dedo para ela e exigir respostas, assim como Kath a manteria acordada por um longo tempo até que conseguisse extrair todo conhecimento que desejasse. Naquele instante, tudo que desejava era uma boa noite de sono, estava exausta, da luta, da festa, de pensar. Sabia que havia sido manipulada, que o rei arquitetou aquilo desde o início, de algum jeito e por algum motivo, ela só queria descobrir porquê, mas seu corpo não aguentaria por muito mais tempo, o garfo tremia em sua mão e a faça quase não cortava.
Ela achava que a noite estava em seu fim e finalmente poderia se jogar sobre a cama, perguntar a Jasti se falou com seu espadachim, mas achava que provavelmente teria que cuidar daquilo ela mesma, porém o rei se levantou, os negros se silenciaram e ele falou.

- Nesta noite abençoada pela escuridão, nossa nação recebe não somente doze jovens para compor sua força, mas também duas fêmeas para perpetuarem nossa existência. Meu filho, herdeiro do trono e do Continente Negro, tomou a mão de uma dessas fêmeas e ela, Elari, será a mãe da nação. - ele estendeu a mão na direção de Elari e os presentes aplaudiram, ele estava dando seu espetáculo, seria falado por todo o reino e cada palavra era mais um ato - Com esse noivado, abençoado pelos deuses, também se firma a conversão dessa jovem e a nova era dos Negros.

Eles ficaram eufóricos, taças brindaram em seu nome, em nome do príncipe que se tornaria rei. Era isso que Seo Morthana estava anunciando, sua abdicação em favor do filho que acabava de garantir sua rainha. Elari sentia o peso de cada palavra cair sobre seus ombros. Uma nova era, ele disse. Algo mais estava acontecendo, sussurros eram trocados atrás das portas e paredes e ela precisava descobrir qual papel estava assumindo nessa mudança.

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