Órfã de mãe desde os cinco anos de idade, Marcela Gaspar Raj,foi criada pela empregada da família Suzana, pela qual tem um carinho imenso e a recíproca é verdadeira. Seu pai Marcelo Gaspar Raj, sempre foi um homem muito bem sucedido em seus negócios...
Marcela Eu custei muito a dormir,o Lucas apagou as luzes mas mesmo assim eu fiquei babando na minha aliança, mesmo no escuro eu podia ver seu brilho e parecia criança com brinquedo novo,toda boba. Não parava de imaginar na minha cabeça,eu e ele juntos em um futuro próximo, construindo nossa vida e os nossos sonhos. Temos tantas coisas em comum e desejamos coisas parecidas,tenho certeza de que somos alma gêmeas.- Amor?
Lucas - Hum?
Marcela - Você já está dormindo?
Lucas - Quase!- sinto seu queixo no meu peito,abro os olhos e encontro os dela brilhando no escuro.- Que foi?- acaricio seu rosto.
Marcela - Não consigo dormir!
Lucas - Por que? Vem cá!- a puxo para mais perto de mim e sinto sua respiração no meu pescoço.
Marcela - Você vai querer morar aqui, depois que a gente casar?- ele fica em silêncio por um instante.
Lucas - Bom,eu sempre quis morar fora do país. Mas eu fico pensando na mãe e no Leandro...
Marcela - Você fica preocupado em deixar eles aqui?
Lucas - Não,eu sei que eles gostam daqui...mas eu queria deixar eles bem,com uma boa condição de vida! Se eu for tudo bem para eles,mas a minha cabeça vai estar aqui!
Marcela - Sei bem como é isso!- ele me olha.
Lucas - Você é muito corajosa!
Marcela - Sou não! Eu não tive escolha,fui obrigada. Meu pai nunca soube como lidar com a morte da minha mãe e acho que eu lembrava muito ela... ele praticamente achou uma maneira de se livrar de mim.
Lucas - Não pensa assim!
Marcela - Mas foi bom,eu também aprendi muito,amadureci,tomei minhas próprias decisões e...
Lucas - E voltou a tempo pra mim!- ela sorriu.- Você não se parece com seu pai em nada, nadinha!
Marcela - Nem fisicamente,muito menos na personalidade e na forma de pensar.
Lucas - Se parece com sua mãe?
Marcela - Fisicamente não,mas quando meu pai fica bravo ele sempre diz: Você é igualzinha sua mãe ou tinha que puxar a sua mãe.- ele ri. Mostro uma foto da minha mãe no celular para ele que me olha, talvez buscando alguma semelhança,mas ele não diz nada.
Cecília (mãe)
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Marcela - Quando eu tinha uns quatorze anos,eu perguntei para o meu pai se eu era adotada...- sento na cama e a cena daquele dia passa inteira na minha cabeça,fico olhando para a foto da minha mãe.
Lucas - O que ele disse?
Marcela - Ele disse que não,que eu sou filha dele com toda certeza...dois meses depois me matriculou em uma escola fora do Brasil e eu fiquei lá até terminar a faculdade...longe de todo mundo que é importante para mim.
Lucas - Por isso eu disse que você é corajosa!- sento na cama e vejo que ficou triste relembrando,a trago para perto de mim e a abraço forte.- Não fica assim.- dou um selinho nela.
Marcela O Lucas ficou me confortando e enchendo de carinho,mudamos de assunto,ele estava com sono,mas eu não!- Você vai querer casar na igreja?
Lucas - Caso onde você quiser!- falo sonolento.
Marcela - Amor!- reclamo.
Lucas - Eu não sei,homens não ligam muito pra isso! Só o fato de ficar com você o resto da minha vida já está excelente,essas formalidades são mais vocês mulheres que gostam.- ela não disse nada.- Não vai dizer nada?
Marcela - Dizer o que?
Lucas - Onde você quer casar?
Marcela - Pra que? Homens não ligam para essas formalidades!- respondo e ele ri alto.
Lucas - Não ligamos mesmo,mas a maioria de nós é capaz de tudo,só para ver um sorriso nesses rostinhos... até mesmo usar aquelas roupas de pinguim.- ela gargalha.- Fala,o que você está pensando?
Marcela - Casamento no civil,uma recepção pequena no jardim de casa só para nossa família e amigos mais próximos,um pastor para nos abençoar e você me tirando para dançar.
Lucas - Mesmo?- ela concorda e eu fico surpreso com a simplicidade do que ela quer.- Fácil!
Marcela - Fácil?
Lucas - É! Eu pensei que você fosse querer aquelas festas de revista,mas você sempre me surpreende.
Marcela - Surpreendo? Acho que você não me conhece direito.
Lucas - Me visto até de pinguim se você quiser.- ela ri e me beija.- Já tá tarde, vamos dormir!
Marcela Ele me abraçou e não demorou muito dormiu, fiquei pensando em tudo o que conversamos até os meus olhos pesarem e o sono me vencer.
