capítulo 66

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Enfermeira - Paizinho, você vai assistir ao parto?

Estevan - Eu?- ela concorda com a cabeça.- Eu posso mesmo?

Enfermeira - Claro que sim!- ele parecia muito confuso,o que é normal em pais de primeira viagem. O levo até o vestiário, ele troca de roupa e em poucos minutos o levo até a mamãe, que está em trabalho de parto ativo.

Estevan
Entro na sala de pré parto,tem uma enfermeira com ela,mas a vejo com muita dor. Me aproximo e falo com ela,tento tranquilizá-la mas entendo seu nervosismo, afinal ainda é cedo para a chegada da Mel. Massageio suas costas como a enfermeira me ensina e não saio do seu lado em nenhum momento.
Ela chora,respira com dificuldade e me aperta durante as contrações.

Três horas depois...

Marcela - Não era hora Estevan!- choro de medo que ela tenha alguma complicação.

Estevan - Vai ficar tudo bem!- beijo seus cabelos molhados de suor.- Ela quis vir agora,apressada e determinada igual a você!- ela sorri em meio ao turbilhão de emoções que sei que deve estar sentindo.
Sem demora, exatamente às 01h34 da manhã nasceu a Mel, prematura de 31 semanas, pesando 1991 kg e medindo 42 centímetros, aparentemente com bons pulmões e deixando tanto eu quanto a mãe dela muito emocionados.- Parabéns, ela é linda!- beijo sua testa.

Marcela - Obrigada por não me deixar sozinha!

Estevan - Eu nunca faria isso!

Enfermeira - Você vai ter que esperar lá fora paizinho!- ele se despede e sai para que pudéssemos cuidar do pós parto da mamãe.

Marcela
Assim que ela nasceu a colocaram próxima ao meu rosto,dei um beijinho em seu pequeno rostinho,a identificaram com a pulseira hospitalar e a levaram imediatamente para a UTI neonatal...- Ela vai ficar bem?- pergunto angustiada.

Enfermeira - Claro mãezinha, ela é um bebê saudável, só nasceu cedo demais e precisa de uma ajudinha para respirar e ganhar um pouquinho mais de peso.- a tranquilizo.

Marcela
Fiquei dois dias no hospital e tive alta,a minha mãe,a Vivi e o Estevan se dividiam para ficar comigo. Foi horrível receber alta e ter que deixar a minha borboletinha no hospital,mas ela ainda precisa aprender a respirar sozinha e ganhar peso.
Era difícil chegar em casa todos os dias sem ela,eu torcia para o dia amanhecer logo para eu poder vê-la, passar o dia no hospital ao lado dela era a minha rotina favorita. Eu tirava leite,mas ela ainda era alimentada por uma sonda.
O Estevan me levava e buscava todos os dias e sempre que podia ele queria vê-la.
Cada grama que ela ganhava era uma vitória e vê-la precisando cada vez menos do respirador era um grande alívio,eu não via a hora de poder pegá-la no colo.

Mel

MarcelaQuando ela completou 16 dias pude pegá-la no colo pela primeira vez

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Marcela
Quando ela completou 16 dias pude pegá-la no colo pela primeira vez. Pensa numa emoção!
Não sei quem chorava mais se era eu, a Mel ou a minha mãe que estava neste dia comigo. Ela já não usava mais o respirador e foi o maior desastre tentar amamentá-la,ela não conseguia sugar e eu me senti frustada,mas as enfermeiras, a minha mãe e o Estevan me incentivaram a continuar tentando e dois dias depois ela já mamava direitinho e graças a Deus eu tenho bastante leite.

Dois dias depois...

Estevan - Deixa eu registrar a Mel?- peço chegando ao cartório com ela.

Marcela - Estevan,a gente já teve essa conversa antes!

Estevan - Não estou pedindo para você mentir para ela,apenas que me deixe registrá-la.

Marcela - Eu sou muito grata a tudo o que você fez e faz por mim e por ela, mas eu não vou fazer isso!- afirmo e noto sua decepção. Ele fica triste quando o escrivão me entrega a certidão de nascimento da Mel.

Estevan - Mel Gaspar, cadê o Raj?

Marcela - Raj é do meu pai e ele deixou bem claro que não queria saber de nós...

Estevan - Poderia ter o Sampaio aqui e o meu nome aqui, se você não fosse tão teimosa!- reclamo no caminho até a maternidade.

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora