68

1K 159 14
                                    

Com um arco perfeito no ar o punho cerrado de Steve atingiu o rosto do soldado que foi lançado pela lateral no chão.

A não dele doeu, mas não tinha a liberdade de demonstrar qualquer reação. Ele virou de costas para o soldado caído, não, chama-lo de soldado era errôneo, ele era um desertor. Uma multidão de soldados aguardava o veredicto que ditaria o destino do macho, alguns ali eram amigos dele, tinham dividido uma cabana e o chamaram de irmão, alguns haviam treinado com ele e o ajudado a se levantar, mas nada daquilo importava agora.

- Morte.

Ele falou simplesmente, aquela não era uma decisão fácil, mas sabia que era bem melhor que o exílio, que a tortura, era o que o soldado havia pedido com palavras sem som. Ele preferia a morte à guerra. Não era algo comum entre os negros, a deserção era a maior vergonha para um soldado do exército negro, tudo o que tinham era uns aos outros, seus sangues manchados por outras cores era o que os unia ainda mais, a prova de como haviam sobrevivido à extinção, à tentativa de massacre das outras cores, quando séculos antes levaram todas as fêmeas deles. Aquilo podia ser passado, mas havia marcado a cor tanto que jamais esqueceram como deviam proteger uns aos outros. Ele não esperou para ver o sangue do soldado manchar a terra.

Ele sabia como tudo era um lembrete do que estavam para enfrentar, do que estava à frente deles.
Nos últimos dias outros agrupamentos se juntaram a eles e agora eram mais de trezentos machos e fêmeas. Elas eram tão poucas que se houvessem cinquenta seria muito. Quando Steve as via se perguntava como estava Elari e Gemma, se a amiga já conseguia lidar melhor com os de sua espécie, se ela ainda temia seu toque.

 Quando Steve as via se perguntava como estava Elari e Gemma, se a amiga já conseguia lidar melhor com os de sua espécie, se ela ainda temia seu toque

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Gemma desviava da maioria dos presentes no salão com facilidade, mas eram tantos que estava ficando cansativo.

Ela precisava chegar a Cassien, tinha que ficar de olho nele para não fazer nenhuma besteira depois do que aconteceu no bar. Não importava se Arghnam era o espadachim negro, nada superava a loucura ardilosa de Cassien. Ela havia perdido a maior parte do desafio de Elari, mas havia valido a pena depois de ver a expressão de alegria dela ao ver a família. Ela tinha ido recepcionar o rei e os Varhalarom no porto, ela guiou a carruagem e também lidou com um Arghnam aéreo e irritado. Todos sabiam que ele estava mais fraco, extremamente mais fraco, que o seu normal, mas Elari havia derrotado o Espadachim Negro e aquilo seria lembrado por um longo tempo.

No caminho ela esbarrou em alguém, ele se virou e a segurou antes que caísse em cima de um empregado que carregava uma bandeja com bebidas. O olhar de ambos se cruzou e o dele fixou no dela como se houvessem imãs entre eles.

- Você está bem?

Ela acenou encantada novamente com ele, era o irmão mais velho de Elari e ele possuía uma áurea perfeita. Ele a soltou, mas não parecia disposto a deixá-la seguir caminho.

- Foi você quem nos recebeu, certo? - ela concordou - Gemma?

A surpresa se estampou no rosto dela, ele era um nobre, por mais que fosse Salyu, era o primogênito de Talio Varhalarom, mas ali estava ele, alguém que lembrava do nome dela, um nobre.

Os EternosOnde histórias criam vida. Descubra agora