capítulo 4

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Lucas - Já coloquei todas as malas no seu quarto...

Marcela - Muito obrigada!

Lucas - Se precisar de mim estarei lá fora terminando um trabalho!- falo para dona Suzana.

Suzana - Tá bom meu filho,muito obrigada!

Lucas - Tchau,tchau!

Suzana - Vem,você deve estar com fome. Fiz bolo de cenoura com cobertura de chocolate que você adora, também fiz chocolate quente,mandei comprar croissant,pastel de queijo e goiabada que você também ama e churros.- falo animada e ela ri.

Marcela - Tudo que eu gosto! Meu Deus,vou virar uma bola desse jeito.- rimos.- E o pai? Que horas será que ele chega?

Suzana - Bom meu anjo,você sabe como é o seu pai. Ele tem muitos negócios e hoje acordou bem cedo,mas nos deu ordens específicas,ele queria tudo perfeito para sua chegada. Tem até um presente para você que ele mesmo comprou e está lá no seu quarto.

Marcela - Típico dele, nunca estar presente e querer me comprar!- resmungo.

Suzana - Não diz isso meu bem,ele faz o melhor que pode!

Marcela - Melhor para quem Su?- mudamos de assunto,servi algumas coisas que adoro e fui comer junto com elas na cozinha.
Desde que minha mãe faleceu quando eu tinha cinco anos a Su assumiu amorosamente o papel de me criar e educar. Eu não lembro muito bem da minha mãe pois eu era muito pequena naquela época,mas eu sei que foi muito difícil,ao mesmo tempo a Su foi minha segunda mãe e meu pai.
A morte da minha mãe deixou meu pai muito abalado,ele nunca aceitou aquela situação e tão pouco soube lidar com ela,então ele simplesmente preferiu trabalhar horas no escritório e passar dias viajando a trabalho do que estar em casa.
Não o culpo por isso,as pessoas agem diferentemente a certas situações,sei que ele sofreu muito e não soube lidar com a dor,mas o culpo por não pensar em mim e no quanto foi difícil para mim também.
Agradeço a Deus por ter me dado a Su,foi por causa dela que pude ter uma vida mais perto do normal possível.
Lembro-me de quando ela casou,eu fui dama de honra mesmo contra a vontade do meu pai e quando eu completei sete anos ela ficou grávida da Vivi. Eu amava ficar perto delas, até meu pai proibí-la de trazer a Vivi para o trabalho.
Quando a Vivi tinha três anos o pai dela sofreu um derrame e acabou falecendo,sei muito bem como é perder alguém importante.
Elas passaram por momentos muito difíceis e eu não sei se fiquei espantada ou mega feliz quando meu pai permitiu que elas viessem morar na casa anexo a garagem. Não é muito grande tem dois quartos,banheiro e a sala e cozinha são juntas. Eu fiquei feliz demais,afinal eu não diria mais tchau no fim do dia para a Su.
Eu realmente perdi as contas de quantas vezes esperei meu pai dormir e fugi para ir dormir com elas, chegava lá no meio da noite e às vezes estava frio e batia na janela do quarto da Su que levantava correndo com um cobertor para me aquecer.
Eu e a Vivi crescemos juntas,o meu pai mudou um pouco e ele até pagou os estudos da Vivi,assim como pagou os meus. Acho que ele se deu conta da importância delas na minha vida e quis recompensar de alguma forma.
Quando cheguei ao ensino médio ele achou melhor que eu fosse para fora do país, acabei terminando os meus estudos e cursando faculdade em Vancouver no Canadá.
No início foi muito difícil,tudo diferente e sem ninguém conhecido por perto,mas a família de amigos do meu pai que foram os meus tutores eram muito bons para mim.
Quando fui para a universidade tive que me virar sozinha,aluguei um pequeno apartamento com o dinheiro que meu pai mandava. Eu sempre tive certeza de que queria cursar Administração mesmo contra a vontade do meu pai que sempre sonhou que eu assumisse a empresa após ele. Por ele eu cursava direito ou comércio exterior,mas segui meu coração e fiz o curso que queria e pós graduação em Gestão de Pessoas.
Meu primeiro emprego foi de balconista de uma lanchonete,depois fui recepcionista em um escritório até ser promovida a secretária. Assim passei a me sustentar sozinha e com o dinheiro que meu pai mandava fiz uma poupança pensando no futuro.

Estava EscritoOnde histórias criam vida. Descubra agora