Capítulo 102

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Sr. Andrew chega em sua casa e logo em seguida Johnny para o carro a uma certa distância.
O portão se abre e o Sr. Andrew entra a pé, seu mordomo Alfred ficara no carro. Não demora muito e ele retorna com um buquê de pequeninas flores brancas iguais as que Evelyn estava no relicário, colhidas de seu próprio jardim e em seguida entra no carro.
Eles saem e Johnny volta a segui-los.

- Pra onde será que ele está indo? (Pergunta Anne)

Alguns minutos depois o carro para em frente ao cemitério.
Sr. Andrew sai do carro e vai até o túmulo de sua amada Eliza.
Anne o segue e se aproxima dele. Ele havia colocado as flores no túmulo da esposa.
Ela para ao lado dele e ele a olha.

- Por que me seguiu? Falei pra não me procurar mais.

Anne que estava emocionada diz:

- Essas flores são iguais as que minha mãe usava na foto do meu relicário.

Anne pega seu relicário de seu pescoço, o abre e fica olhando a foto de sua mãe.
Sr. Andrew sem olhá-la diz:

- Sim, essas flores eram as preferidas das duas.

Ele a olha com o relicário nas mãos e diz:

- Não sabia que estava com a Srta.
- Sr. Wilkinson me deu quando fiz 18 anos. Ele me contou que minha mãe lhe dera e pedira para ele me dar.

Ele respira fundo e Anne pergunta:

- Minha vó faleceu de que?
- Ela ficou muito doente, teve uma pneumonia muito forte, mas o que a matou foi a tristeza. Ela vivia triste por eu não tê-la deixado criar a Srta., Nem sequer lhe conhecer, ela vivia amargurada e quando adoeceu não quis se cuidar, se alimentar. Fiz de tudo para ajudá-la mas ela se entregou a doença, não queria mais viver, ficou muito debilitada e acabou não resistindo.

Anne ouvia tudo com lágrimas rolando em seu rosto.

- O Sr. Não fez de tudo para ajudá-la.
- Como se atreve a me dizer isso.
- Se o Sr. Quisesse mesmo ajudar, teria me procurado e deixado ela me conhecer. O Sr. Também me culpa pela morte de minha mãe?
- O que acha? Se ela não tivesse engravidado ainda estaria viva e quem sabe minha esposa também. Seu nascimento foi os males de minha família.

Anne chorando muito diz:

- Se eu matei minha mãe, o Sr. Matou minha vó. O seu orgulho foi maior do que seu amor por ela. Preferiu vê-la morrer de tristeza a ter que me procurar.

Anne despeja tudo de uma vez e sai correndo. Ela chega perto de Johnny que estava fora do carro com o Sr. Wilkinson e o abraça chorando.
Johnny a abraça e diz:

- O que houve meu amor?
- Vamos embora, por favor!

Eles entram no carro e voltam para onde estavam hospedados.
Já mais calma ela conta para Johnny e pro Sr. Wilkinson a conversa que tivera com seu avô.

- Sinto muito! (Diz Johnny)
- Vocês dois sempre me culparam pela morte de minha mãe. (Diz ela para o Sr. Wilkinson)
- Eu não penso mais assim Dawson, do contrário eu nem estaria aqui lhe ajudando.
- Não sei se consigo acreditar, o Sr. Veio por conveniência, porque quer encontrar Sophie, se ela não estivesse na Inglaterra o Sr. Não teria vindo.
- Não é verdade. Eu confesso que quero encontrá-la, mas realmente quis lhe ajudar Dawson. A Srta. Está sendo injusta comigo.
- E quantas vezes em toda minha vida o Sr. Foi injusto comigo. (Diz ela alterando a voz)
- Calma Anne. (Diz Johnny)
- Tem toda razão. (Diz Sr. Wilkinson)

Ele que estava sentado em uma poltrona, se levanta, sai do chalé deles e vai para o seu.

- Anne... (Diz Johnny)
- Eu sei, eu estava nervosa. Sei que ele tem mudado bastante.
- Então...
- Ok, eu vou falar com ele.

Anne sai do chalé e vai até o do Sr. Wilkinson. Ela bate na porta mas ele não responde, então ela resolve entrar.
Ele estava sentado no sofá em frente a lareira. Anne entra e se senta ao lado dele.

- Me desculpe. Eu estava nervosa. Entenda o meu lado, tudo o que eu ouvi do meu avô foi muito doloroso. Eu sei que o Sr. Está se esforçando e tem mudado bastante suas atitudes. Obrigada por estar aqui me ajudando.

Ele com a voz embargada diz:

- Estou pronto para lhe pedir perdão por todo o mal que lhe fiz.

Ele se levanta, a olha e estende a mão pra ela. Anne também se levanta já chorando e segura a mão dele.

- Me perdoe por tudo de ruim que lhe fiz, me perdoe por todas as palavras duras. Eu não a culpo mais pela morte de sua mãe. E mesmo quando eu a culpava eu sempre a amei, ao meu modo, mas sempre lhe amei Anne. Como não poderia amar, já que você é um pedaço de minha doce Evy.

Anne muito emocionada com tudo que ouvira, pergunta:

- Do que o Sr. Me chamou?
- De Anne, é o seu nome, não é? (Diz ele emocionado com um meio sorriso)
- Sim. (Diz ela sorrindo e chorando ao mesmo tempo)
- Você me perdoa, minha filha?
- Sim... Pai.

Ele a abraça chorando.

- Posso lhe chamar assim? (Pergunta ela abraçada a ele)
- Ainda soa estranho, mas pode sim. Logo logo vou me acostumar.

Ela o abraça mais forte.

- Seu avô ama você, tenho certeza. Ele também só é orgulhoso como eu era. Você vai ver como logo logo as coisas vão se resolver entre vocês.
- Espero que sim.

Ela e o Sr. Wilkinson vão até o chalé onde Johnny está. Eles entram abraçados e Johnny estranhando se levanta e fica olhando pra eles.

- Johnny, quero lhe apresentar meu pai.
- E está é minha filha Anne.

Johnny sorri, coça a cabeça e pergunta apontando pra eles:

- É sério? Vocês se perdoaram?
- Sim. (Diz Anne)
- Fico muito feliz por vocês dois.
- Sr. Depp, quero lhe pedir perdão por tudo que lhe fiz.

Sr. Wilkinson lhe estende a mão.
Johnny se aproxima dele emocionado, lhe aperta a mão e diz:

- Eu lhe perdoo. Também quero que me perdoe.
- Claro que perdoo.

Johnny meio sem jeito abre os braços e diz:

- Posso...?

Sr. Wilkinson dá um sorriso fechado, balança a cabeça em afirmação e ambos se abraçam.

- Não precisa mais me chamar de Sr. Depp, pode chamar de Johnny, afinal de contas sou seu genro.

Sr. Wilkinson levanta uma sobrancelha deixando Johnny e Anne apreensivos, mas logo em seguida sorri.

No outro dia Anne resolvera ir falar novamente com seu avô.
Johnny e Sr. Wilkinson a acompanham.
Como esperado ela não foi recebida. Anne não desistiu e passou a semana toda indo até lá mas todas as vezes sem sucesso. Apesar do desânimo ela não irá desistir.

Era um domingo à tarde quando Anne resolvera mais uma vez voltar a casa de seu avô que pra sua surpresa dessa vez a recebera.

Ela está acompanhada por Johnny e Sr. Wilkinson. Alfred os atende e os manda entrar.
Na sala os três aguardam sentados no sofá.
Alfred retorna e diz para Anne o acompanhar até o quarto.

- Por que no quarto? (Pergunta Anne)
- Sr. Andrew não está muito bem e prefere recebê-la em seu quarto.

Anne o acompanha enquanto Johnny e Sr. Wilkinson esperam na sala.

Alfred bate na porta e o Sr. Andrew o manda entrar.

Anne entra logo em seguida pedindo licença.
Alfred os deixam à sós e Sr. Andrew pede pra Anne se aproximar.

- Sente-se! (Diz ele indicando uma cadeira que estava em frente a sua escrivaninha.

Anne puxa a cadeira pra perto da cama e se senta.

Ambos ficam em silêncio por uns segundos até que Anne diz meio sem jeito:

- O que o Sr. Tem? Alfred disse que não estava se sentindo bem.

Sr. Andrew respira fundo e diz:

- Eu tenho problemas cardíacos. Descobri isso há alguns anos e tomo remédios controlados, mas ultimamente eles não estão mais fazendo efeito. Sei que meu problema se agravou e sinto que não tenho muito tempo.

O coração de Anne chegou a doer ao ouvir isso.

- Não diga isso, o Sr. Vai viver muito ainda. (Diz ela com a voz trêmula)
- Sei que não, sou realista, mas não estou com medo. Lhe chamei aqui justamente por isso.

Ele dá uma pausa, respira fundo e diz:

- É difícil pra mim ter que admitir isso, mas sei que cometi muitos erros em minha vida. Errei com sua mãe, errei com minha amada Eliza e errei mais ainda com você.

Anne já estava às lágrimas, então ele continua.

- Eu amava tanto sua mãe que tentei protegê-la da forma errada. Não devia ter tentado afastá-la de seu pai, eu a fiz sofrer tanto... E pra completar, meu maior erro foi ter afastado você de sua vó, de nós... Como você mesmo disse, eu a matei...matei de tristeza...
- Eu falei sem pensar... (Diz ela com a voz embargada)
- Só falou a verdade. Depois dessas suas palavras eu refleti muito e reconheci que estava errado esse tempo todo e me perguntei se ainda dava tempo de mudar, de consertar alguns erros.

Ele que estava emocionado dá batidinhas na cama pedindo para ela se sentar ao seu lado.
Anne se levanta da cadeira e se senta na beirada da cama ao lado dele.
Ele estende uma mão trêmula para ela, que a segura.

- Você é tão parecida com sua mãe... Anne, minha neta... Quero te pedir perdão...me perdoe minha querida, eu sempre quis conhecê-la, mas o orgulho não deixava. Por favor, me perdoe por tudo! Quero conviver com você enquanto ainda dá tempo.

Anne chorando muito num impulso se debruça sobre ele na cama, encosta seu rosto em seu peito e diz que o perdoa.
Ele a abraça acariciando seus cabelos.

- Já posso morrer em paz!
- Não vô, não diga isso... (Diz ela chorando)

Anne se senta para olhá-lo e ele diz:

- Venha passar um tempo aqui comigo.

Ela balança a cabeça em afirmação.
Logo depois ele pede para falar com o Sr. Wilkinson que é levado pelo Alfred até o quarto, sendo acompanhado por Johnny.

Anne se levanta da cama e vai até Johnny.
Sr. Andrew pede para o Sr. Wilkinson se aproximar.

- George Wilkinson.
- Sr. Andrew.
- O Sr. Foi a melhor coisa que aconteceu na vida da minha filha.

Sr. Wilkinson franze a testa, olha pra Anne que balança a cabeça em afirmação com um leve sorriso para ele e depois torna a olhar para o Sr. Andrew.

- Hoje reconheço o quanto vocês se amavam e me arrependo por tudo que fiz. Do mesmo jeito que pedi perdão pra Anne, também quero pedir perdão para o Sr. (Diz ele estendendo a mão)

Sr. Wilkinson emocionado aperta a mão dele e diz:

- Eu o perdoo!

Sr. Andrew olha pra Anne abraçada à Johnny pela cintura e diz:

- O Sr. É quem eu estou pensando que é?

Todos sorriram e Johnny diz:

- Sim, sou eu.
- Se aproxime. (Diz Sr. Andrew)

Johnny se aproxima e se cumprimentam.

- Então, o que o Sr. É da minha neta?
- Noivo. (Diz ele com um meio sorriso)
- Formam um belo casal.
- Concordo! (Diz Johnny)
- Eu cometi os mesmo erros com Anne e Johnny, tentei separá-los... Mas hoje me arrependo e também lhe pedi perdão, aliás, por tudo, principalmente por não tê-la criado como minha filha.
- Fico feliz que tudo esteja bem entre vocês. (Diz Sr. Andrew)
- Nunca é tarde pra pedir perdão e perdoar. (Diz Anne)

Sr. Andrew fez o mesmo convite a Johnny, para que ele passasse um tempo lá com Anne e é claro que ele aceitara.
Já Sr. Wilkinson disse que iria retornar para cuidar do Hotel, mas antes iria procurar Sophie.

No chalé Anne e Johnny estavam arrumando tudo para irem ficar na casa do Sr. Andrew.

- O Sr. Vai até Oxford? (Pergunta Anne para o Sr. Wilkinson)
- Sim. Não posso voltar para Califórnia sem vê-la. Não sei como ela irá reagir.
- Provavelmente da pior forma possível. (Diz Anne)
- Muito obrigado!
- Me desculpe! (Diz ela sorrindo)
- Você sabe quanto tempo ficara aqui? (Pergunta Sr. Wilkinson pra Anne)
- Não sei. Quero passar o máximo de tempo possível, ele não está bem.
- Entendo... Só não esqueça de mim. (Diz ele sem jeito)
- Jamais! (Diz ela o abraçando)
- Em breve estarei lá para lhe irritar. (Completa ela o fazendo dar um sorriso aberto)

Anne e Johnny seguem para a casa do Sr. Andrew e o Sr. Wilkinson para Oxford.

Na cidade de Oxford o Sr. Wilkinson fôra até a Universidade.
Lá ele dissera que era tio dela e precisava falar com ela.
Disseram a ele que ela estava no intervalo de uma aula e que iria encontrá-la no pátio da universidade que por sinal era lindíssimo, todo gramado.
Ele avista Sophie de longe, sentada no gramado lendo um livro. Ele se aproxima cautelosamente.

- Que droga! Não consigo me concentrar. (Resmunga ela)
- É por que não para de pensar em mim. (Diz ele fazendo Sophie se assustar e se levantar bruscamente ao reconhecer a voz dele)
- O que faz aqui?
- Prazer em te ver também. (Diz ele)
- Vá embora! (Diz ela se abaixando pra pegar seus livros)
- Precisamos conversar.
- Não tenho nada para conversar com você...com o Sr.
- Sophie... (Diz ele tocando o braço dela)

Sophie puxa o braço e começa a andar, sendo seguida por ele.

- Pare de me seguir.
- Não, até você parar pra me ouvir.
- Então quero ver o Sr. Me acompanhar agora.

Sophie começa a correr e ele também corre tentando alcançá-la.

- Sophie... Pare... (Diz ele já cansado)

Sophie continua correndo até chegar a República.
Ele continua a seguindo e a vê entrando em um quarto.
Ele bate na porta completamente exausto.

- Sophie, abra a porta. Por favor...

Ela abre a porta e o puxa pra dentro dizendo:

- Ficou louco! Pensei que tinha desistido. Se te vissem aqui eu estaria perdida.
- Não iria acontecer nada, eu disse que sou seu tio.

Sophie gargalhou.

- Qual é a graça?
- Tio? Tá mais pra avô, acho que assim acreditariam mais.

Sr. Wilkinson a olha com uma sobrancelha levantada.

- O que você quer crocodilo? Diz logo que não tenho o dia todo.

Nesse momento Sr. Wilkinson fica com um sorriso aberto.

- Por que está sorrindo?
- Por que estava com saudades de ouvi-la me chamar assim.
- O Sr. Tá drogado?

Sr. Wilkinson ri com gosto e diz:

- Estou drogado, mas de amor por você, sua insuportável, insolente!

Ele se aproxima dela, a puxa pela cintura e a beija. Sophie reluta um pouco, mas logo se deixa levar e se pendura no pescoço dele retribuindo o beijo.

Amores em Conflito!Onde histórias criam vida. Descubra agora