Steve xingou.
Os desgraçados podiam ser poucos ou muitos, não importava pois quando ele ordenou que fechassem as entradas e janelas, quando achou que estava no controle, eles já estavam lá dentro. Era obrigado a mobilizar guardas acostumados com monotonia que não estavam em forma, Var e Jyr estavam em locais diferentes, um vigiava o outro casal e o outro estava nos muros, se eles estivessem ali dentro não teriam sido pegos de surpresa. O general ordenou que o grupo do portão principal se mobilizasse para a ala oeste onde alguns machos tinham sido atingidos por flechas e não tinham como manter o posto. Ele olhou pela janela brevemente, os vermelhos brotavam como formigas do solo, as vestes eram semelhantes às dos dourados exceto pelas cores típicas do exército Vermelho, marrom e vermelho.
Ele xingou mais uma vez, o comandante da guarda local piscou algumas vezes quando observou e usou as mesmas palavras do general.- Eu soube que o rei...
Steve acenou, os olhos azuis do comandante ficaram vitreos e depois ele assumiu uma postura mais composta.
- O príncipe está distante.
- Já enviei alguém para fazer a guarda deles.
Ele quase exibia as presas pela menção de Elari, ainda mais quando ela tinha firmado o laço com alguém que não ele.
- Foi um dos gêmeos?
- Eles estão distantes, se estivessem aqui não teríamos sido pegos de surpresa, talvez os vermelhos tenham pego eles primeiro, talvez eles estejam lutando até agora.
- E você enviou apenas uma pessoa?
Steve apenas olhou para o comandante. As idades não importavam ali, ele tinha o posto mais alto e assim como o general não tinha faltado com o respeito ao comandante, ele não devia questionar as decisões de um general.
- Comandante, por que não se junta aos seus guardas na entrada sul, seus serviços serão de maior serventia na estratégia por lá.
Ele viu o macho ficar vermelho de raiva mas seguir a sugestão.
Steve se virou e apoiou as mãos no corrimão observando a barricada que faziam na entrada, a movimentação dos soldados e então todos urrarem.- O que está acontecendo?
O guarda próximo à janela ainda aberta respondeu.
- Senhor, acredito que queira ver isso.
Ele seguiu até a janela e viu sombras derrubarem alguns dos invasores, então a figura de Kah Sung tomou forma. Steve riu, eles não seriam páreo para o negro mais poderoso em séculos. Então o sorriso se desfez ao ver a pele exposta do amigo, ele tinha sangue escorrendo do pescoço e o general sabia bem que ele estava muito mais fraco que o normal, Elari havia tomado poder dele.
Ele se afastou da janela e se voltou para os soldados próximos falando em tom alto para que até os que se movimentavam pudessem escutar.- Quero 20 guardas fazendo um cerco em torno dos que atacarem o príncipe, arranquem aquelas cabeças, perturbem corações, não me importa, só precisamos de um vivo no final.
Eles urraram mais uma vez e se dispersaram para usar saídas alternativas.
O coração do general disparou, eles estavam perdendo. O rei tinha sido assassinado, o príncipe, o único herdeiro, estava fraco, não importava o tamanho do poder de Kah Sung, ele ainda podia ser derrotado, especialmente naquele dia. Ele se virou para passar mais ordens e no corredor, no meio dele, estavam todos os recém convertidos, as roupas rasgadas, muitos deles com sangue escorrendo pela boca, o garoto Tewak era quem estava na frente, ele parecia com Gemma, os olhos vermelhos brilhando, o cabelo da mesma cor e banhado de sangue, era uma visão familiar, de quando o antigo general morreu, de quando Gemma os tirou de lá, dos desertos. Ele piscou e por um momento ele estava de volta aquele dia, sangue e areia misturados, o plano de ataque tinha sido totalmente arruinado, o fogo crepitando de algumas casas, vermelhos e negros caídos ao chão, mortos, feridos. Ele debruçado sobre o general, o macho que via como pai, ele entregando a espada para ele e Gemma surgindo das sombras coberta de sangue, ela era como o fogo atrás deles, o arrastando para longe enquanto ele gritava...
Então ele estava de volta e os novos miren estavam ali, os vermelhos estavam ali, na terra sagrada deles. Os desgraçados mereciam uma morte mais que dolorosa e ali os vermelhos podiam ter usado a conversão como uma vantagem para os pegar despreparados, mas eles tinham convertidos sedentos por sangue e recém saídos das mãos de Craz Ertowa.- Acompanhem os outros, quero vocês em campo, agora!
Eles acenaram e seguiram os guardas, ele tinha pouco mais de uma dezena de mirens, algumas de Salyu e um hetar contra uma centena ou mais, muito mais, de vermelhos. Como eles haviam chegado ali... passado pelo exército... Não, eles tinham vindo pelas montanhas, as roupas eram leves, provavelmente perderam muitos com deslizamentos, estavam cansados. Eles tinham uma chance.
Kath tinha acordado, os quatro tinham feito um bloqueio na porta com os móveis disponíveis, Talio sacou uma espada que não usava há um bom tempo, Tesme era pacífica e não tinham que se preocupar com muita coisa. O foco de todos ali era manter Kath a salvo, ela estava no centro, rodeada por eles, enquanto escutavam passos sincronizados passarem à frente deles, poucas vezes tentaram entrar ali, então eles escutavam gritos, sons horrendos de morte e batalha, Meliah ainda se preocupava em cobrir as orelhas da filha para que não escutasse, foi após um desses momentos que ela perguntou.
- E a Ari?
Ed não tinha como não se preocupar, como não gelar e querer ir atrás da irmã para a proteger, mas Talio respondeu.
- O príncipe está com ela, ele vai cuidar da nossa Ari.
- E quem vai cuidar dele?
Ed interrompeu antes que mais alguém falasse.
- Não se preocupe com ela, você viu ela lutando contra o espadachim. A nossa garota pode se defender.
Ele esperava que pudesse.
Gemma se levantou, com o alarde.
Uma flecha estava apontada para ela, assim que o invasor as viu, soltou a linha e a flecha disparou no ar em direção à ruiva, que com um movimento rápido jogou o projétil para o lado, mas o vermelho era rápido, ele já tinha outra no ponto de atirar, o olhar dele fervia com ódio, ela podia entender, aquela desarmonia entre os reinos custou muito para ambos os povos, os vermelhos com milhares de mortes e eles com centenas e apesar dos números desnivelados o estrago era do mesmo tamanho para ambos. Ele soltou e dessa vez ela desviou, avançou rapidamente e o ergueu pela garganta, ele sufocou e ela esmagou a garganta dele antes que a falta de ar o matasse. A tenente mal teve tempo para soltar o corpo quando outra flecha vinha disparando de longe, longe o bastante para ela não notar e ela não teve tempo de perceber devido à concentração no que tinha acabado de matar, mas a flecha não a atingiu, passou cortando alguns fios de seu cabelo direto para onde ela tinha estado antes, para onde Elari estava agora. Quando se virou viu ela passar direto por Elari, raspando seu rosto e deixando um corte raso no rosto. Gemma suspirou, uma linha de sangue escorreu e Elari caiu sobre a cama.
O que Gemma tinha deixado passar não era um golpe certeiro, a porta não havia sido aberta para o vermelho que ela ainda tinha nas mãos, mas para aquela flecha que iria causar um leve arranhão. O que Gemma tinha deixado passar era veneno.
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Os Eternos
FantasyO que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos seus iguais, dos vizinhos, dos irmãos e parentes e, temendo seu destino cruel de se tornar um deles, um monstro, ela se vê dividida entre d...