A árvore estava coberta por neve e seus galhos caídos, perfeita para um esconderijo, óbvio demais.
Oldren afastou um galho e ali estava Ginsa examinado as unhas escorado no tronco da árvore, ele olhou para o ruivo e enfiou as mãos nos bolsos.
- Finalmente. Achei que nunca fosse me encontrar.
Na verdade ele tinha sido um dos mais fáceis, foi apenas uma questão de Oldren chegar à região.
- Está faltando quem?
- Urgath.
Quando o mestre Ertowa os disse para fazer aquilo a maioria exclamou que era apenas uma brincadeira de criança, mas ele explicou a todos que na verdade poderia ser bem útil para eles aprenderem a se camuflar e a rastrear, como soldados e como sobreviventes. Oldren ficou com a parte de rastreamento e os demais a de camuflagem, o primeiro que ele encontrou foi Luste, o rapaz era tão grande que lhe foi impossível encontrar um esconderijo, mesmo sobre as árvore ele era chamativo. Depois veio Rahir, o nobre estava escavando um buraco na neve para depois se cobrir, mas foi lento demais e Oldren o encontrou quando ainda estava no começo, os protestos dele incluíram acusação de perseguição até que o treinador o calou dizendo que a culpa era dele por ser lento demais e não se afastar antes de colocar o plano em ação. E agora, por último foi Ginsa, o que mais tinha se distanciado, faltando apenas a garota que o ruivo vinha evitando.
- Já está escurecendo. Quer ajuda?
Ginsa expressou uma preocupação genuína no rosto que fez Oldren se questionar se a opinião do criançola havia mudado a respeito de Ir, quem vinha recebendo muitos elogios do mestre.
- Não.
Ele podia a encontrar sozinho, não precisava que o irritante viesse junto. Oldren voltou a caminhar em direção ao cume da montanha deixando o outro para trás.
- Apenas não demore muito.
Ele ainda gritou e o ruivo o ignorou, obviamente ele não demoraria, era o melhor ali, talvez melhor que qualquer miren depois da conversão que ele sabia estar próxima, apenas mais quatro meses e ele saberia como era ver mais e ser mais rápido, talvez até tivesse uma habilidade.
Era a primeira vez em anos que pensava no futuro e que ficava ansioso para saber algo, a sensação era boa e ruim ao mesmo tempo e ele não sabia se gostava ou não daquilo.
Por mais uma hora ele caminhou e rastreou, mas não encontrou Urgath.
Talvez ela tivesse voltado, mas aquela ideia não encaixava na personalidade da garota. Oldren olhou ao redor procurando alguma evidência, já estava escuro e ele não via muito além, também não podia escutar por conta do vento e dos sons dos animais que ainda teimavam com o inverno.
Algo devia ter acontecido, algo de errado. Ele passou a correr, os olhos atentos para qualquer coisa incomum, correu até que sua boca estivesse seca e pudesse ver o céu estrelado próximo, então ele viu aquilo.As árvores estavam retorcidas e cobertas por muita neve. Ela tinha que estar ali, então ele começou a cavar, desesperadamente cavar com as mãos todos os cantos, mesmo com a neve cobrindo seus joelhos ele avançava, mesmo quando ela quase alcançou seu quadril.
- Oldren?
Ele virou e lá estava ela, atrás de uma árvore assustada.
Mas inteira, de pé, bem.
Ele começou a retornar, o peso da neve o arrastando para trás, mas ali estava ela, com aquela expressão de medo, ele continuou, um, três, quatro passos e parou.Puxou o pé, mas ele não foi, uma, duas vezes, também tentou o retornar para trás, mas ele não foi. Quando olhou para Ur ela parecia ainda mais assustada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Eternos
FantasyO que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos seus iguais, dos vizinhos, dos irmãos e parentes e, temendo seu destino cruel de se tornar um deles, um monstro, ela se vê dividida entre d...