Capítulo 59

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- Eu preciso avisar pra Anne também, pra ela não ficar me esperando.
- Não vai precisar. Anne não está no Hotel.
- Não? E pra onde ela foi?
- Não sei, mas sei com quem ela saiu.
- Não vá me dizer que foi com o Richard?
- Johnny. (diz ele)
- O quê! Eles fizeram as pazes?
- Não, mas eu suspeito que farão. Ele chegou lá no Hotel, a colocou nos braços e a levou contra vontade, sabe Deus pra onde!
- Minha nossa! (diz Sophie)
- Pois é. Então, vamos? (pergunta ele se levantando)
- Sim. Só vou pegar minha bolsa.

Sophie vai até seu quarto, pega sua bolsa e volta pra sala. Eles saem e pegam um táxi.

No carro de Johnny depois de um tempo em silêncio Anne pergunta:

- Pra onde está me levando?
- Não seja ansiosa!
- E quem disse que estou ansiosa pra ir a algum lugar com você? Só não gosto de ficar sem saber pra onde estou indo.

Johnny dá um sorriso de canto de boca e Anne cruza os braços revirando os olhos.

Orlando e Sophie chegam a uma área residencial de luxo onde muitos artistas moram. Lá havia uma mansão à venda. Um imobiliário já estava à espera de Orlando parado à frente do portão da mansão. Orlando havia combinado por telefone com esse imobiliário para ver a mansão. Eles descem do táxi e se aproximam do imobiliário.

- Bom dia Sr. Bloom!
- Bom dia Sr. Spencer! (Orlando o cumprimenta)
- Essa é minha amiga, Sophie Marks!
- Prazer Srta. Marks!
- O prazer é meu Sr.! (Sophie também o cumprimenta)
- Vamos entrar. (diz o Sr. Spencer)

Ele pega um aparelhinho e abre o portão que é automático. Quando eles entram, Sophie fica boquiaberta com a beleza do lugar. O caminho que dava à mansão é feito de pedras, de um lado há um lindo jardim com flores de cores variadas e do outro uma enorme piscina. A mansão tem três andares. Eles se aproximam da mansão e Sophie diz:

- Meu Deus! É um palácio!

Orlando sorri e diz:

- Por fora é bem bonita, vamos ver por dentro.
- Bonita? É até sacrilégio chamar esse palácio de casa!

Orlando e o Sr. Spencer riram. O Sr. Spencer pega uma chave e destranca a porta e deixa Orlando e Sophie entrarem primeiro. No hall de entrada há uma escadaria que dá pro primeiro andar e um elevador.

- Nossa, tem até elevador! (diz Sophie)

Ainda no térreo o Sr. Spencer os conduz a outros cômodos.

- Aqui fica a cozinha.
- É bastante espaçosa. (diz Orlando)
- A área de serviço fica lá trás. (diz Sr. Spencer)

Eles vão até lá e depois voltam pro hall e sobem as escadas pro primeiro andar.

- Aqui ficam os quartos e um escritório. São cinco quartos, todos eles são suítes, mas só um tem uma hidromassagem e uma varanda que dá pra entrada da casa.
- Quero dar uma olhada nessa suíte. (diz Orlando)

Eles entram na suíte e Sophie exclama:

- Uau!

Ela vai até a varanda que tem portas de correr de vidro de cima a baixo e aprecia a beleza do lugar.

- Isso aqui é lindo demais! (diz ela)

Orlando se aproxima dela e pergunta:

- Você gostou?
- É claro! Você não?
- Muito! (diz ele)
- Então compra. (diz ela)
- Acha mesmo que devo comprá-la?
- Acho.

Eles saem da varanda e o Sr. Spencer pergunta:

- Então Sr. Bloom, o que tá achando?
- To adorando!
- Quer dar uma olhada nos outros quartos?
- Não precisa. Eu gostaria de ver o escritório.
- Claro, vamos.

Eles saem da suíte e entram no escritório que é enorme como todas as outras dependências da mansão.

- Dá pra fazer uma biblioteca aqui. Sinceramente, o escritório é o lugar que eu mais gosto numa casa. É onde eu me sinto mais a vontade e com mais privacidade pra estudar uns textos.

- Que bom que está gostando. (diz Sr. Spencer)
- O que tem no terceiro andar? (pergunta Orlando)
- Tem uma sauna e um salão de jogos.
- Salão de jogos? (pergunta Sophie)
- Sim. Querem dar uma olhada?
- Por favor! (diz Orlando)

Eles entram no elevador e vão até o terceiro andar.

- To impressionado com o lugar. E a garagem? (pergunta Orlando)
- Ah cabem quatro carros. Dependendo do tamanho deles podem caber até cinco.
- Que bom. (diz Orlando)
- Então? (pergunta o Sr. Spencer)
- Vou ficar com ela.
- Tem certeza? O Sr. pode olhar outras se quiser. Temos mais três à venda, só que não fica nesta área.
- Não precisa, gostei desta.
- Então passe no meu escritório para acertarmos a parte burocrática. (diz Sr. Spencer)
- Quando?
- Amanhã. Hoje eu ainda tenho que mostrar mais casas para outras pessoas.
- Ok. Combinado então. Será que eu poderia ficar um pouco mais? (pergunta Orlando)
- Claro.

O Sr. Spencer lhe dá a chave.

- Até amanhã! (diz Sr. Spencer cumprimentando Orlando)
- Até!
- Foi um prazer conhecê-la Srta.!
- Digo o mesmo. (Sophie o cumprimenta)

O Sr. Spencer vai embora deixando Orlando e Sophie a sós.
Johnny para o carro em um porto. Haviam barcos, lanchas e um iate. Ele desce do carro e abre a porta pra Anne.

- Por que me trouxe aqui?
- Vem comigo. (Johnny estende a mão pra ela.)
- Quero que me leve de volta pro Hotel, agora!
- Anne, por favor, vem comigo.
- Não.
- Então continuarei fazendo do meu jeito. (diz ele)

Mais uma vez Johnny põe Anne nos braços e caminha sobre uma passarela de madeira que dá acesso aos barcos.

- O que pensa que está fazendo? Me põe no chão!
- Ainda não. (diz ele)
- Não vai me jogar no mar, vai?

Ele ri e diz:

- É claro que não. Eu jamais faria isso. Que idéia!
- Vai saber né... você me jogou na piscina. (diz ela)
- Que comparação hein! Mas eu só joguei você porque você me jogou primeiro. (diz ele)
- Então o que vai fazer? (pergunta ela)
- Calma! Meu Deus como você é apressadinha! Você nasceu de sete meses por acaso?
- Como vou saber, minha mãe não sobreviveu pra me contar. (diz ríspida)

Ele a põe no chão e diz:

- Que isso Anne, não fala assim.
- Então não me faça perguntas idiotas.
- Eu só estava brincando. (diz ele)

Eles estão parados à frente de um lindo iate. Johnny solta a corda que prendia o iate e pula pra dentro dele.

- Esse iate é seu? (pergunta ela pasma)
- Sim. Vem. (ele estende a mão)

Havia um vão entre a passarela e o iate.

- Não. (diz ela)
- Anne...
- Eu tenho medo. E se eu cair?
- Não vou deixá-la cair. Segura minha mão.
- Pra que isso tudo Johnny? Será que você não vê que eu só quero voltar pro Hotel?
- Por favor! (diz ele com a mão ainda estendida)
- Eu sei que vou me arrepender. (diz ela segurando a mão dele)
- Eu juro que não. (diz ele)

Ela apóia o pé na borda do iate e Johnny a ajuda a entrar segurando-a pela cintura com o outro braço. Ele que já estava com os óculos sobre a cabeça novamente continua abraçado à cintura dela.

- Não precisa mais me segurar. (diz ela)

Ele a solta e caminha pela lateral do iate. Anne continuou parada, então ele para e a olha.

- Você vai ficar aí parada?

Ela revira os olhos e o segue. Johnny dá ordens a um homem que está na parte superior do iate para navegá-lo.

- Vem cá. (diz ele pra Anne)

Ela o acompanha até uma cabine. Nela havia uma cama, um frigobar e um banheiro.

- Nossa, tá parecendo a suíte do Hotel. Mas por que me trouxe justamente pra cá? Não tenho nada pra fazer com você aqui.

Ele olha pra ela meio de lado com um sorriso de canto de boca e pergunta:

- Tem certeza?
- Johnny, me leva de volta pro Hotel. Já conheci seu iate, é muito lindo, meu parabéns, mas agora eu quero ir embora.
- Embora? Não vai nem experimentar a cama antes?
- Muito engraçado! (diz ela)
- Se não quer me levar vou sair daqui sozinha.
- Como? Já estamos em alto mar. Não acredito que seja capaz de pular e sair a nado como fez quando quis saltar do carro em movimento. Em todo caso é melhor não arriscar, não é?

Ele vai até a porta da cabine e a tranca.

- O que está fazendo? Me deixe sair daqui. Que droga Johnny! (diz dando um tapa na porta)

Ele se aproxima dela pelas costas e pergunta em seu ouvido:

- Do que você tem tanto medo?

Ela sentiu um arrepio percorrer todo o seu corpo e se virou para olhá-lo. Johnny cola seu corpo ao dela pressionando-a contra a porta.

- Quem disse que estou com medo? E se afaste de mim.

Ele não a obedeceu, pelo contrário, Johnny pega as duas mãos dela e as suspende prendendo-as pelos pulsos contra a porta acima da cabeça dela.

- Me solte!

Ele tentou beijá-la, mas ela desviou o rosto. Então ele começou a beijá-la no pescoço. Anne mal conseguia respirar e sussurra ofegante:

- Pare com isso!

Johnny solta os pulsos dela e a segura pela cintura.

- Eu to com tanta saudade do seu corpo. (diz ele)
- Pois eu não estou do seu.
- Por que não admite de uma vez por todas que me quer, que sente minha falta?
- Por que não seria uma verdade. (diz ela)

Johnny segura o rosto dela com as duas mãos e finalmente a beija. Anne tenta resistir, mas acaba cedendo aos beijos. Eram tão intensos como nunca sentira antes. Estavam cheios de desejo, de tesão. Gemiam enquanto se beijavam. Mas logo depois ela o empurra interrompendo aquele momento.

- Não faça isso outra vez. (diz ela ofegante)
- Não finja que não gostou. Você cedeu aos meu beijos.
- Cedi porque sou uma estúpida! Não irá mais acontecer. Você não tem o direito de me beijar a hora que quiser e bem entender. Não sei se reparou, mas eu não o perdoei!
- Você não pode esquecer o que aconteceu? Não pode me dar uma chance?
- Esquecer? Como pode me pedir pra esquecer? Eu passei a maior humilhação da minha vida. Você não me deu nenhuma chance. Só está me pedindo perdão porque descobriu a verdade, do contrário ainda estaria me acusando de traição. Continuaria achando que o filho não era seu, continuaria me chamando de vagabunda. Não se preocupou comigo quando eu perdi o bebê, não foi me visitar. São motivos de sobra para eu não o perdoar. Dentre todos esses motivos o mais difícil de esquecer é a perda do nosso filho provocada por você.
- Chega Anne! Para pelo amor de Deus! Para de me acusar! Eu não agüento mais! (diz ele chorando)

Johnny se ajoelha, se senta sobre as pernas e leva as mãos ao rosto chorando sem consolo.

- Será que você não vê que eu estou morrendo aos poucos por dentro... toda vez... toda vez que me acusa pela perda do nosso filho, é como se enfiasse uma faca no meu peito. (dizia aos soluços pelo choro)

Anne que já estava chorando, numa atitude inesperada vai até ele, se ajoelha e o abraça. Johnny também a abraça bem forte não acreditando que aquilo estava acontecendo. Anne segura o rosto dele com as duas mãos e encosta sua testa na dele, de olhos fechados e chorando ela diz:

- Eu te perdôo! Eu te amo!

Amores em Conflito!Onde histórias criam vida. Descubra agora