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Ele olhou para trás apenas uma vez.

Observou a paisagem branca e marrom, um acampamento abandonado, alguns restos de madeira queimada em certos pontos, a neve que já começava a ser uma fina camada ausente onde ficavam as tendas. Steve preparou o arco, como general era ele quem devia disparar a flecha. Ele soltou a linha e a flecha cortou o ar com um rastro prateado até se fincar na terra como um mastro para a pequena bandeira do reino, o groule oscilando ao vento e em alguns anos haveria uma enorme árvore. Era aquela a tradição do exército, uma semente entregue pelos espiritualistas colocada em uma flecha disparada após a partida do exército onde antes eles acamparam. Uma forma de manter a vida no local.

- General, senhor, o groule saiu da caverna.

Steve acenou para o mensageiro o dispensando. Agora ele tinha que levar os soldados além do monte montanhoso que circundava Incantalar, para o norte, mas eles seguiriam para Leste antes, acompanhando o Rio Dars. Norte, rumo a guerra.

Enquanto isso o rei partia para Capital, ficando seguro, assim ele esperava pois Negra era onde Elari estava.

O groule saiu da caverna.

O rei havia partido de Incantalar e seguia para o Palácio de Rocha.
Steve esperava que ele não tivesse que sair de lá. Que não precisassem da ajuda dos recém convertidos. Uma guerra. E ele pretendia fazer com que durasse menos de um mês. Que a vitória os banhasse de vermelho e que toda aquela tensão acabasse.

Steve queria voltar para casa logo.

Elari havia capturado sua calça folgada entre os dedos e esfregava o tecido um no outro cada vez mais forte conforme sua tensão crescia

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Elari havia capturado sua calça folgada entre os dedos e esfregava o tecido um no outro cada vez mais forte conforme sua tensão crescia.
Eles estavam ali há aterradores cinco minutos e ela achava que gritaria a qualquer instante.

Não era simplesmente porque o velho era Salyu, não era ainda porque ele era uma ameaça apenas por respirar, mas por tudo isso e porque ele não tirava os olhos azuis e brilhantes dela. O seu aprendiz, por outro lado, não tirava os dele de Gemma. E duas batalhas eram travadas no silêncio de um escritório, de um lado duas pessoas pareciam discutir com olhares, de outro, Elari tentava não ter um ataque cardíaco e nem furar a calça. Talvez falhasse em ambos.

- Qual a sua origem?

Elari engasgou com o ar e respondeu ainda nervosa, mesmo com Gemma se aproximando dela não era suficiente, aquele macho havia derrotado a metade de um exército inimigo sozinho, a outra foi pelo rei e aquilo era ainda menos reconfortante.

- Tesme.

Ele ficou pensativo por um instante antes de estalar os dedos e apontar para ela como se um amigo próximo o tivesse dito algo de que não se lembrava.

- Aquele pequeno pedaço de terra na ilha que foi quase toda entregue aos vermelhos!

Elari acenou, apesar de estar pouco confortável ou propensa a se mover.

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