Já no primeiro andar parado à porta do quarto de Orlando, ele pede pra Sophie entrar um pouco.
- É melhor não. (diz ela)
- Só um pouquinho, por favor!
- Tudo bem, mas é só um pouquinho mesmo.
Depois que eles entram, Orlando se aproxima dela e a beija.
- Eu não to achando uma boa idéia ficar a sós aqui com você não. (diz ela)
- Não está com medo de mim, está? (pergunta ele)
- Não. Estou com medo de mim, medo de não... resistir.
Ele começa a beijá-la no pescoço e sussurra no ouvido dela:
- Então não resista!
Sophie fica toda arrepiada e começa a desabotoar a camisa dele. Depois de tirá-la por completo Sophie desliza suas mãos no peito dele. Orlando tira a blusa dela deixando-a com o sutiã meia taça à mostra e começa a beijar o ombro dela. Sophie se deita no sofá e Orlando se deita entre as pernas dela. Eles começam a se beijar novamente e Sophie envolve seus braços nas costas dele. Sophie começa a sentir a excitação de Orlando que lhe toca o seio por cima do sutiã fazendo-a gemer.
- Eu te quero Sophie. (sussurra ele ofegante)
Sophie gemia quando ele pressionava sua excitação no sexo dela. Mesmo sentindo muito tesão, Sophie o manda parar. Ela se senta e veste sua blusa.
- Eu não posso. (diz ela)
- Não pode ou não quer?
- Orlando não começa.
- Não estou começando nada. Eu só não entendo por que não quer fazer amor comigo.
- Eu não disse que não queria.
- Então por que não pode?
- Eu não sei... eu... eu não me sinto pronta. Começamos a namorar hoje, não acha que tá se precipitando não?
- Me precipitando? Eu pensei que desejasse esse momento desde que se apaixonou por mim. Eu sei que ainda é muito nova, nem completou a maior idade e sei também que a nossa diferença de idade é muito grande, mas isso não diminui o desejo que sinto por você e sei que sente por mim também. Por isso eu não entendo por que não pode ser minha, se eu sinto que é isso que você quer.
- Eu já disse que não me sinto pronta.
- Eu acho que é por outra coisa. (diz ele)
- Que outra coisa poderia ser? (pergunta ela)
- O Sr. Wilkinson. (diz ele)
- O quê! Como ousa!
- Eu sei que gostou de ser beijada por ele.
- Como pode dizer isso? Eu odeio aquele homem!
- Me desculpe! Eu falei sem pensar. Não fica aborrecida comigo, por favor!
- Tudo bem. Mas tem que me prometer que vai saber esperar, que não vai ficar me pressionando.
- Eu prometo! Mas você também tem que me prometer uma coisa.
- O quê?
- Que não vai se aproximar daquele miserável!
- Eu prometo! (diz Sophie)
- E se por um acaso você deixar de me amar, eu quero que seja sincera e me conte, promete!
- Orlando...
- Promete Sophie! Não seria justo comigo e nem com você prosseguir com um relacionamento só por pena. Eu não a perdoaria se ficasse comigo só por pena, mesmo que sua intenção fosse não me magoar com o término da relação. Eu prefiro que me magoe com a verdade, promete!
- Prometo!
Orlando se aproxima dela e a beija. Sophie sai do quarto dele e vai pro de Anne. Anne estava deitada, mas não estava dormindo. Sophie se senta na cama super desanimada.
- Pela sua cara a conversa com ele não foi nada agradável, não é? Espero que não tenham brigado.
- Por que me deixou fazer papel de idiota? (pergunta Sophie)
- Do que você tá falando? (pergunta Anne)
- Por que não me contou? (pergunta Sophie)
- Não contei o quê Sophie?
- Você contou pro Orlando que seu tutor me beijou. Por que não me disse que havia contado pra ele?
- Eu só queria te ajudar. (diz Anne)
- Me ajudar em quê?
- A ficar longe do meu tutor. Orlando tá gostando de você e ele precisava saber que tem um adversário.
- Orlando não tem nenhum adversário. O traste do seu tutor não me interessa.
- Nem você mesma acredita no que diz, não é? (pergunta Anne)
- Por que diz isso?
- Por que está bem evidente o que está sentindo. Quando você fala no meu tutor seus olhos brilham.
- Você ficou louca! E se meus olhos brilham, são de ódio por ele.
- Não consegue fingir nem pra si mesma. (diz Anne)
- Já chega dessa conversa Anne.
- Não fica com raiva de mim Sophie, eu juro que só contei pro Orlando por que estava pensando no seu bem.
- Não estou com raiva de você.
- Não mesmo?
- Não. Eu to chateada é comigo mesma.
- Por quê?
- Eu fui ao quarto de Orlando e... e ele quis fazer amor comigo. Ele é tão lindo, eu fiquei tentada, mas...
- Mas... (diz Anne)
- Eu não sei... (diz Sophie se levantando)
- Sabe aquele sentimento que você tinha quando Morrison queria fazer amor com você?
- De que ele não era a pessoa certa pra esse momento? (pergunta Anne)
- Isso.
- Você acha que Orlando não é a pessoa certa?
- Eu não sei... eu não sei... eu estou tão confusa. Por que isso tá acontecendo comigo? Por que o meu coração tá fazendo isso comigo? Eu o odeio! Eu o odeio! (diz Sophie chorando)
- Você odeia o Orlando?
- Não, o seu tutor.
- Sophie, sinto lhe informar, mas isso não é ódio.
- Eu não estou apaixonada por ele, não quero estar.
- Então esqueça que ele existe e só pense no Orlando. Ele é o melhor pra você e não o meu tutor. Ele não a ama, só quer brincar com seus sentimentos, eu já te disse isso.
- Quando Orlando me beija, eu penso nos beijos daquele estúpido. Eu me sinto culpada quando tenho esses pensamentos. Não quero magoar o Orlando.
- Só depende de você Sophie. Não posso controlar seus pensamentos. Você precisa ter força de vontade, não pense nele e pronto!
- Não é fácil Anne.
- Eu sei que não deve ser, mas você tem que tentar se quiser ser feliz e fazer Orlando feliz.
- Eu sei, eu vou tentar. Eu prometo!
- Que bom, por que eu não quero que se machuque, não quero que seja infeliz. Eu torço muito por você e Orlando.
- Eu vou ser feliz. (diz Sophie chorando)
- É claro que vai. Não fica assim.
Anne a abraça. Elas ficaram conversando por mais uns minutos e depois foram dormir. Já de madrugada Sophie acorda com o coração a mil. Ela se senta e resmunga:
- Miserável! Traste!
- O que houve Sophie? (pergunta Anne sonolenta)
- Acabei de ter o pior pesadelo da minha vida. (diz ofegante)
- Eu odeio ter pesadelos. O que você sonhou? (pergunta Anne se sentando)
- Deixa pra lá.
- Me conta.
Sophie a olha e diz extremamente baixo:
- Eu sonhei com o crocodilo velho.
- O que você disse?
- Eu sonhei com o crocodilo velho.
- Credo! Deve ter sido horrível mesmo. Como foi?
- Eu sonhei que...
Anne faz uma cara de quem estava esperando pela continuação.
- Eu sonhei que... eu estava...
- Continua, você estava... (diz Anne super curiosa)
- Fazendo amor com ele. (sussurra Sophie)
- Você o quê?
- Tava fazendo amor com ele.
Anne fica com a boca entreaberta.
- Nossa, foi um pesadelo e tanto. (diz Anne com um sorriso contido)
- Não brinca Anne.
- Desculpa Sophie, mas você não tá com cara de que odiou o sonho não.
- Mas eu odiei! Ai minha nossa, não sabe como eu odiei. (diz se abanando e bem ofegante)
Anne começou a rir.
- Ai que calor. Você não tá sentindo não? (pergunta Sophie)
- Não. você tá sentindo calor com o ar condicionado ligado?
- To.
- Eu só sinto esse calor mesmo com o ar ligado quando eu tenho esse tipo de “pesadelo” com Johnny. (diz ela ainda rindo)
- Não to achando nenhuma graça Anne. Quer saber, vou dar uma volta pelo Hotel. Perdi o sono.
Anne olha à hora e diz:
- São três da madrugada. Você vai fazer um Tour pelo Hotel a essa hora?
- Preciso acalmar meus pensamentos.
- Ok, tomara que consiga. Eu vou voltar a dormir.
Anne se deita e Sophie sai do quarto. Ela está de baby doll e com o robe aberto. Quando ela sai do quarto, olha pra porta do quarto de Orlando e fica pensando se deveria ir até lá.
- É melhor não.
Novamente vem a sua mente o sonho com o Sr. Wilkinson.
- Ai meu Deus, que sonho! (diz de olhos fechados e deslizando as mãos pelo pescoço)
Ela desce as escadas e caminha pelo saguão. Quando ela se deu conta, seus pés a haviam guiado exatamente para o lugar que seu corpo e seu coração pedia para estar, mas sua consciência a reprovava. Sophie estava parada à porta do quarto do Sr. Wilkinson. Ela apóia suas mãos na porta e fecha os olhos. Ela fecha a mão direita e faz menção de bater na porta, mas dexiste.
- O que eu to fazendo? Que loucura! (diz em voz alta e depois dá um suspiro)
O que Sophie não sabia era que o Sr. Wilkinson também havia perdido o sono e estava na sala lendo um livro. Ele ouviu um barulho à porta e resolveu ir ver o que era. Sophie resolveu voltar pro quarto de Anne e estava se distanciando lentamente do quarto do Sr. Wilkinson quando ele abriu a porta e a viu.
- Marks! (diz ele surpreso e com a testa franzida)
Sophie se vira num susto e depois corre pra fugir dele.
- Espere! (diz ele indo atrás dela)
Ele a faz parar e diz:
- Eu não sabia que a Srta. ia dormir aqui hoje. Pensei que tinha ido embora.
Ele estava segurando os braços dela com delicadeza.
- Me solte! (diz ela puxando os braços)
- O que faz aqui há essa hora? Queria falar comigo?
- Que presunçoso! Nem tudo gira em torno do Sr. O que o faz pensar que eu queria falar com o Sr.?
- Não vejo outro motivo para a Srta. estar no corredor do meu quarto.
- Eu só... eu só estava andando... passeando pelo Hotel.
- Passeando as três da madrugada! (diz ele)
- Eu perdi o sono.
- E eu passeio a hora que me der na telha, não é da sua conta. (completa ela)
- É da minha conta quando esse “passeio” me incomoda.
- Lhe incomoda! Eu não o incomodei.
- Incomodou sim. Eu estava lendo um livro e ouvi um barulho à minha porta que com certeza foi a Srta. que fez, portanto, atrapalhou minha leitura.
- Lendo às três da madrugada! (diz ela com sarcasmo)
Ele fica com um sorriso contido e diz:
- Também perdi o sono. Então, o que a fez ficar com insônia?
- Eu tive um pesadelo. (diz ela)
- Sei... (diz ele levantando uma sobrancelha)
- E o Sr., também teve um pesadelo?
- Sim, mas foi acordado.
- Como pôde ter um pesadelo acordado?
- Por que quando se trata da Srta., eu não preciso estar dormindo para que sua imagem se torne um pesadelo pra mim.
- Eu não entendi. (diz ela com dificuldade em respirar)
- Entendeu sim. A Srta. pode ser tudo, mas de burra não tem nada.
Ele se aproxima dela e ela recua.
- Está com medo de mim Marks?
- Por que acha que estou com medo do Sr.?
- Me diga a Srta.
- É claro que não estou com medo.
- Que bom. (diz ele se aproximando dela novamente)
- Por quê? (pergunta ela)
- Por que não se importará que eu me aproxime (ele fica com seu corpo quase colado ao dela), não se importará que eu a toque (ele segura na nuca dela), não se importará que eu... (ele encosta sua boca no ouvido dela e sussurra), a beije.
Ele a olha nos olhos e passa seu polegar nos lábios dela. quando ele estava prestes a beijá-la, ela o empurra.
- Se afaste de mim. Não sentir medo do Sr. não significa que permitirei que tenha esse tipo de intimidade comigo.
- Não seria a primeira vez. (diz ele)
- Mas agora é diferente. (diz ela)
- O que está diferente?
- Eu tenho namorado, não é certo fazer isso com ele.
- Pensei que tinham brigado depois do que eu disse.
- O Sr. vai precisar de muito mais pra me afastar dele.
Ele levanta uma sobrancelha e pergunta:
- Quer dizer que há uma possibilidade de eu conseguir?
- Não foi o que eu quis dizer. Jamais conseguirá me separar do Orlando.
- Veremos. (diz ele)
- Eu não entendo o Sr.
- O que não entende?
- Por que está fazendo isso comigo? É muita hipocrisia de sua parte. Nunca aceitou o romance de Anne com Johnny por causa da diferença de idade, por outras coisas também é claro, mas principalmente pela diferença de idade, e o Sr. fica me perseguindo, já se esqueceu que sou menor de idade? E olha que a nossa diferença de idade é muito maior do que a de Anne e Johnny. O Sr. me odeia, só quer brincar com meus sentimentos!
- É claro que eu a odeio! A Srta. é insuportável! Eu a odeio tanto, tanto... que é difícil pra mim acreditar e aceitar que eu... a desejo, é difícil aceitar que eu... a quero pra mim.
Sophie tava pasma com o que ele acabara de dizer. Ela mal conseguia respirar.
- É melhor eu ir dormir. (diz ela lhe dando as costas)
- Espere! (diz ele a segurando pelo braço)
- O que quer? Me deixe em paz! (diz ela)
- A Srta. o ama?
- É claro que sim. Eu não namoraria alguém por quem não estivesse apaixonada. O que pensou? Que eu só estou com ele pra lhe provocar, lhe fazer ciúmes? Quanta ignorância! (diz ela puxando o braço)
- Eu nunca vou ser sua. Está me ouvindo? Nunca!
Sophie sai correndo e volta pro quarto de Anne.
- Miserável! (diz Sr. Wilkinson batendo na porta de punho fechado já dentro de seu quarto)
No quarto de Anne, Sophie se deita no sofá e chora. Ela acabou dormindo ali mesmo. Já pela manhã Anne vai até a sala e vê Sophie dormindo no sofá.
- Sophie... Sophie...
- Hum. (resmunga Sophie)
- Por que dormiu aqui no sofá?
Sophie abre os olhos, se espreguiça e se senta ainda meio sonolenta. Anne olha nos olhos dela e pergunta:
- Você chorou?
- Um pouquinho.
- Você voltou muito tarde do seu Tour pelo Hotel?
- Não.
- Você parece tão triste. (diz Anne)
- Anne, eu tomei uma decisão.
- Sobre o quê?
- Se eu realmente quiser ser feliz com Orlando, tenho que ficar bem longe deste Hotel.
- Como assim?
- Se eu continuar vendo o seu tutor, não vou conseguir tirá-lo dos pensamentos, portanto, resolvi nunca mais pisar aqui.
- O quê! Sophie... e eu?
- Poderá ir a minha casa todos os dias se quiser, sabe que sempre será bem vinda.
- Eu sei, mas... ah, não faz isso.
- Anne, será melhor pra mim. Sabe aquele ditado, o que os olhos não vêem, o coração não sente? Então, é isso.
- E o Orlando? Ele tá hospedado aqui. O que vai dizer pra ele?
- Ele também terá que ir a minha casa. E logo, logo ele não estará mais aqui. Ontem eu fui com ele ver uma casa, na verdade uma mansão, um palácio! Ele a comprou, hoje ele vai assinar os papéis de compra. Em breve eu poderei me encontrar com ele lá.
- Pensa melhor Sophie, acha mesmo que essa é a solução?
- É claro que é. Pelo menos não verei mais aquele traste. Eu sei que ele vai adorar não olhar mais pra minha cara, esse sempre foi o sonho dele.
- Se você prefere assim, se acha que isso vai fazer você esquecê-lo, eu to do seu lado.
- Obrigada!
- Você não tomou essa decisão por nada, não foi? Você o encontrou essa madrugada, não encontrou? O que aconteceu?
- Dessa vez nada, eu consegui resistir.
- Mas ele tentou?
- Sim, ele tentou me beijar. Mas eu o empurrei.
- Onde você o encontrou?
- No corredor do quarto dele.
- Sophie! Você foi ao quarto dele?
- Sim, mas felizmente eu percebi a burrada e quando já estava voltando pra cá, ele percebeu um barulho no corredor, saiu do quarto e me viu. Ele disse uma coisa que me deixou... surpresa.
- O que ele disse?
- Que me odeia tanto que não consegue acreditar e nem aceitar que me deseja e que me quer.
- Minha nossa, ele disse isso?
- Disse.
- E o que você fez?
- Eu disse que nunca serei dele.
- Nossa, to pasma! Não poderia imaginar tais palavras saindo da boca dele, exceto a parte em que te odeia.
- Pois é. Foi por isso que tomei essa decisão. Não vindo aqui evitará que ele arme qualquer coisa pra me separar do Orlando.
- Tem razão. Mas o que você vai dizer pro Orlando?
- Eu não sei. A verdade... talvez. Não com todos os detalhes é claro.
- Pode contar com a minha ajuda pro que precisar. (diz Anne)
- Obrigada!
Anne toma um banho e depois Sophie. Quando já estavam prontas para irem tomar café, Orlando bate à porta.
- Eu ia ao seu quarto agora mesmo pra te chamar. (diz Sophie)
- Estão indo tomar café?
- Sim.
- Não acham que deveríamos convidar Gisele para nos fazer companhia? (pergunta Orlando)
- Não. A menos que você não se importe que eu convide o Sr. Wilkinson para nos fazer companhia também, do contrário, esqueça a modelo magricela. (diz Sophie)
- Ok, não está mais aqui quem falou. (diz Orlando)
Anne não conseguia conter o riso.
Quando os três já estavam no restaurante, Gisele se aproxima da mesa e diz:
- Bom dia!
- Bom dia! (responde Orlando)
- Bom dia Gisele! (responde Anne)
- Sophie. (sussurra Anne)
- Bom dia! (responde Sophie com cara de desagrado)
- Se incomodam se eu lhes fizer companhia? (pergunta Gisele)
- Não. (respondem Anne e Orlando)
- Sim. (responde Sophie ao mesmo tempo)
- Por que me odeia? Nunca lhe fiz nada. (diz Gisele pra Sophie)
- Eu nunca disse que a odeio. Só quero ficar a sós com meus amigos, quer dizer... minha amiga e meu namorado! (enfatiza bem a palavra namorado)
Gisele revira os olhos e balança a cabeça negativamente com um sorriso.
- Deixa de ser infantil garota! Eu não quero o seu namorado, se é o que está pensando.
- O meu pode ser que não, já o de Anne...
- Sophie! (diz Anne a repreendendo)
- Para com isso. (diz Orlando)
- Nem o dela também, Anne sabe disso. (diz Gisele)
- Me desculpe Gisele! (diz Orlando)
- Não a peça desculpas por mim! (diz Sophie indignada)
- Tá tudo bem, deixa pra lá. Dá licença! (diz Gisele)
- Toda. (diz Orlando)
Gisele escolhe uma mesa e se senta.
- Não fica aborrecida comigo Sophie. (diz Orlando)
- Não estou.
Sophie dá um beijo em Orlando e nesse momento Max que tinha acabado de servir uma mesa, a vê beijando Orlando e acaba esbarrando em outro garçom fazendo-o derrubar uma bandeja com o café de um hospede.
- Viu o que você fez Max! Presta atenção cara! (diz o garçom)
- Me desculpe! Eu me distraí.
- Eu sei qual foi sua distração.
Já não era mais nenhuma novidade pra nenhum de seus colegas de trabalho que ele estava apaixonado por Sophie.
No momento em que a bandeja caiu, todos que estavam presentes olharam pro Max e pro outro garçom. Sophie, Orlando e Anne imaginaram o motivo do Max ter esbarrado no outro garçom.
- Ele deve ter nos visto se beijando. (diz Orlando)
- É, acho que sim. (diz Sophie sem graça)
Max estava ajudando o outro garçom a recolher as coisas do chão quando o Sr. Wilkinson chega no restaurante. Ele passa pela mesa de Sophie que o acompanha com os olhos. Orlando olha pra ela e depois pro Sr. Wilkinson. Anne percebe e dá um chute na perna de Sophie por debaixo da mesa. Sophie olha pra Anne e depois pra Orlando que não estava com uma boa cara. Sophie pega o seu suco e bebe tudo de uma vez, tentando disfarçar o nervosismo que estava super evidente. O Sr. Wilkinson se aproxima de Max e do outro garçom e pergunta:
- Que bagunça é essa?
Max e seu colega que estavam agachados limpando a sujeira se levantam.
- Eu lhes fiz uma pergunta! (diz Sr. Wilkinson com ar imponente com as mãos entrelaçadas atrás de si)
- A culpa foi minha Sr. Wilkinson, eu me distraí e esbarrei nele. (diz Max)
- Sabe que esse prejuízo será descontado do seu salário, não sabe?
- Sim Sr.
- Limpem logo essa bagunça!
- Sim Sr. (diz o outro garçom)
O Sr. Wilkinson lhes dá as costas e depois torna a olhá-los e diz pro Max:
- Ah Sr. Fernandez, espero que não tenha mais nenhum tipo de distração ou até isso será descontado do seu salário. E por favor, seja mais competente!
- Sim Sr. (diz Max constrangido)
O Sr. Wilkinson passa novamente pela mesa de Sophie sem nem olhá-la. Ela indignada se levanta e pergunta:
- Por que o Sr. tem que ser tão cruel?
Orlando bate o punho em cima da mesa e sussurra pra Anne:
- Ela tinha que falar com ele.
O Sr. Wilkinson para e se vira pra olhá-la.
- Falou comigo? (pergunta ele se fazendo de desentendido)
- Sim. Quem mais é cruel aqui dentro deste Hotel?
Ele se aproxima dela e pergunta:
- O que a Srta. julga por cruel?
- Como o quê? Descontar aquele pequeno acidente do salário do Max e o pior, ameaçar descontar do salário dele qualquer distração que ele possa ter e mandá-lo ser mais competente! Isso é um absurdo! Uma crueldade!
- Acidentes como aquele não podem acontecer neste Hotel, muito menos distrações que causem aquilo. E eu não sei por que estou dando explicações a Srta. Não se meta no que não é da sua conta, deixe que eu faça o meu trabalho como acho que dever ser feito, por favor!
- Me meto sim por que Max é meu amigo.
- Já chega Sophie! (diz Orlando se levantando)
- Isso mesmo Sr. Bloom, ponha rédeas em sua namoradinha. Essa mania dela de querer se meter em tudo que não lhes diz respeito, especificamente em minha vida, está começando realmente a me irritar. (diz ele com cara de desgosto)
- Eu não me meto em sua vida. Só não acho certo o Sr. tratar as pessoas desse jeito.
- A Srta. é uma santa! Suponho que ser comprometida e ir ao quarto de outro homem no meio da madrugada em trajes nada adequados seja certo para a Srta., não é mesmo?
Sophie congelou.
- Do que o Sr. está falando? (pergunta Orlando indignado)
- Pergunte a sua namoradinha.
Quando o Sr. Wilkinson lhe dá as costas, Orlando o segura pelo braço e diz:
- Estou perguntando para o Sr.
O Sr. Wilkinson olha pra Sophie e pergunta:
- Prefere que eu conte ou a Srta. mesma conta?
- Contar o quê? (pergunta Orlando apertando o braço dele)
- Me solte!
Orlando o solta e fica esperando a resposta. Como Sophie estava paralisada, mal conseguindo respirar, que dirá falar, então o Sr. Wilkinson diz:
- Ok, conto eu. A sua digníssima namorada que vive dando lição de moral em todo mundo foi me procurar em meu quarto as três da madrugada.
- Está mentindo! (diz Orlando segurando ele pelo paletó)
- Me solte se não quiser que eu chame os seguranças.
Orlando o solta.
- No fundo o Sr. sabe que não estou mentindo. (diz Sr. Wilkinson)
Orlando olha pra Sophie que começou a se sentir mal e acabou desmaiando. Anne e Orlando se abaixaram para ajudá-la. O Sr. Wilkinson aproveitou para sair. Gisele se aproxima e pede para um garçom trazer água. Johnny chega e vai direto para o restaurante imaginando pelo horário que Anne estaria lá tomando café. Quando Johnny entra no restaurante vê um tumulto e se aproxima.
- Oi John. (diz Gisele)
- Oi. (ele a cumprimenta com um beijo no rosto)
Johnny se abaixa e sussurra:
- Oi meu amor. O que houve com Sophie?
- Oi. (Anne toca na mão dele)
- Ela desmaiou. (diz Anne)
O garçom chega com um copo com água e Orlando molha um lenço e passa no rosto de Sophie.
- Acorda Sophie. (diz Orlando)
Max que estava na cozinha fica sabendo do desmaio de Sophie e quis ir até lá, só que ele foi impedido pelos colegas.
- Não vá se prejudicar ainda mais com o gerente por causa de um rabo de saia Fernandez! (diz o chef de cozinha)
Sophie abre os olhos e Orlando a ajuda a se levantar.
- Pode começar com as explicações. (diz Orlando bem ríspido)
- Eu não estou me sentindo bem e não tenho nada para lhe explicar.
- Como não? O que você foi fazer no quarto dele de madrugada?
- Eu não entrei no quarto. Só fui até o corredor.
- Que grande consolo! (diz ele irônico)
- O que está acontecendo? (pergunta Johnny)
- Não se meta! (diz Orlando e Sophie ao mesmo tempo)
- Depois eu te explico. (sussurra Anne pra Johnny)
- Vamos conversar em outro lugar. (diz Orlando)
- Não vou conversar agora. Eu já disse que não estou me sentindo bem.
- Você está é dando desculpas pra não me dizer a verdade.
- Como se atreve! (diz Sophie)
Sophie sai do restaurante chorando.
- Espera Sophie! (diz Anne indo atrás dela)
Anne a alcança no saguão e pergunta:
- Aonde você vai?
- Vou pra casa. (diz chorando)
- Não. você não pode sair assim. Vamos lá pro meu quarto.
Orlando se aproxima seguido por Johnny e Gisele.
- Sophie, eu exijo uma explicação. (diz Orlando)
- Não vou explicar nada agora, eu já disse!
- Não briguem, por favor! (diz Anne)
Sophie olha pra Johnny e Gisele e diz:
- O que estão fazendo aí me olhando? O show acabou! Vão embora!
- Me deixem em paz! Todos vocês. Eu quero ficar sozinha. (completa ela chorando)
- Não vou deixá-la sozinha. Você está descontrolada! (diz Anne)
- E eu estou esperando a minha explicação! (diz Orlando)
- Já chega Orlando! (diz Anne)
- Você quer uma explicação? Então vou dar a explicação! (diz Sophie)
Ela o pega pela mão e o arrasta até o escritório do Sr. Wilkinson. Chegando lá, ela abre a porta do escritório com violência e entra puxando Orlando pela mão.
- O que pensam que estão fazendo? Quem pensam que são para entrarem em meu escritório desse jeito? (pergunta Sr. Wilkinson enfurecido se aproximando dos dois)
Sophie solta a mão de Orlando e dá um tapa na cara do Sr. Wilkinson.
- EU TE ODEIO! (grita ela)
- COMO OUSA! (grita Sr. Wilkinson)
- O Sr. está tentando me separar dele como fez com Anne e Johnny, mas não vai conseguir!
Sophie olha pra Orlando e o beija na frente do Sr. Wilkinson.
- Aí está sua explicação. Eu posso até ter vindo procurar por ele (se refere ao Sr. Wilkinson), mas nada aconteceu, eu juro! É você que eu quero! Eu preciso de você Orlando!
- Precisa de mim pra quê? Pra esquecê-lo? (pergunta Orlando)
- O quê! Não! (diz Sophie)
Ela olha pro Sr. Wilkinson que apesar de estar bravo com o tapa, também estava com um sorrisinho sarcástico com toda aquela situação. Depois ela torna a olhar pra Orlando e diz:
- Não Orlando, é claro que não. Não me deixe, por favor!
- É claro que não vou deixar! (diz ele)
- Tá falando sério? (pergunta ela)
- Sim.
Orlando a beija, olha pro Sr. Wilkinson e diz:
- Não vai vencer!
O Sr. Wilkinson encara Sophie com o olhar duro e frio e diz para os dois pausadamente mal movendo os lábios:
- Saiam daqui!
Sophie sentia uma angústia como nunca sentira em sua vida. O tapa que ela dera no Sr. Wilkinson doeu mais em si mesma do que nele. Ela se aproxima do Sr. Wilkinson e diz com a voz embargada:
- Nunca mais me verá por que eu nuca mais vou pisar neste Hotel. Esse sempre foi seu sonho, não foi? Se ver livre de mim. Agora terá a paz que tanto desejou com a minha ausência.
- Menina tola! Não sabe de nada. (diz ele olhando dentro dos olhos dela)
Ela não conseguiu mais encarar aqueles olhos. Aquele olhar profundo dele, que lhe deixava zonza, perturbada.
- Adeus! (diz ela com a voz trêmula e sem encará-lo)
Ela e Orlando saem do escritório. O Sr. Wilkinson estava imóvel olhando pro nada. Ele ainda estava tentando digerir o adeus dela. Ele sentia um nó na garganta. A vontade de chorar lhe sufocava. Ele tira o paletó, afrouxa a gravata e desabotoa os dois primeiros botões de sua camisa. Depois ele se senta no sofá jogando o paletó ao seu lado e respira fundo. Só depois de se sentir um pouco relaxado foi que ele conseguiu derramar suas lágrimas. Era uma mistura de amor e ódio.
Orlando para Sophie no corredor e pergunta:
- É verdade que não vai mais vir aqui?
- É.
- E nós? (pergunta ele)
- Poderá ir até minha casa. O lugar pra nos encontrarmos é o de menos, não precisamos deste Hotel.
- Tem razão. E logo, logo sairei daqui e irei pra minha casa. Eu vou ao escritório do Sr. Spencer, quer ir comigo?
- Não. Eu ainda não me sinto muito bem. Vou ficar um pouquinho no quarto de Anne até me sentir melhor pra ir pra casa.
- Tudo bem. (diz Orlando)
Ele segura o rosto dela e a beija.
- Me perdoa por ter duvidado de você! Aquele imbecil não vai nos separar, eu prometo! (diz ele)
- E eu prometo nunca mais chegar perto dele! Eu sei que fiz essa promessa antes e não cumpri, mas agora vou cumprir.
Eles se abraçam, mas Sophie ainda sentia aquela maldita angústia. Eles voltam ao saguão e se aproximam de Anne, Johnny e Gisele que os esperavam sentados em um dos sofás.
- Aonde vocês foram? (pergunta Anne se levantando)
- Resolver de uma vez por todas a minha vida. (diz Sophie)
- Não entendi. (diz Anne)
- Depois eu te conto. (diz Sophie)
- Anne me disse que vocês estão namorando. (diz Johnny pra Sophie)
- Por que você fica falando da minha vida pessoal pra estranhos? (pergunta Sophie pra Anne)
- Sophie, eu não sou um estranho. (diz Johnny)
- Mas é como se fosse. E não fale comigo como se estive tudo bem. (diz ela)
Johnny olha pra Anne e abaixa a cabeça.
- Sophie, por favor! (diz Anne)
- Eu posso ficar um pouquinho no seu quarto? Ainda não me sinto muito bem pra ir pra casa.
- Claro que pode.
- Tchau Sophie. Mais tarde eu passo na sua casa. (diz Orlando)
- Vou esperar. (diz ela lhe dando um beijo)
Quando Orlando dá as costas pra sair, Johnny o chama.
- Orlando, será que eu poderia falar com você um instante?
- Não posso. Não está vendo que estou de saída?
- Eu prometo que será rápido. (diz Johnny)
- Já disse que não posso. E não espere pra falar comigo outra hora por que não vou ter tempo.
- Não pode ou não quer? (pergunta Johnny)
Orlando o encara uns segundos e diz:
- As duas coisas. Da licença!
Orlando sai do Hotel. Johnny fica fitando um ponto qualquer no chão com as mãos no bolso e Anne se aproxima.
- Não fica assim.
- Eu to bem. (diz ele com a voz triste)
- Vamos Anne. (Sophie a chama bem séria)
- Vai lá, ela tá precisando mais de você. (diz ele)
- Aonde a gente vai se encontrar? (pergunta Anne)
- Eu dou um jeito de ir ao seu quarto depois que Sophie for pra casa.
- Enquanto isso você vai ficar no quarto dela? (pergunta Anne sussurrando se referindo a Gisele)
- Se você não quiser eu não fico. (diz ele)
- Não, eu não quero. Você pode ficar na companhia dela, mas não precisa ser no quarto né!
Johnny dá um sorriso.
- Tudo bem. (diz ele)
Ele encosta sua boca no ouvido dela e diz:
- Não sabe como estou louco pra te beijar, te amar...
- Eu também. (sussurra ela)
- Anda Anne! (diz Sophie)
- Já vou. (diz Anne)
- Vou te esperar ansiosa, mas toma cuidado pra ninguém te ver indo ao meu quarto.
- Pode deixar.
Anne e Sophie sobem pro quarto. Gisele se aproxima de Johnny e diz:
- Eu esqueci de te dar os parabéns.
- Pelo quê?
- Você e Anne.
- Ah, ela te contou?
- Sim. Fico feliz por você.
- Obrigado!
- Eu estou indo pra segunda sessão de fotos. Você quer ir?
- Me desculpe, mas...
- Não, tudo bem. Não precisa se desculpar! Ela tá esperando você, não é?
- Sim. Só vou esperar Sophie ir pra casa.
- Bem... é melhor eu ir, não posso me atrasar. (diz com o olhar triste)
- Você vai ficar bem? (pergunta ele)
- Vou.
- Tem certeza?
- Não se preocupe comigo meu bem.
- Não quero que sofra Gi.
- Não vou.
- Promete! (diz ele)
- Prometo!
Johnny lhe deu um beijo na testa que quase a fez desabar em choro, mas conseguiu se controlar. Gisele se retira e Johnny segue para a cobertura. No táxi a caminho do estúdio de fotos Gisele chora em silêncio. Ela coloca a mão na testa no lugar do beijo e depois leva a mão aos lábios, como se isso a fizesse sentir o gosto do beijo dele.
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Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...