A dor era terrível, mas eles tinham que continuar. Oldren cerrou os dentes conforme seguia os guardas, quando saíram ele apenas avançou deixando a força absurda junto à sede descontrolada o guiar entre os invasores e ele se cobriu de vermelho. Conforme se aproximavam do senhor negro, menos eram necessários, o poder do príncipe era devastador, em forma de sombras e morte enquanto eles eram destruição e força. O ruivo saltava, agarrava o que o envolvia, quebrava braços e crânios com um simples aperto, ele se sentia mais livre que em toda a vida, queria mais e mais sangue sobre ele, ele também aproveitava para tomar de alguns pescoços, o sangue enchia sua boca tão rapidamente que apenas alguns segundos eram perdidos, quanto mais tomava, mais revigorado se sentia e mais ele queria. Os demais não eram muito diferentes.
Enquanto Rahir se perdia, o brilho vermelho dos olhos era insano, ele tinha um sorriso muito largo conforme usava a espada que sempre tinha consigo, uma herança ele declarou quando o mestre das armas tomou dele durante o treinamento, cada golpe era certeiro e ele parecia intencionalmente atingir pontos que fariam o sangue espirrar em jatos sujando a túnica dele.
Luste era força bruta, ele praticamente esmagava os inimigos com seus passos, ele era uma cabeça maior que todos ali e bem visível, os golpes mais frequentes eram simples, agarrar cabeça, esmagar cabeça. As vezes ele arrancava elas do corpo e jogava nos outros.
Tharna avançava quase sem ser vista, ele conseguia ver ela mais abaixada e cortando pernas com suas pequenas adagas apenas graças à sua nova visão diferenciada. Ela os derrubava e logo atrás vinha Luste os esmagando. Enquanto ele era uma torre, ela era a base.
Urgath também estava visível, ela saltava sobre os inimigos ficando sobre seus ombros, cortava as gargantas e também derrubava os que tentavam se aproximar.
Ele percebeu ali a diferença entre as duas cores, entre as espécies, como tão poucos dos negros eram devastadores para os vermelhos e fazia sentido eles terem número contra habilidade. Eles estavam quase no fim quando o príncipe caiu.
Steve congelou quando viu, Kah Sung estava de joelhos, no centro de tudo, uma mão no peito, ele podia ver mesmo de longe que ele estava sentindo dor. Ele foi atingido. Naquele momento não importou mais se ele tinha que ficar ali dentro para comandar tudo, que ele devia ser a mente que manteria as coisas em ordem, apenas se virou para o guarda próximo e disse.- Você assume o comando aqui. Ordens claras e não prejudique nenhuma defesa.
Então se virou e antes que houvessem protestos abriu a janela e saltou.
O general caiu sobre um dos vermelhos escutou o barulho estremessedor dos ossos se quebrando, as botas já estavam sujas de sangue, ele olhou ao redor por um segundo, à frente alguns vermelhos em caos tentando lutar contra os guardas e os miren ou fugir deles, mais adiante Kah Sung, os vermelhos já haviam percebido que ele não estava como antes, a escuridão deixando de ser seu escudo e não demoraria para que algum tivesse coragem para avançar ou atirar uma flecha, se ainda tivessem algum arqueiro.
Ele precisava avançar, se fosse Gemma no lugar dele já estaria ao lado o senhor negro, mas ele não tinha nenhuma habilidade extraordinária.Steve sacou a espada, ele escutou o som da lâmina atritando contra a bainha ao ser retirada mesmo sob todos os sons de batalha, ele viu o reflexo da luz, então avançou. Cada golpe era mortal, cada passo era uma vitória e quando ele alcançou Kah Sung agarrou o amigo antes que ele caísse no chão. Averiguou cada canto, mas ele não tinha um ferimento sequer, exceto pelo no pescoço onde o sangue já havia coagulado e a cicatrização já estava quase completa, onde Elari tinha o tomado.
- O que está acontecendo?
Ele praguejava de dor, apertava o ombro onde não havia nada de errado e Steve entendeu. Ele tinha acabado de firmar um laço, os dois estavam tão ligados quanto como se fossem um só corpo, se não havia nada de errado com Kah Sung, só podia ser com Elari. O general estremesseu, os jovens miren já estavam ao redor e ele realmente desejou poder ir à Elari, não só por ela ser sua nova rainha, não só pelo sentimento que ele guardou para si por tanto tempo, mas por ela ser sua amiga, por ela estar correndo perigo e se nem Gemma tinha conseguido evitar, eles provavelmente precisariam de um exército. Ele hesitou e Kah Sung agarrou o braço do amigo, uma única palavra entre dentes cerrados foi dita.
- Vá.
E ele não precisou repetir.
Era como se Kah Sung houvesse a mordido novamente, não tinha controle sobre seu corpo e tudo que via era o quarto girando, a cabeça doía e o corpo ardia como se estivesse em chamas, um fogo correndo no lugar de seu sangue partindo do ponto em que tinha sido atingida para as demais partes.
Gemma tinha quebrado o pescoço do arqueiro que atingiu Elari e retornou, selando a porta novamente, desta vez com um dos móveis. A garota tremia em cada parte do corpo, os olhos estavam vitreos e ela não respondia a qualquer chamado, os dedos estavam contorcidos e contraidos, até a cama onde estava caída balançava e os mastros colidiam contra a madeira que as escondia de olhares curiosos.
O rosto estava pálido e a ruiva podia ver as veias de Elari escurecidas no rosto, era como uma conversão, mas aterradora dez vezes mais. Gemma não sabia o que fazer, como agir, nem mesmo se seria mais arriscado tirar a flecha naquele caso.
O veneno era mortal e o simples contato com uma ferida era o suficiente para levar à morte.Ela começou a babar e Gemma estava ainda mais desesperada, então alguém começou a bater contra a porta, ela sacou suas lâminas gêmeas preferidas, podia morrer ali com Elari, ao menos morreria tentando e quando a porta junto com o móvel cedeu ela viu os cabelos loiros e a armadura brilhante exagerada.
Steve.
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Os Eternos
FantasyO que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos seus iguais, dos vizinhos, dos irmãos e parentes e, temendo seu destino cruel de se tornar um deles, um monstro, ela se vê dividida entre d...