Nada.
Apenas nada estava bem para Steve.
Ele estava a caminho do Norte, a caminho de uma possível morte e não importava se ele era um miren, se ele era admirável com uma espada, a guerra sempre trazia mortes e o último general morreu em uma simples batalha que demonstrava todo o atrito entre os vermelhos e negros, a última rainha também havia sido morta por vermelhos, a fêmea mais poderosa do reino.Ele esperava retornar, poder voltar e ver Elari. Se ele conseguisse diria a ela, diria o que sentia a anos.
Esses eram os pensamentos do general enquanto ele avistava o novo acampamento no horizonte, era provisório, apenas para que os machos descansassem por dois dias, mas a visão o atormentava, as reuniões com os capitães o atormentavam e a guerra parecia mais próxima.
Não importava que todos os negros possuíssem antepassados vermelhos, o sangue deles era a prova disso, vermelho, não importava que não existia mais verdadeiros negros, eles lutariam uns contra os outros e Steve estaria bem no front, na primeira linha, como um verdadeiro general, usando sua armadura negra e capa vermelha, vermelha para representar o rastro que ele deixaria para trás exatamente como a capa sempre estava.
Ele fechou os olhos e rezou aos deuses que estivessem escutando para que o sangue derramado não fosse muito, para que alcançasse a paz logo e ele pudesse a ver. Que Elari pudesse a ver.
Os soldados formavam círculos ao redor de fogueiras fugindo o frio remanescente. Ele riu.
Eles lutariam na primavera.
Será que seu sangue cobriria alguma flor?
Será que o campo ainda seria verde quando os vitoriosos marchassem de volta para casa?
- Me diga, o você teme?Elari olhou para Kah Sung, ele permanecia sentado, olhando para as Morringans, elas permaneciam fechadas, ainda havia resquícios de neve no solo. Eles estavam naquele cômodo repleto de beleza, ele a havia levado ali sem dizer nada, ambos sentaram-se sobre almofadas e permaneceram em silêncio por um longo tempo.
Ela fechou os olhos e inspirou profundamente, iria contar para ele. Antes que começasse ele fez falou mais uma vez.- Tenho sentido isso em você várias vezes, medo.
Ele não olhava para ela, era como se estivesse lhe dando espaço. Ela se deu um tempo, observando cada detalhe dele, desde os cabelos escuros que realizam azuis à luz, eles estavam penteados para trás, mas três mechas teimavam em ficar em seu rosto, a pele pálida por passar tempo demais em uma sala, o rosto com uma expressão um tanto severa, mas relaxada naquele instante, as sobrancelhas densas que faziam seus olhos cinza parecerem prata, os ombros largos e a postura perfeita mesmo naquele momento.
- Eu tinha oito anos quando Tesme entrou em crise por não ter contato com o continente. Todos estavam passando fome, não importava se era rico, pobre ou nobre, foi o inverno mais rigoroso e mesmo que o mar ao redor da ilha não congelasse, nenhum barco podia sair dos portos devido às tempestades que eram cruéis e poderosas. Estava tendo uma tempestade naquela noite e eu estava com fome, com medo dos relâmpagos, dos trovões. Minha irmã ainda era pequena, mas ela dormia serenamente, ela era a prioridade, ela não sentia fome porque bastava pedir e lhe davam tudo que tinhamos.
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Os Eternos
FantasyO que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos seus iguais, dos vizinhos, dos irmãos e parentes e, temendo seu destino cruel de se tornar um deles, um monstro, ela se vê dividida entre d...