Órfã de mãe desde os cinco anos de idade, Marcela Gaspar Raj,foi criada pela empregada da família Suzana, pela qual tem um carinho imenso e a recíproca é verdadeira. Seu pai Marcelo Gaspar Raj, sempre foi um homem muito bem sucedido em seus negócios...
Marcela Fomos todos para o Pronto Socorro,o Lucas foi levado às pressas para a cirurgia e eu fiquei com a Mel que precisou ser examinada para verificar que tipo de calmante deram a ela,se ela tinha sofrido algum ferimento e outros procedimentos padrão,depois de algumas horas ela foi liberada pois seus exames deram todos bons resultados. A minha mãe,o doutor Guilherme,a Vivi e o Estevan estavam todos ali me apoiando. Depois de muito resistir eles me convenceram a ir para casa para levar a Mel,foi horrível chegar em casa sem ele. Enquanto eles cuidavam da Mel eu me dirigi até o quarto para tomar um banho e trocar a roupa, assim que abri a porta tive a pior sensação do mundo. Ver tudo o que sonhamos juntos pronto e ter que estar aqui sozinha foi horrível pra mim. Me ajoelho chorando na lateral da cama e olho carinhosamente para o presente que deixei ali em cima da cama para que fosse a primeira coisa que ele visse assim que entrasse no quarto.
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Lembro-me de quando fiz o teste uns dias antes do casamento e fui procurar por algo que impactasse ele com a notícia,eu ainda não sei o sexo,mas quando vi esse sapatinho o meu coração bateu mais forte,então na mesma hora eu soube que teria que trazê-lo e dar como revelação de gravidez para ele...
Dias depois...
Marcela Me revezo entre os cuidados com a Mel e as idas e vindas do hospital,o Lucas já saiu do coma induzido e da situação crítica,o seu estado é considerado estável. Ele passou por 4 transfusões de sangue e sinto no fundo do meu coração que ele está tentando reagir. É muito triste vê-lo ligado a todos esses aparelhos, também é horrível ver a nossa filha chorar de saudade do pai. Ela ainda não sabe do ocorrido,tudo o que eu disse a ela é que ele está muito doente, já perdi as contas de quantas vezes ela pede por ele,pede para vê-lo,mas como ele está na UTI ela não pode entrar. Eu estou aqui diariamente,nos três horários de visita,fico todos os trinta minutos ao lado dele implorando para ele me ouvir e acordar. Quando a Karina,o Leandro ou outro amigo ou familiar vêm,eu fico um pouco menos para que os outros possam vê-lo também. Não tem um único dia em que eu não diga que o amo e que eu e as crianças estamos esperando por ele,queremos ele de volta,tenho certeza de que ele me ouve e que está se esforçando e lutando pela vida.- Volta pra mim,eu te amo tanto!- peço segurando a mão dele.
Lucas ( pensamento). Há dias eu tento me comunicar e abrir os olhos ou enviar qualquer sinal,mas meu corpo não me obedece. Sofro ao ver o sofrimento da Marcela,o meu coração fica apertado quando ela fala que a Mel sente minha falta e a vontade de beijar a barriguinha dela é enorme. Cada vez que ela chora e pede para eu voltar,tenho vontade de abraçá- la,de responder e até de gritar,mas não consigo,todos os meus esforços são inúteis.
Médico - Olá!
Marcela - Doutor,eu tenho certeza que ele mexeu a mão!- falo segurando a mão dele. O médico dá uma examinada nele,mas não acha nada significante.
Médico - Bom,ele já foi tirado do coma induzido,a cirurgia foi muito bem e só nos resta esperar ele acordar. O movimento que você sentiu pode ter sido um movimento espontâneo ou talvez ele esteja tentando reagir...
Marcela - Você acha que ele vai se recuperar?- pergunto esperançosa.
Médico - Fizemos o melhor possível, agora é só esperar ele acordar para ver que procedimentos tomar daqui para frente. Bom,agora você precisa ir já acabou o horário de visita.
Marcela - Amor, amanhã eu volto. Certamente cheia de desenhos e muitos beijinhos que a Mel pede para eu te dar. Acorda logo,por favor!- me despeço com um beijo na testa dele e saio.
