Maria (empregada) - O senhor precisa de alguma coisa seu Lucas?
Lucas - Desculpa por você ter presenciado tudo isso. Se você encontrar qualquer coisa feminina aqui é da Lara, então põe tudo em uma mala. Amanhã vou para São Paulo passar uns dias fora trabalhando e se ela aparecer vou deixar proibida a entrada dela no apartamento,mas você pode levar a mala com as coisas dela lá para baixo,por favor!
Maria - Sim senhor! Ahhhh,a dona Karina ligou mais cedo,ela queria saber como o senhor está!
Lucas - Obrigada Maria,vou ligar para ela... E por favor, para de me chamar de senhor!- peço e ela ri.
Pego o celular e ligo para minha mãe,ficamos mais de uma hora conversando.Uma semana depois...
Lucas - Onde estão as minhas coisas?- pergunto ao ver a minha sala vazia.
Secretária - A dona Lara mandou tudo para sua casa!
Lucas - Como assim?
Lara - Simples!- falo chegando e entregando o papel para ele.
Lucas - Ordem restritiva? Você está louca,essa empresa é minha!
Lara - Bom...era! Quando percebi que você estava ficando fora de controle por causa daquela lá,coloquei uma procuração no meu nome junto com uns documentos que você assinou...
Lucas - Você me roubou?- pergunto apreensivo.
Lara - Claro que não meu amor,eu somente estou protegendo o seu patrimônio.
Lucas - Protegendo?
Lara - Sim,você nem sabe o porquê dela estar se aproximando de você,pode ser puro interesse...
Lucas - Primeira coisa: quem se aproximou dela fui eu,segunda: ela é milionária e me quis mesmo quando eu não tinha nada e terceira coisa: você pode ficar com tudo o que é meu,menos comigo!- ela tenta argumentar,mas tô com tanta raiva que prefiro sair de perto dela,antes que eu perca o resto do controle que ainda me resta.
Ligo para o meu advogado que disse que vai avaliar a situação o mais rápido possível...me arrependo de ter voltado para o Brasil, talvez eu tivesse melhor se continuasse na Holanda. A Marcela já tem uma família,a Lara é doida varrida e eu perdi a Inovar. Dirijo sem rumo,pensando em uma forma de fazer as coisas darem certo...Marcela
Passei o dia inquieta,a Mel foi ao cinema com a Vivi e o Estevan e eu fiquei sozinha com muitas coisas passando pela minha cabeça... simplesmente levanto e pego a minha bolsa,chamo um Uber e em minutos estou na antiga casa do Lucas.
Não tem sinal de gente ali e como o portão estava aberto fui entrando.
É difícil não sentir nada ali,o sol está se pondo e ando pelo pátio,me sinto em paz aqui,apesar de tudo é um lugar que eu gosto... ando até a área dos fundos e me perco nos meus pensamentos.Lucas - Marcela?- ela me olha assustada,estava pensativa e com um olhar triste quando eu cheguei.
Tento me aproximar,mas cada passo em direção à ela era um passo para trás que ela dava. Olho para a casa e muitas lembranças boas me vêem a cabeça.- Eu amo esse lugar! Cresci aqui e tudo me lembra a minha família,a vida era muito boa,mesmo com todas as dificuldades.- ela me olhou brevemente e tornou a olhar para a casa.- Sinto muito a falta da minha infância,do pai e da mãe discutindo comigo e com o Leandro: põe o chinelo vocês dois vão ficar doentes!- rio,revezando o olhar entre ela e a casa.- Sinto sua falta,falta de tudo que havia entre nós! Você foi a primeira e a única que eu trouxe aqui.- noto ela passar as mãos no rosto e só então percebo que chora em silêncio.- Você está entre as minhas melhores lembranças! Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida naquele momento...- ela nega com a cabeça sem olhar para mim.- Parecíamos adolescentes namorando escondido.- sorrio de canto ao lembrar. - Eu nunca amei ninguém como eu amo você!Marcela - Mentira!- falo com a voz embargada pelo choro. Tento passar por ele que segura o meu braço.- Me solta!- falo chorando.
Lucas - Por favor,me escuta!- peço já chorando também.
Marcela - Não!- limpo meu rosto com a mão livre.- Me solta!- falo mais alto,mas ele não me larga.
Lucas - Eu nunca quis fazer aquilo,eu...
Marcela - Mas fez!- tento segurar o choro,mas não consigo.
Lucas
Percebo que não vou conseguir conversar com ela pelo estado emocional que ela está. Coloco a mão no bolso,pego minha carteira e retiro de lá um papel dobrado que já está meio amarelado e que carrego comigo há muito tempo, entrego para ela que segura sem abrir.- Vou te soltar,se você puder dá uma olhada no que tem aí.- peço,a solto e ela sai apressadamente sem olhar para trás. Sofro ao vê-la ir embora.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estava Escrito
FanfictionÓrfã de mãe desde os cinco anos de idade, Marcela Gaspar Raj,foi criada pela empregada da família Suzana, pela qual tem um carinho imenso e a recíproca é verdadeira. Seu pai Marcelo Gaspar Raj, sempre foi um homem muito bem sucedido em seus negócios...