Capítulo 45

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Johnny a ajuda a se levantar e os dois vão juntos para o banheiro que tem no quarto. Logo após o banho eles se vestem e ficam deitados descansando. Já era 16:00 horas. Susan e Sophie chegam em casa. Anne e Johnny acabaram dormindo. Susan sobe até o quarto e meio receosa bate de leve na porta. Johnny acorda e diz baixinho:

- Pode entrar.

Susan abre a porta devagar e vê Anne dormindo abraçada a Johnny. Então ela pergunta sussurrando:

- Ela está bem:
- Sim. (diz ele também sussurrando)

Susan dá um sorriso e recua fechando a porta deixando-os a sós novamente. Susan vai até a sala e Sophie pergunta:

- E aí?
- Anne tá dormindo.
- Deixa ela... aposto que se cansou bastante. (diz Sophie rindo)
- Que isso Sophie. Não me respeita mais não é?
- Desculpa mãe. (diz ainda rindo)

Susan balança a cabeça e sai da sala. Sophie senta no sofá e liga a televisão. Mas ela nem prestava atenção no que estava passando porque seus pensamentos estavam em Nova York.

- Orlando... meu amor. O que será que ele tá fazendo nesse momento? (pensa ela não conseguindo evitar algumas lágrimas)
- Será que tá com alguma mulher? (isso disse em voz alta)
- Pensando naquele canalha Sophie? (pergunta Johnny descendo as escadas)

Ele havia deixado Anne dormindo.

- Que susto Johnny!
- Perdão! E me desculpe também por ter escutado o que disse.
- Tudo bem. Eu tava pensando em voz alta. É, eu to pensando no Orlando sim, mas ele não é nenhum canalha.
- Me perdoe, mas é sim. (diz Johnny)

Johnny se senta ao lado dela no sofá.

- Se você continuar falando assim dele vou ficar aborrecida com você.
- Eu não quero me meter na sua vida, mas quer um conselho? Esquece ele. Orlando não merece seu amor. Você é uma garota linda, meiga, incrível e merece alguém que a ame de verdade. Não vale a pena você perder tempo amando ele.
- É fácil pra você falar. Então me diz como eu faço pra deixar de amá-lo? Se você descobrir a fórmula pra deixar de amar alguém assim como eu amo Orlando, me conta, valeu? (Sophie se levanta)
- Ei, espera! Não fica chateada comigo. Eu to falando isso porque eu te quero bem e me deixa muito triste vê-la sofrer por alguém que não merece.
- Você só diz isso porque tá com ódio dele. Vocês eram melhores amigos!
- Você disse bem... éramos! (diz Johnny)
- Johnny me desculpa o que eu vou dizer, mas foi você que o magoou. Você deixava ele falar sobre o amor que ele sentia por Anne e você não disse que também a amava. Pra de repente ele pegar vocês dois aos beijos. Foi um choque pra ele. Aposto que foi a maior decepção que ele já teve na vida. Ser enganado pelo melhor amigo.
- E o que ele fez a Anne? Não conta pra você? Pois pra mim conta muito. Ele quis se vingar dizendo tudo pro tutor dela. Por pouco eu não a perdi pra sempre.
- Mas ele se arrependeu. (diz Sophie)
- Mentira! Ele é um covarde, isso sim. E o que ele fez a você? Beijou Anne na sua frente mesmo sabendo que você o amava e que ainda não sabia sobre o amor dele por ela. Foi um choque pra você também, não foi?
- Foi. Mas eu já o perdoei.
- Pois eu não. Por mim... se ele morrer não vai fazer falta nenhuma.
- PARA JOHNNY... PARA! (grita Sophie já chorando)

Susan volta à sala e pergunta:

- O que tá acontecendo aqui?
- Perdão Susan!
- Você tem que pedir perdão é pra mim. (diz Sophie)
- Por que ele tem que pedir perdão a você? (pergunta Anne que havia acordado e estava descendo as escadas)
- Por que ele tava falando mal do Orlando pra mim... logo pra mim. (diz Sophie chorando)
- Johnny... o que você falou? (pergunta Anne)
- Você não vai querer defender ele também, né? (pergunta Johnny)
- Não. Eu não. (diz Anne)
- Gente, por favor, se acalmem. (diz Susan)
- Retire o que você disse Johnny. (diz Sophie)
- De jeito nenhum! Ele é um miserável, canalha, covarde...
- CALA A BOCA... CALA A BOCA... (grita Sophie)
- Sophie pelo amor de Deus! (diz Susan)
- Retire o que disse! (insiste Sophie)
- Não! (diz Johnny)
- Então saia da minha casa, agora! (diz Sophie)
- Sophie... (diz Anne já chorando)
- Sophie você não pode expulsá-lo daqui. (diz Susan)
- Posso sim. Essa casa também é minha.

Sophie olha pra Johnny e grita:

- FORAAA...
- Para Sophie... (pede Anne aos prantos)
- Eu vou. Mas não retiro nada do que eu disse daquele idiota.
- Me perdoe Susan. (diz Johnny)
- Eu é que peço perdão pela minha filha. Eu to muito envergonhada.
- Não se preocupe. (diz ele)
- Espera Johnny. Eu não aceito que você vá embora, não desse jeito. Sophie não tem esse direito. Fica!(diz Susan)
- Se ele não sair quem sai sou eu. (diz Sophie)
- Para com isso Sophie. Não Johnny. A casa é minha e você não vai acatar as ordens de uma pirralha mimada. (diz Susan)
- Mãe!
- É isso mesmo Sophie. Pede desculpas pro Johnny. Que falta de respeito!
- Não! Ele é quem tem que me pedir desculpas.
- Deixa Susan. Não precisa.
- Precisa sim. Já tá na hora dessa mocinha aprender a respeitar os outros.
- Se ele não sair, quem sai sou eu. (diz Sophie)
- Saia se quiser, mas antes vai pedir desculpas pro Johnny.
- A Sra. está contra mim... sua própria filha.
- Não estou contra ninguém Sophie.
- Tudo bem então, eu saio. (diz Sophie)

Quando Sophie vai até a porta pra sair, Anne a chama:

- Sophie... não vai não, fica, por favor! Vocês não podem ficar brigados desse jeito.
- Então pede pra ele retirar o que disse.
- Não retiro nada. (diz Johnny)
- Por que não Johnny? Não custa nada. (diz Anne)
- Só porque ela o ama eu não sou obrigado a achar ele maravilhoso. Não depois do que ele nos fez. (diz ele)
- E eu não sou obrigada a achar ele um canalha só porque estão brigados. (diz Sophie)
- Parem com isso, por favor! Não vê que estão me fazendo mal? (diz Anne chorando e se sentando no sofá)
- Meu amor o que você está sentindo?
- Anne... (Sophie se aproxima e se senta ao lado dela)
- Eu vou pegar um copo com água. (diz Susan)
- Tá sentindo alguma dor? (pergunta Johnny preocupado)
- Não. Vocês só me deixaram nervosa com essa briga toda. Vocês não pensam em mim? Se vocês ficarem brigados será muito difícil conviver com isso. Vocês são as pessoas que eu mais amo no mundo.

Johnny e Sophie se olharam.

- Eu sei meu amor. Me desculpa!
- Desculpa Anne! Eu não queria que você se sentisse mal. (diz Sophie)

Susan volta com a água. Anne bebe e lhe devolve o copo. Sophie se levanta chorando, olha pro Johnny e diz:

- Desculpa!

Ele vai até ela e lhe dá um abraço.

- Me perdoa minha linda! Eu só tava preocupado com você. Não quero que sofra.
- Eu sei. Mas eu amo Orlando e vou amar a minha vida toda. Eu só quero que vocês respeitem isso.
- Eu prometo que vou respeitar. (diz Johnny)

Johnny lhe dá um beijo na testa e volta a se sentar ao lado de Anne. Sophie também volta a se sentar do outro lado dela.

- É assim que eu quero ver vocês dois. Me prometem? (diz Anne)
- Sim. (dizem Johnny e Sophie)
- Bem... agora é melhor eu ir. (diz Johnny)
- Não precisa ir se não quiser. (diz Sophie de cabeça baixa)

Johnny se levanta, para na frente de Sophie e pega nas duas mãos dela fazendo-a se levantar.

- Escuta. Eu não quero que fique constrangida comigo por causa dessa discussão idiota, tá bom?
- Ta. (diz Sophie sorrindo)
- Além de você ser minha amiga eu também a considero como uma filha. (diz ele)
- Um tanto quanto novo pra ter uma filha da minha idade, mas tudo bem. Eu também te considero como um pai.
- Obrigado pelo novo. (diz ele sorrindo fazendo Sophie sorrir também)
- Agora deixa eu ir. Preciso me organizar lá em casa. Eu mal cheguei de Londres e vim logo pra cá.
- Por falar nisso... por que você veio até aqui? (pergunta Sophie)
- Eu vim pra te pedir ajuda.
- Ajuda? (diz Sophie)
- É. Pra me encontrar com Anne.
- Ah. (diz Sophie)

Johnny olha pra Anne e diz:

- Vem cá meu amor.

Anne se levanta e ele a abraça.

- Johnny, como vamos continuar nos encontrando?
- Eu vou dar um jeito. Não se preocupe!
- Vocês podem se encontrar aqui. (diz Susan)
- Aqui? Não, não... (diz Johnny)
- Por que não? (pergunta Susan)
- Por que eu não vou me sentir bem. Vou incomodar vocês.
- Vai incomodar nada Johnny. (diz Sophie)
- Eu agradeço o convite, mas é melhor não.
- Tudo bem. Mas se mudar de idéia... o convite continuará de pé. (diz Susan)
- Obrigado!
- Quando eu vou te ver? (pergunta Anne)
- Amanhã. (diz ele)
- Mas aonde?
- Me dá o número do seu celular. Eu ligo ainda hoje pra te avisar. (diz Johnny)
- Tá.

Anne diz o número e Johnny anota no celular dele.

- Eu te amo! (diz ele)
- Eu também.

Johnny se despede de Susan e Sophie. Anne o acompanha até a porta abarcada a ele. Ele lhe dá um beijo e sai. Anne fica olhando ele entrar no carro e ir embora. Anne fecha a porta e se senta novamente. O celular dela toca.

- É ele. (diz Anne)
- Quem? (pergunta Sophie)
- Sr. Wilkinson.

Anne atende.

- Oi. (diz ela)
- Dawson, onde você está?
- Na casa de Sophie.
- Você saiu de manhã. Eu não disse que podia ficar aí depois que saísse do médico. Volte pro Hotel agora mesmo.
- Me desculpe não ter avisado. Eu já estou indo.
- A Srta. está bem?
- Sim, por quê?
- Por que acabou de me pedir desculpas e disse que já está vindo sem me questionar.
- Pois é. Resolvi dar uma trégua pelo meu bem e do meu bebê, é claro.

Ele fez cara de desgosto do outro lado da linha.

- Sei... (diz ele)
- Vejo a Srta. daqui a pouco. (completa ele e desliga o telefone)
- Anne, é verdade isso de dar uma trégua? (pergunta Sophie)
- Sim. Ele tem que passar a confiar em mim, se não como eu vou ficar saindo pra me encontrar com Johnny?
- É você tem razão. (diz Sophie)
- E você tem mesmo que evitar brigas por causa do seu estado. (diz Susan)
- Eu sei. Susan pede um táxi pra mim?
- Claro meu anjo.

Depois de uns vinte minutos o táxi chega. Anne se despede de Susan e Sophie e entra no táxi.

- Hotel Plaza, por favor! (diz Anne pro taxista)

O taxista a olha pelo retrovisor e faz uma cara de desapontamento e diz:

- Jesus, Maria e José! A Srta. de novo!

Pra surpresa de Anne e por pura coincidência era o mesmo taxista que a havia levado de manhã até a casa de Sophie.

- É, sou eu. Mas não se preocupe que não vou vomitar no seu táxi.
- Eu lhe peço que não faça isso, por Deus!
- Não se preocupe! (diz ela meio sem graça)

Durante o percurso ele a olhava pelo retrovisor pra se certificar de que ela não estava prestes a fazer o que tanto ele temia. Anne apóia a cabeça no encosto do banco, ele fica assustado e pergunta:

- A Srta. está bem, não está? A Srta. não vai... ?

Anne levanta a cabeça e o olha bem séria.

- Sim, eu estou bem e não, eu não vou.

Anne torna a apoiar a cabeça no encosto.

- A Srta. quer que eu pare o táxi pra que vomite... na rua?

Ele realmente estava preocupado com seu carro. Anne o olha mais uma vez furiosa.

- Eu já disse que não vou vomitar. Se o Sr. continuar falando disso, vai acabar me dando vontade mesmo. E eu presumo que não seja isso que queira, não é?
- Não, claro que não. Perdão!

Mesmo assim ele continuava olhando pra ela pelo retrovisor, o que estava deixando Anne realmente incomodada.

- Pare de me olhar, por favor! Ou eu desço desse táxi em movimento e o Sr. será responsável pelo que acontecer comigo e com meu filho.
- Filho? Que filho?
- O que está na minha barriga.
- Ah, a Srta. está grávida... por isso tem vontade de vomitar. Mas tão nova! (comenta ele franzindo a testa)

Anne não acreditara no que acabara de ouvir e retruca.

- Foi o Sr. que fez por acaso?

O taxista ficou roxo de vergonha e começou a gaguejar.

- P-Perdão S-Srta.!

Não demorou muito e o táxi parou na frente do Hotel. Nesse meio tempo ele não disse mais nenhuma palavra e também parou de olhá-la pelo retrovisor. Anne o paga e quando sai do táxi, ele diz ainda meio envergonhado:

- Srta. me desculpe! Eu não quis...

Anne o interrompe.

- Tudo bem. Sem ressentimentos. E me desculpe também pelo...
- Ah, não se preocupe! (diz ele)

Ele vai embora e quando Anne se vira vê o Sr. Wilkinson a esperando na entrada do Hotel.

- Sr. o que faz parado aí?
- Esperando a Srta.
- Por quê?
- Por que estava demorando muito.
- Sr. eu tive que esperar o táxi. Ou o Sr. queria que eu criasse asas e viesse voando?
- Sem gracinhas Dawson.

Ele lhe dá as costas e entra. Quando Anne entra e passa por ele indo em direção as escadas pra subir pro seu quarto, ele a chama.

- Dawson.
- Sr. (ela se vira para olhá-lo)
- Aonde pensa que vai?
- Pro meu quarto.
- Quero conversar com a Srta. Acompanhe-me até o escritório.
- Sim. Sr.

Anne o seguiu em silêncio e seu coração estava apertado. Com certeza não esperava coisa boa dele. Ele abre a porta do escritório e a deixa entrar primeiro. Ele entra logo em seguida, fecha a porta e a manda se sentar. Anne senta no sofá e ele puxa uma cadeira e se senta em frente a ela.

- Então... a Srta. ainda continua com essa idéia absurda de ter esse filho?
- Esse assunto de novo não. (diz Anne se levantando)

Ele também se levanta, chega o seu rosto bem perto do dela e diz por entre os dentes:

- Sente-se!

Anne se senta e fica de cabeça baixa. Ele também volta a se sentar e a fica olhando.

- Responda a minha pergunta. (diz ele pausadamente e num tom bem frio)

Anne nada diz.

- RESPONDA! (grita ele)

Anne se assusta e levanta a cabeça.

- Sim. (diz ela bem baixo)
- É sua última palavra? (pergunta ele)
- Sim.
- Tudo bem então. Se é assim que prefere, terá esse filho.
- Como disse? (pergunta ela surpresa)

Anne o olha descrente. Ele se levanta, fica de frente pra mesa do escritório e de costas pra ela diz:

- Terá esse filho... mas não aqui.
- Não entendi. (diz ela se levantando)

Ele se vira para olhá-la.

- Como eu havia dito hoje cedo, a Srta. Não irá me envergonhar perante todos do Hotel com sua gravidez... precoce e indesejada.
- Indesejada para o Sr.
- Não me interrompa. Irá ter esse filho longe do Hotel. E depois que se recuperar do parto poderá voltar, mas... sem ele.
- O QUÊ! (diz Anne)
- Não acha que vai ficar desfilando com uma criança nos braços aqui, acha?
- Eu não sei qual de suas propostas é a mais absurda.
- Não é uma proposta, é uma ordem e dessa vez irá cumpri-la.
- E pra onde quer me mandar?
- Ficará em uma pousada... na verdade é uma fazenda. É de um grande amigo meu, no Texas.
- Texas?
- Sim. Ficará por lá até ter esse filho e depois a Srta. volta. E como eu já disse, sem ele.
- Como assim voltar sem meu filho?
- A Srta. entendeu muito bem o que eu quis dizer. Deixará ele por lá. Eu expliquei a sua situação pra esposa desse meu amigo e ela disse que se encarregará de tudo e que seu filho será adotado.
- NUNCA... seu louco! Monstro!
- ENTÃO TIRE ESSE FILHO! (grita ele)

Anne não conseguia parar de chorar.

- A escolha é sua. Agradeça-me ter lhe dado duas opções e a oportunidade de escolher.

Anne numa atitude de desespero vai até ele e levanta a mão pra lhe dar um tapa na cara, mas ele foi mais rápido e segurou o pulso dela com força.

- Como se atreve a levantar a mão pra mim!

Anne chorava descontrolada. Ele aperta o pulso dela com mais força a puxando para junto de si e diz:

- Nunca mais ouse tentar fazer isso de novo. (então ele solta o pulso dela)
- Lhe darei até o final da semana pra pensar nas duas opções, do contrário agirei a meu modo. E a Srta. sabe muito bem qual opção eu escolherei.
- Eu já disse que se tentar alguma coisa contra o meu filho eu o denuncio.
- Ouse me denunciar e se arrependerá de ter nascido. Agora saia daqui.

Anne vai até a porta e quando a abre ele a chama.

- Dawson.

Ela se vira para olhá-lo.

- Pense!

Anne sai do escritório batendo a porta com força e vai para seu quarto chorando muito. Já em seu quarto Anne se deita na cama e tenta se acalmar. Anoitece e ela pede seu jantar mesmo sem ter nenhuma vontade de comer. Um garçom leva o jantar pra ela. Ela se esforça um pouco e come quase a comida toda. Só que mais uma vez a comida não ficou muito tempo no estômago. Anne corre pro banheiro e vomita tudo.

- Que merda! Ninguém pode dizer que eu não tentei. (resmunga ela)

Ela escova os dentes e volta pra cama. As horas passam. Era 22:15 quando Johnny liga pro celular dela.

- Oi meu amor. (diz Anne com uma voz bem desanimada)
- Oi. Você tá bem?
- Estou.
- Sua voz tá estranha. O que você tem Anne?
- Nada.
- Tem sim. O que é?

Anne começa a chorar ao celular.

- Anne, você ta me deixando preocupado. Me conta o que aconteceu.
- É o meu tutor.
- O que ele fez?
- Ontem ele disse que... que eu teria que tirar o nosso filho.
- O QUÊ! E o que você disse?
- Que se ele tentasse alguma coisa contra o meu bebê eu o denunciaria por que pelo que eu sei aborto é crime.
- E o que ele fez?
- Ficou furioso, mas não me fez nada. Só que quando eu cheguei da casa da Sophie, ele perguntou se eu ainda estava com a idéia absurda de ter esse filho e eu disse que sim. Aí ele me disse que eu poderia ter o bebê, mas que eu o teria em outro lugar e depois que eu me recuperasse do parto eu poderia voltar, só que sem o nosso filho.
- Que monte de absurdos são esses que você tá me dizendo? Eu não to entendendo nada Anne.
- Ele quer que eu vá pra uma pousada ou fazenda, sei lá que droga que é, de um amigo dele no Texas. Ele quer que eu tenha o bebê lá e depois volte sem o nosso filho nos braços. Ele quer que eu o deixe por lá Johnny. Ele disse que a esposa desse amigo vai cuidar de tudo. Ela vai levar nosso filho pra ser adotado.
- Esse desgraçado não vai se atrever a fazer isso. Eu juro! (diz ele)
- Só que ele me mandou escolher, ou eu tenho o filho e o deixo lá ou eu faço um aborto. Ele me deu um prazo, até o final da semana eu terei que escolher.
- Você não tá pensando em escolher nenhuma das duas opções, não é?
- É claro que não Johnny. Jamais! Eu disse a ele que não farei isso. Ele disse que se eu não escolher, ele escolherá por mim e é claro que escolherá o aborto. E disse também que se eu o denunciar me arrependerei de ter nascido.
- MALDITO! Eu vou resolver isso agora mesmo. (diz ele)
- O quê! Como assim Johnny? O que você vai fazer?
- Eu vou até aí.
- Não! Ficou louco? Ele não pode saber que você voltou.
- Eu não vou deixá-la sozinha neste Hotel com esse desequilibrado porque é isso que ele é. Daqui a pouco eu chego aí.
- Johnny... Johnny...
- Que droga! Desligou, eu não acredito.

Amores em Conflito!Onde histórias criam vida. Descubra agora