Capítulo 34

23 2 0
                                    

- Isso eu já sabia Dawson. O que eu quero saber é o que a Srta. estava fazendo? e ainda mais de roupão?

Anne olha pra Johnny, torna a olhar pro seu tutor e diz:

- Eu estava de roupão porque... porque eu estava vindo da... da piscina.
- Ah claro, eu havia me esquecido que a piscina fica aqui no 3º andar, mas precisamente na suíte do Sr. Depp, não é?
- O que o Sr. está insinuando? (pergunta Anne)
- Não estou insinuando nada. Só estou querendo dizer que é mais uma de suas mentiras e eu confesso que estou perdendo a paciência.
- Acho melhor o Sr. se acalmar. Não quer se sentar? (pergunta Johnny)
- Eu não quero me sentar e muito menos me acalmar. Não vai mesmo me dizer a verdade, não é Dawson? Pois bem... a escolha foi da Srta. A partir de agora está novamente proibida de ver o Sr. Depp e o Sr. Bloom. Retire-se agora desse quarto.
- Sr. por favor! eu conto a verdade!
- Anne... (diz Johnny, ela faz um sinal pra ele com a mão pedindo pra ele esperar dando a entender que sabia o que estava fazendo)
- Sr. o que realmente aconteceu foi que essa madrugada eu não consegui dormir direito e quando já era 4:00 horas eu perdi completamente o sono. Eu estava apenas com minha roupa de dormir e resolvi colocar um roupão e voltar ao salão imaginando que estaria vazio. Quando eu cheguei lá, encontrei o Johnny...
- Anne, por favor! (diz Johnny)
- Deixe-a concluir Sr. Depp. A Srta. o encontrou...
- Bêbado! (diz Anne)

Johnny põe uma mão na cara e vai delizando-a pelo seu rosto.

- Bêbado Sr. Depp?

Johnny dá uma coçada na cabeça, joga os cabelos pra trás e diz:

- Pro Sr. ver né! Acho que todo mundo deveria ficar bêbado pelo menos uma vez na vida. (diz ele dando um sorriso meio contido)

O Sr. Wilkinson apenas o olha e torna a falar com Anne.

- Continue Dawson.
- Bem... é... ele estava tão bêbado que não ia conseguir vir pro quarto sozinho, então eu o ajudei a vir até aqui e...
- E...? (pergunta Sr. Wilkinson)
- Eu o fiz tomar um banho frio pra cortar o efeito do álcool.
- A Srta. fez o que? Não vá me dizer que entrou no banheiro com ele, entrou?
- Sim mas não vá pensar besteira. Nós estavamos de roupa.
- E a Srta. me diz isso assim com a maior naturalidade?
- Obrigado! (diz Johnny por entre os dentes pra Anne)

Ela apenas olha pra Johnny de um jeito como quem quisesse dizer: o que você queria que eu disesse?

- Perdão Sr. mas nada aconteceu, eu só o estava ajudando e depois eu fui pro meu quarto.
- A Srta. me disse que eram 4:00 horas, não foi?
- Sim.
- E que horas a Srta. saiu daqui?
- Não lembro exatamente mas acho que eram 6:00 horas. (diz ela dando uma olhada pra Johnny)
- Muito estranho. (diz Sr. Wilkinson)
- O que é estranho Sr.? (pergunta Anne)
- Esse horário não bate com o horário que aquela Sra. disse ter visto a Srta. Acho que ela disse que eram 14:00 horas mais ou menos. Portanto alguém está mentindo e tenho certeza que é a Srta.
- Sr. eu disse que não lembro o horário. Pode realmente ter sido às 14:00 horas, eu não sei. Que diferença isso faz?
- Toda a diferença do mundo. Como não poderia saber se eram 6:00 da manhã ou 14:00 da tarde? o que ficou fazendo esse tempo todo aqui à sós com o Sr. Depp? Explique-se Dawson! e por favor com mais clareza.
- Sr. eu já disse que apenas o ajudei. Foi só isso, eu juro!
- Ah claro. E essa ajuda durou das 4:00 da madrugada às 14:00 da tarde. Eu não sou idiota Dawson.
- O que quer que eu diga Sr.?
- A VERDADE! (grita ele já sem paciência)
- Mas eu já disse a verdade. Foi só isso que aconteceu. Eu demorei pra ir pro meu quarto porque... porque acabei pegando no sono, foi isso. Essa é a verdade.
- O QUE! dormiu aqui com o Sr. Depp? que absurdo é esse que está me dizendo Dawson?
- Sr. eu posso explicar. (diz Johnny)
- Estou esperando. (diz Sr. Wilkinson)
- Depois que Anne me fez ir pra debaixo do chuveiro, de roupa é claro, eu não fiquei muito bem, me sentia meio enjoado e com muita dor de cabeça. Então eu pedi pra ela ficar até que eu dormisse. Não queria ficar sozinho do jeito que estava.
- Foi só isso Sr. e depois que ele dormiu eu acabei pegando no sono... no sofá.
- Não querem que eu acredite nesse absurdo, não é?
- Essa é a verdade, o Sr. preferia que eu continuasse mentindo?

Ele levanta uma sobrancelha e diz:

- Claro que não.

Anne realmente falara a verdade, exceto pelo fato de ter dormido no sofá.

- Quando eu acordei, passava da hora do café e Johnny fez a gentileza de pedir pra servirem nosso almoço aqui e depois eu fui pro meu quarto. Foi quando aquela Sra. me viu.
- E por que foi tão grosseira com ela?
- Não fui Sr. Ela ficou me olhando com cara de reprovação e eu apenas perguntei se ela nunca tinha visto.
- E por que a Srta. voltou se já tinha cedido aos caprichos do Sr. Depp?
- Ôpa! caprichos não, que eu não sou nenhuma criança. Eu apenas fiz um pedido à ela, é diferente.
- Responda Srta. (diz ele ignorando o que Johnny havia dito)
- Eu vim trazer um comprimido pra dor de cabeça dele. Se não acredita pode olhar no lixo que vai achar a embalagem do comprimido.
- Eu não vou olhar nada Srta. Tudo isso me parece muito absurdo mas acho que agora a Srta. está falando a verdade.

Anne e Johnny respiram aliviados.

- Mesmo tendo contado a verdade, não quero que isso se repita. Estamos entendidos?
- Sim Sr. (diz Anne)
- Ótimo! agora volte para o seu quarto.
- Sim Sr.

Anne vai até Johnny, lhe dá um abraço e quando vai lhe dar um beijo no rosto ela sussurra no ouvido dele:

- Eu volto!

Johnny à olha e dá um sorriso de canto de boca.
O Sr. Wilkinson e Anne saem do quarto de Johnny.

- Srta. Dawson eu vou sair pra resolver uns assuntos do Hotel e não sei que horas vou voltar.
- Sr. hoje é feriado. O Sr. vai resolver assuntos do Hotel no dia de Natal?
- Isso não é da sua conta, é Dawson?
- Não Sr. perdão.
- O que eu estava querendo dizer quando me interrompeu é que a Srta. não se aproveite da minha ausência e volte ao quarto do Sr. Depp. Se quiser conversar com ele faça isso em qualquer lugar do Hotel às vistas de outras pessoas e não à sós. Já está avisada e, por favor, não me desobedeça pela milésima vez.
- Sim Sr. pode deixar.
- Sei... como se eu não a conhecesse como a palma da minha mão. (ele lhe dá às costas e sai do Hotel)

Na mesma hora Anne descumpre as ordens dele e volta ao quarto de Johnny.
Ela bate na porta e quando ele abre diz:

- Anne você ficou maluca? Vocês acabaram de sair daqui. E se ele voltar?
- Você não vai me deixar entrar não?
- Claro meu amor. (diz Johnny abrindo mais a porta pra ela entrar)

Anne entra, se pendura no pescoço dele e o beija.

- Não se preocupe que o meu tutor acabou de sair pra resolver uns assuntos referentes ao Hotel.
- Em pleno feriado?
- Eu fiz a mesma pergunta pra ele.
- E o que ele disse?
- O que você acha? Que não era da minha conta, é claro. Mas é um tanto quanto estranho, não acha?
- Não sei e não me interessa. A única coisa que me interessa nesse momento é apenas uma. (diz ele)
- E o que é?
- Isso!

Johnny a puxa pela cintura e a beija.

- Adorei. Eu estava morrendo de saudades da sua boca. (diz ela rindo)
- Só da boca? (pergunta ele com cara de falso desapontamento)
- Claro que não seu bobo. De você inteirinho.

Anne começa a dar muitos beijos pelo rosto dele e pescoço.
Quando ela foi beijá-lo na boca, fingiu que ia beijar e afastou os lábios, apenas roçando um pouco seus lábios nos dele.

- Você tá me provocando! Não faz isso não que eu fico louco!
- É exatamente como eu quero que fique. (diz ela mordendo o lábio inferior)

Ela acaricia o rosto dele e o beija delicadamente, então ele cola seu corpo ao dela, segura em sua nuca e aprofunda o beijo.
Ele vai guiando-a fazendo-a andar de costas chegando até o sofá. Ela se deita e ele deita sobre ela e continuam se beijando.
Ele delicadamente desliza sua mão na coxa dela. Ela coloca suas duas mãos por baixo da camisa dele acariciando suas costas.
Ele começa a beijar no pescoço dela, fazendo-a dar um pequeno gemido.
Ela agarra com mais força as costas dele deixando pequenas marcas vermelhas de seus dedos. De repente ele para de beijá-la e se senta.

- O que foi?
- Nada não. Quer dizer... é que eu to preocupado com Orlando.
- Com Orlando? Por quê?
- Eu não estou me sentindo muito à vontade com essa situação. Eu aqui com você... to pensando no dia que ele descobrir.
- É, eu sei. Você tem que contar logo Johnny. Não deixa acontecer com vocês o que aconteceu comigo e Sophie.
- Mas ele vai me odiar de qualquer jeito. (diz ele)
- Mas pelo menos vai estar dizendo a verdade. (diz ela)
- Dizendo a verdade com um certo atraso. (diz ele)
- Mesmo assim, o importante é contar.
- Você tem razão, mas eu ainda não estou preparado pra contar.
- Você é quem sabe. E por falar em Orlando... por que você não me contou que ele esteve aqui hoje quando eu ainda estava dormindo?
- Eu esqueci. Mas como você soube?
- Ele me disse.
- Disse? Quando?
- Uns minutos antes de eu trazer o comprimido pra você. Eu tava indo pro elevador e ele apareceu pra falar comigo. Na verdade pra se desculpar mais uma vez por ontem. Eu fiquei numa situação constrangedora.
- Por quê? O que ele fez dessa vez?
- Não fez nada. Foi o que ele disse. Eu falei pra ele que estava vindo pro seu quarto e ele me disse pra eu não vir por que você estava ocupado... com uma mulher.
- Ele disse isso?
- Disse e eu fiquei paralisada. Imagina a situação.
- Meu Deus! mas ele não sabe que era você não, né?
- Não, claro que não.
- Ainda bem. Você disse que ele tinha ido se desculpar não foi?
- Foi.
- E...? (pergunta ele)
- E o que?
- Você o desculpou?
- Ah, desculpei. Não de primeira, na verdade eu fui meio grossa com ele. Acredita que ele saiu chorando?
- É? E o que você fez?
- Eu fui atrás dele pra dizer que o desculpava.
- E como você o desculpou?
- Como assim? Eu não entendi.
- Suas atitudes... é... você o abraçou... ou... beijou?
- Eu não acredito que você está me fazendo esse tipo de pergunta, mas eu vou responder. Eu o abracei.
- E ele? Não tentou nada?
- Pelo amor de Deus Johnny! Não, ele não tentou nada. O que você queria que eu fizesse? Que não o desculpasse? Eu não tava me sentindo bem tratando ele daquele jeito, eu gosto muito dele.
- Gosta quanto?
- Para com isso Johnny!
- Parar por quê? Eu quero saber o quanto você gosta, afinal de contas ele a beijou ontem. Está bem recente, vai que o beijo esteja começando a fazer efeito.
- O QUE! Eu não acredito que você esteja desconfiando de mim.
- Não estou desconfiando. Só fiz uma pergunta. Aliás, por que você não me contou que tinha feito as pazes com ele?
- Você também não me contou que ele esteve aqui.
- Eu já disse que esqueci.
- Pois então... eu também esqueci.
- Será?
- PARA JOHNNY, PARA! Eu me cansei das suas acusações. Fique aí com seus ciúmes idiotas. (Anne lhe dá às costas e vai até a porta)

Anne abre a porta e sai. Johnny vai atrás dela e a puxa pelo braço fazendo-a se virar pra ele.

- Espera Anne! Não vai não, me perdoa meu amor. Eu sou um estúpido. Você tem razão, são ciúmes idiotas sim. Eu confio em você, eu juro!
- Tudo bem. (diz ela meio séria)
- Então vem cá me dar um beijo. (diz ele)
- Não.
- Por que não?
- Por que eu não quero. (diz ela)
- Me dá um beijinho vai, só um. (diz ele com carinha de triste)
- Não. (esse “não” ela disse dando um meio sorriso)
- Se fazendo de difícil é? (diz ele com um sorriso de canto de boca e aquele olhar sedutor)
- Beijo não se pede, se rouba! (diz ela)
- Adorei isso! (diz ele sorrindo)

Ele segura o rosto dela com as duas mãos e a beija.
Só que eles haviam se esquecido que estavam no corredor.
Eles ainda estavam se beijando quando foram interrompidos por aplausos.

- Merda! (diz Johnny)
- Droga! E agora? (pergunta Anne)
- Não se preocupem, podem continuar com o espetáculo! (diz Orlando se aproximando)
- Orlando... eu ia contar. (diz Johnny)
- DESGRAÇADO! (Orlando dá um soco na cara de Johnny, fazendo-o cair)

Anne se abaixa pra ajudar Johnny a se levantar.
Orlando sai sem nem dar chances pra eles se explicarem e vai pro seu quarto. Chegando no quarto Orlando que estava chorando, começa a quebrar tudo, enfurecido.
Johnny ficou com um machucado no canto do olho esquerdo.

- Meu Deus Johnny! O que a gente faz?
- Você nada. Eu vou falar com ele. A culpa não é sua. Você estava certa o tempo todo.
- Tem certeza que não quer que eu vá com você?
- Não precisa. (diz ele)
- Tudo bem. Eu vou pro meu quarto e qualquer coisa você me chama, promete?
- Prometo!

Anne lhe dá um beijinho e acaricia o rosto dele.
Johnny chega ao quarto de Orlando e bate na porta.

- Orlando eu preciso falar com você.
- Vai embora. Será que o soco que eu te dei não foi suficiente? Você quer levar outro? (grita Orlando)
- Me deixa explicar, por favor!

Orlando abre a porta, pega Johnny pela camisa, o puxa pra dentro do quarto e o joga no sofá, depois vai até a porta e a fecha com força.
- Pode começar! Anda logo Johnny... joga na minha cara que você conseguiu o que eu não consegui. Desde quando estão apaixonados?
- Orlando eu... (Johnny tenta se explicar mas Orlando o interrompe)
- Era ela... era ela, não era? (diz Orlando olhando pro chão e depois faz a pergunta encarando Johnny)
- Do que você tá falando? (pergunta Johnny)
- A mulher que estava com você hoje cedo. Aliás, que passou a noite toda com você. Era Anne. Vocês transaram?
- O QUE! NÃO! (diz Johnny)
- Não era Anne?
- Sim era mas... não transamos.
- Não seja sínico! Você quer que eu acredite que passaram a noite toda juntos e não transaram? Quando eu fui ao seu quarto havia uma mulher até então desconhecida pra mim que estava dormindo em sua cama e você me diz que não aconteceu nada.
- Juro que não aconteceu! E não foi a noite toda. Era umas 4:00 da madrugada quando Anne me encontrou bêbado no salão. Então ela resolveu me ajudar porque eu não tinha condições de voltar pro quarto sozinho. Até esse momento nós não tínhamos nada. Ela me fez ir pra debaixo do chuveiro pra cortar o efeito do álcool, então eu não resisti e a beijei. Me desculpe dizer mas... foi com esse beijo que ela descobriu que estava apaixonada por mim.
- E você? Quando se apaixonou por ela? (pergunta ele chorando)
- Desde o primeiro dia que a vi. Assim como você. Nós dois nos apaixonamos por ela no mesmo momento. Mas ela só soube do meu amor no dia que ela deu o flagra no Morrison. Quando eu fui atrás dela acabei contando o que sentia. Se lembra daquela briga que eu e ela tivemos e você foi consolá-la lá na cobertura?
- É claro que eu lembro. O que tem?
- Nós brigamos porque eu a havia beijado e ela reagiu com um tapa.
- Você disse que só se beijaram hoje.
- Eu não disse isso. Eu disse que ela só descobriu que me amava com o beijo de hoje.
- Miserável... miserável! (diz Orlando aos prantos lhe dando às costas)
- Eu mereço tudo isso. Agora eu realmente sei o que Sophie está sentindo. A dor de ser enganado pelo seu melhor amigo.
- Orlando...

Johnny se levanta e vai até ele pisando em alguns cacos de vidro e porcelana dos objetos que Orlando havia quebrado.

- Fique longe de mim seu traidor! (diz Orlando se virando para encará-lo)
- EU ODEIO VOCÊ... EU ODEIO VOCÊ! (grita ele)
- E pode tratar de arrumar outro pra fazer o filme com você. Eu estou fora.
- Não diz isso. Eu acho que acima de qualquer coisa você tem que saber separar o lado pessoal do profissional.
- CALA A BOCA! Eu quero que o lado pessoal e o profissional se danem junto com você, seu canalha! Eu nunca vou perdoar vocês dois.
- Mas Anne não tem culpa. (diz Johnny)
- Mas ela sabia que você a amava e não me contou.
- Por que eu não deixei. Ela até tentou lhe contar aquele dia lá na cobertura, quando eu cheguei e a interrompi.
- Por que você não queria que eu soubesse?
- Eu já disse que ia te contar.
- Quando? Ah não, espera... eu já sei essa resposta. Quando você achasse o momento certo, não é isso? Que ironia do destino! Eu disse isso mesmo pra Sophie ontem, que Anne ia contar pra ela quando achasse o momento certo. Parece que estou tendo o castigo merecido por ter feito ela sofrer.
- Não é verdade. Não está sendo castigado.
- Dane-se a sua opinião. Eu quero que você saia agora!
- Orlando... por favor...
- SAIIII...

Johnny sai do quarto e ainda no corredor, se encosta na parede e vai deslizando até o chão. Ele apóia os braços cruzados sobre os joelhos e a testa sobre os braços e desaba em choro.
Anne preocupada sem saber o que estava acontecendo, vai até lá.
Ela sai do elevador e vai até o quarto de Orlando e vê Johnny sentado no chão, então ela corre até ele.

- Johnny... (diz ela se ajoelhando na frente dele e colocando as duas mãos sobre a cabeça dele que ainda estava apoiada nos braços)

Ele levanta a cabeça e diz:

- Ele me odeia... ele me odeia... (ele quase não conseguia falar de tanto que chorava)

Anne seca as lágrimas dele com as duas mãos, se senta entre as pernas dele e o abraça fazendo-o apoiar a cabeça em seu ombro. Anne também não conseguia conter as lágrimas.
Ela havia magoado do mesmo jeito duas pessoas que ela gosta em tão pouco tempo, que é Orlando e Sophie.

- Ele também tá me odiando, não tá?
- Sim. (diz ele)

Anne se levanta e segura as duas mãos dele fazendo-o se levantar também.
Johnny seca as lágrimas que ainda desciam em seu rosto e depois seca as de Anne.

- Me perdoa por ter feito você passar pelo mesmo problema em tão pouco tempo. (diz ele)
- Mas a culpa não é sua. (diz ela)
- É claro que é minha.
- Não é não. Eu é que fui o motivo disso tudo. Você quer que eu vá falar com ele?
- Não acho que vá adiantar, mas se você quiser...
- Quero sim. É melhor você sair daqui pra que ele não o veja.
- Tem razão. Eu vou pro meu quarto e espero você lá.
- Tá. Enquanto isso acho melhor você colocar gelo no seu olho pra não inchar.
- Vou fazer isso.

Johnny lhe dá um beijo e segue pro seu quarto.
Anne se aproxima da porta de Orlando e bate. Ele não responde. Ela bate mais uma vez o chamando e nada.
Anne abre a porta e entra bem devagar fechando a porta atrás de si. Ela olha pro chão e vê muitos objetos quebrados.

- Meu Deus! (diz ela baixinho)

Ela segue bem devagar para a suíte, desviando dos cacos. Ela para na porta que estava aberta e vê Orlando fazendo a mala.
Ele a olha e diz:

- O que está fazendo aqui? Vai cuidar do machucado do seu namoradinho. Ele tá precisando de você mais do que eu.
- Orlando... não me trata assim. Até mesmo porque você fez o mesmo comigo ontem e me fez perder minha melhor amiga. Portanto não pode me condenar, nem me culpar.
- Então é isso! Você quis me dar o troco por ontem, quis me punir. Parabéns! Você conseguiu. A verdade é que você não me perdoou.
- Perdoei sim e eu não quis te dar o troco, muito menos te punir. O que você está dizendo é um absurdo.
- Eu o perdoei e nada mais justo que me perdoe também. Eu não tenho culpa de ter me apaixonado pelo Johnny.
- Ah muito obrigado pela sinceridade! (diz ele)
- Me desculpe! Mas o que você queria? Se eu não te conto a verdade você não gosta e se sou sincera, você também não gosta. Desse jeito fica difícil. Eu fico sem saber o que dizer.
- E quem disse que eu quero que você diga alguma coisa. É melhor você sair daqui porque está me atrapalhando.
- Por que está fazendo a mala?
- Você é burra ou tá se fazendo? Não lhe parece óbvio?
- Não fala assim comigo.
- Então SAIA DAQUI! (grita ele)
- Você não pode ir embora. Pelo menos não desse jeito.
- E quem vai me impedir? Você? Seu namoradinho idiota?
- Não fala do Johnny desse jeito. Ele é seu amigo.
- Há, há, há... (Orlando ri ironicamente)
- Qual é a graça?
- Johnny é meu amigo...? imagina se não fosse. Acho que só pra me tirar de jogada seria capaz de me matar.
- Que isso Orlando! Que absurdo!
- Quem diz o que quer... ouve o que não quer. Se não quer ouvir absurdos, vá embora.
- Você não vai mesmo nos perdoar, não é?
- Não.
- Você está sendo injusto.
- Vai se ferrar Anne! Saia daqui por bem ou terei que colocá-la pra fora por mal.
- Não seria capaz! (diz ela)
- Quer apostar?
- Orlando eu... (diz ela tentando se aproximar)
- Que merda garota! Você é surda?

Ele vai até ela e segura com força em seu braço e a leva até a porta.
Ele abre a porta e joga Anne no chão pra fora do quarto.
Anne chorando muito leva a mão direita ao braço esquerdo, segurando no local que ele apertou. Ela se levanta e vai até o quarto de Johnny. Ela bate na porta e quando Johnny abre a vê chorando e segurando o braço. Ela entra e o abraça.

- O que aconteceu? (pergunta ele a afastando para olhá-la)

Anne não conseguiu dizer nada, apenas chorava. Johnny olha o braço dela e vê marcas vermelhas de dedos.

- Foi ele que fez isso com você?
- Foi. Ele me jogou no chão pra fora do quarto.
- Filho da puta! (diz ele furioso indo em direção a porta)
- Johnny... espera! O que você vai fazer?

Johnny sai do quarto e Anne vai atrás dele.

- Johnny pelo amor de Deus, não faz nada. (diz ela tentando acompanhar os passos dele)

Ele para repentinamente e diz:

- Não o defenda!
- Não estou defendendo!

Johnny continuou andando com pressa e Anne o seguindo.
Chegando ao quarto de Orlando, Johnny abre a porta furioso e entra.
Ele vai até a suíte e vê Orlando sentado à beira da cama.

- Seu filho da puta! Covarde! (diz Johnny partindo pra cima de Orlando lhe devolvendo o soco)

Amores em Conflito!Onde histórias criam vida. Descubra agora