- Não gosto de te ver assim. Tenta esquecer o que aconteceu. (diz Anne)
- Vou tentar, prometo. Ele não merece uma gota de minhas lágrimas.
- É assim que se fala. (diz Anne)
- Agora, acho que vou dormir. (diz Sophie)
- Vai sim minha filha. (diz Susan indo até ela e lhe dando um abraço e um beijo na testa)
- Boa noite mãe!
- Boa noite meu amor!
Sophie olha pra Jack e estende a mão.
- Boa noite Jack!
- Boa noite Sophie! Sinto muito pelo que aconteceu. (diz ele a cumprimentando)
- Obrigada!
- Eu vou com você Sophie. (diz Anne)
Anne também dá boa noite a Susan e Jack e quando ela e Sophie estavam subindo as escadas, Susan chama a filha.
- Sophie.
Sophie para nos degraus e olha pra mãe.
- Oi.
- Eu tinha esquecido de te dizer, pouco antes de você chegar, veio um rapaz aqui e deixou um presente pra você, eu coloquei lá no seu quarto.
- Quem era?
- Não sei, não o conheço. Mas o presente não foi ele que deu, ele era apenas o entregador.
- E o que ele trouxe?
- Eu não abri. Tem um envelope junto, mas não tomei a liberdade de ler. Provavelmente alguém que sabe que seu aniversário é hoje mandou esse rapaz lhe trazer o presente.
- Que estranho. (diz Sophie)
- Vai lá ver o que é.
- Tá, obrigada mãe.
Sophie e Anne sobem as escadas as pressas e quando Sophie abre a porta de seu quarto, vê sobre sua cama um embrulho enorme no comprimento, mas fino na largura, o embrulho tomara conta da metade da sua cama.
- O que será? (pergunta Sophie)
- Abre logo. To curiosa. (diz Anne sorrindo)
Sophie e Anne se aproximam da cama e Sophie pega o envelope que está sobre o embrulho e o abre. De dentro do envelope, ela tira um cartão que diz:
“Sei o quanto a Srta. gostou dele, como hoje é seu aniversário não pensei duas vezes em dá-lo a Srta.
P.s: Feliz Aniversário!
Atenciosamente: G.W “
Ao terminar de ler o cartão, Sophie olhou pra Anne.
- G.W? Não pode ser... (diz Sophie)
- Abre logo Sophie.
Sophie começa a rasgar o papel de presente e leva a mão à boca surpresa ao ver o que era.
- Oh meu Deus! (exclama Anne também surpresa)
- Eu não acredito no que estou vendo. (diz Sophie)
- Nem eu.
Sophie termina de tirar o papel de presente revelando por completo o lindo quadro que ela vira no quarto do Sr. Wilkinson com a bela pintura de um cavalo negro, com suas crinas também negras ao vento correndo em um lindo gramado verde. Sophie olha as iniciais dele no quadro e diz:
- Sabe que eu ainda não consigo acreditar que ele tenha pintado esse quadro. Eu fiquei fascinada por esse quadro assim que o vi.
- Eu me lembro. (diz Anne)
- Por que ele fez isso? Por que me deu o quadro? Imagino que esse quadro deva ser o preferido dele já que foi ele quem o pintou.
- Tá fazendo a pergunta pra pessoa errada. (diz Anne)
- Então farei para a pessoa certa.
- Como assim?
- Você acha que ele ainda possa estar no escritório? (pergunta Sophie)
Anne olha a hora em seu relógio e vê que já era mais de meia noite.
- Acho que não. Por quê?
- Então me dá o número do celular dele.
- Sophie... você não tá pensando em ligar pra ele, tá?
Sophie olha pra Anne inclinando a cabeça um pouco pro lado como se quisesse dizer: “o que você acha?”
- É você tá sim. (diz Anne). Tem certeza que é isso mesmo que você quer fazer?
Sophie cruza os braços.
- É você tem certeza sim. (diz Anne). Mas Sophie... você não acha melhor...
- Anne.
- Ok... ok...
Anne pega seu celular e o passa pra Sophie já que ela esquecera o que Johnny havia lhe dado lá no iate junto com todos os outros presentes e ela não iria voltar à sala pra pegar o telefone sem fio. Sophie procura o número dele nos contatos do Cel de Anne e faz a ligação.
O Sr. Wilkinson tinha acabado de sair do banho e estava vestido com um roupão. Quando ele começou a secar seus cabelos com a toalha, ele ouve o celular tocar sobre a mesinha de cabeceira. Ele sai do banheiro e quando pega o celular vê o número de Anne.
- Dawson. (diz ele ao atender)
Sophie ao ouvir a voz dele fica nervosa e não diz nada.
- Dawson...
- Sou eu... (diz Sophie)
- Marks? (pergunta ele franzindo a testa)
- Sim.
- Cadê Dawson? Aconteceu alguma coisa? Ela está bem?
- Anne está aqui ao meu lado, não aconteceu nada e ela está bem sim.
O Sr. Wilkinson levanta uma sobrancelha e diz:
- Menos mal.
De repente ambos ficaram em silêncio por uns segundos, depois o Sr. Wilkinson resolveu falar.
- Marks...
- Estou aqui.
- O que você quer? Por que me ligou?
- Que educação. (resmunga Sophie)
- O que disse? (pergunta ele)
- Nada.
- Então diga logo o que quer.
- Por que me mandou o seu quadro de presente?
Ele se senta na lateral da cama e diz:
- Por que eu quis. Não gostou?
- Sim, mas não posso aceitar.
- Não aceito devolução.
- Eu não acho justo, esse quadro deve ser o seu preferido, o Sr. o pintou.
- De fato! Mais isso é irrelevante.
- Eu agradeço, mas continuo não achando justo eu ficar com ele. Poderia mandar alguém vir buscá-lo amanhã de manhã?
- Eu já disse que não aceito devolução Marks. Se não o quer, dê pra alguém, venda, jogue fora, queime... faça o que quiser, ele é seu.
- Eu jamais faria isso com o quadro seu louco!
- Então pendure-o na parede de seu quarto, assim toda vez que olhar pra ele se lembrará de mim. (diz ele com um leve sorriso brotando em seus lábios)
- Deus me livre! Só se for pra eu ter pesadelos todas as noites.
O Sr. Wilkinson dá uma risada e diz:
- Aposto que a Srta. iria adorar me ter em seus sonhos todas as noite. Se é que não tem.
- Vá se ferrar! (diz Sophie já irritada)
- Mal educada!
- Crocodilo velho! (diz Sophie desligando o celular na cara dele)
Sophie devolve o celular pra Anne dizendo:
- Que ódio! Como eu me arrependo de ter ligado.
- Sei... (diz Anne com um meio sorriso)
- Não vem não Anne.
- Então, você vai mesmo devolver o quadro?
- Não. (diz Sophie parecendo uma criança emburrada)
Anne sorri balançando a cabeça.
No Hotel o Sr. Wilkinson coloca o celular sobre a mesinha de cabeceira novamente e vai trocar de roupa. Ele veste seu pijama de ceda todo preto, se deita de barriga pra cima sob seu edredom e resmunga:
- Insuportável! Mal agradecida!
Ele dá um suspiro e se vira pro lado esquerdo e tenta dormir.
Johnny já estava de volta ao iate e estava servindo um copo com uísque a Orlando. Orlando bebe tudo de uma vez e coloca o copo sobre o balcão do bar pedindo pra Johnny encher o copo novamente.
- Chega Orlando. Não quero que você fique bêbado.
Orlando vai até o sofá e se senta apoiando sua nuca sobre o encosto.
- Ela esqueceu os presentes. (diz Orlando)
- Não se preocupe, amanhã eu levo pra ela. (diz Johnny indo até o amigo)
- Eu estraguei tudo Johnny. (diz Orlando deixando algumas lágrimas rolar pelas laterais de seu rosto)
- Você sabia que ela iria te odiar quando descobrisse a verdade, mas você fez a coisa certa.
- A coisa certa? (pergunta Orlando levantando a cabeça do encosto e olhando pra Johnny)
- Sim, a coisa certa. Nada melhor do que a verdade. Deixa o tempo passar, um dia ela vai te perdoar.
- Mas talvez quando esse dia chegar, se chegar, possa ser tarde demais e ela só me queira como amigo.
- Você não acha que o tutor de Anne...
- Sim, eu acho... quando ele souber que Sophie está me odiando...
- É, você tem razão... eu acho que você corre um grande risco de perdê-la pra sempre.
- Valeu. (diz Orlando)
- Me desculpe! (diz Johnny com um meio sorriso)
- Tudo bem. Eu não vou desistir dela.
- Se você realmente a ama, lute por ela. Não deixe o tutor de Anne se aproveitar da situação e conquistá-la de vez.
- Não vou deixar. Eu o mato!
- Ei... não diga besteiras.
- Ele que experimente se aproximar dela.
- Tire essas besteiras da cabeça Orlando. Você está desesperado, isso é natural, mas não vá fazer nada que possa acabar com sua vida. Você vai conseguir superar isso tudo, você vai ver... sophie vai te perdoar.
- Eu queria ter o seu otimismo. (diz Orlando voltando a apoiar a nuca sobre o encosto do sofá)
Johnny e Orlando ficaram conversando por mais alguns minutos e depois foram dormir.
Na casa de Sophie, ela e Anne também tinham ido dormir. Susan acompanhou Jack até a porta do quarto de hospedes. Eles ficaram se olhando por uns segundos, depois Susan o beijou e foi para seu quarto dormir. Era umas 3 da madrugada, Sophie acorda e não consegue mais dormir. Ainda deitada ela fica olhando pro teto e logo as lágrimas voltam a rolar em seu rosto.
- Pare de chorar por ele Sophie. (resmunga pra si mesma)
Sophie seca as lágrimas e se senta.
- Vagabunda. (diz ela com ódio se referindo a Gisele)
Sophie se levanta, dá uma olhada pra Anne que está dormindo em um colchonete ao lado de sua cama e depois vai até o banheiro. Sophie joga um pouco de água no rosto e depois se olha no espelho. Seus olhos estavam vermelhos pelo choro. Ela escova os dentes, penteia os cabelos e sai do banheiro. Depois ela vai até o guarda-roupa, pega uma calça jeans e uma blusa preta de mangas curtas, tira a camisola e veste as roupas. Sophie se senta na lateral da cama e calça seus tênis, depois ela pega sua bolsa e sai do quarto na ponta dos pés pra não acordar Anne. No maior silêncio ela desce as escadas, pega o telefone e liga para uma companhia de táxi. Depois ela vai para a varanda e fica esperando o táxi chegar. Alguns minutos depois o táxi para em frente a sua casa. Ela que estava sentada no degrau da varanda, se levanta e vai até o táxi. Já era 4 da madrugada.
- Hotel Plaza, por favor! (diz Sophie ao taxista)
- Pois não Srta.
Como não tinha trânsito a essa hora, não demorou quase nada para o taxista chegar ao Hotel. Sophie o paga e desce. Ela respira fundo e entra no Hotel. O saguão estava deserto, ela caminha lentamente até a recepção olhando por todos os lados.
- Quanto tempo que eu não venho aqui. (diz ela bem baixinho)
Sophie se aproxima do balcão e vê o substituto do Sr. Evans dormindo sentado em uma cadeira como faz todos os dias.
- Eh... dá licença! (diz ela suavemente)
O recepcionista nem se abalou.
- Sr. ... (ela o chama um pouquinho mais alto, mas nem assim ele acordou)
- Dá licença! (diz Sophie extremamente alto com sua voz ecoando por todo o saguão fazendo o recepcionista acordar assustado dando um pulo da cadeira)
- Perdão! (diz Sophie)
- Eu é que peço desculpas. (diz ele meio sem jeito)
- Se eu fosse uma ladra agora hein, com o Sr. dormindo seria facinho lhe roubar. (diz Sophie com um sorrisinho)
- Eu sei... peço perdão mais uma vez.
- Não se preocupe. O Sr. poderia me fazer um favor? Poderia me dizer em que andar e quarto está hospedada a modelo Gisele Novack?
- Sinto muito Srta. não posso fazer isso. Vai contras as regras do Hotel.
- Do Hotel ou do crocodilo velho? (resmunga Sophie)
- O que disse?
- Nada. Por favor Sr., eu preciso saber. Não precisa se preocupar, eu não sou nenhuma ladra, não vou roubar e muito menos seqüestrá-la. (diz sorrindo)
- O que a Srta. quer com a Srta. Novack há essa hora? Não pode esperar amanhecer? Dái eu ligarei para o quarto dela pra perguntar se ela pode receber a Srta.
- Não eu não posso esperar. É urgente, por favor!
- Eu to reconhecendo a cara da Srta. É claro... era a Srta. aquele dia com os seguranças... eu me lembro muito bem, a Srta. tentou roubar o escritório do Gerente.
- É era eu sim... mas fique sabendo que não tentei roubar nada e esse assunto é passado, já faz tanto tempo. Por favor Sr., eu juro que só quero falar com ela.
- Não posso.
Sophie abre a bolsa e tira 5 dólares da carteira e coloca sobre o balcão.
- Por favor! (diz ela)
- A Srta. está querendo me subornar? Com 5 dólares?
Sophie tira mais 5 da carteira e coloca junto da outra nota.
- Dez? (pergunta Sophie com um sorrisinho)
O recepcionista balança a cabeça negativamente.
- Se a Srta. tiver 50 dólares, talvez possamos pensar no assunto.
- O quê! Ficou louco! 50 dólares só pra dar uma olhadinha no computador e me dizer o andar e o quarto de uma hospede?
- Como eu disse, vai contra as regras do Hotel, não vou arriscar meu emprego por 10 dólares.
- Mas arriscaria por 50? Acho que perto do salário que o Sr. recebe, ainda é pouco. Não que eu queira que me peça mais de 50 é claro.
- Quer saber, acho melhor a Srta. ir embora.
- Não, por favor! Me ajuda.
- Tem os 50 dólares?
- Não.
- Então pegue os seus dez e vá embora. (diz ele dando as costas a Sophie)
- Eu só estou com mais 5 aqui, é pra minha passagem de volta pra casa. Aceite os dez, por favor! Eu preciso muito falar com ela.
- Então espere amanhecer Srta. (diz ele voltando a olhar pra ela)
- Não dá, tem que ser agora.
- Por que tanta urgência?
- É particular.
O recepcionista dá um suspiro e pega as duas notas de 5 dólares e as coloca dobradas dentro do bolso da camisa.
- Espero não me arrepender. Por favor, não arrume problemas pra mim.
- Não se preocupe.
O recepcionista começa a verificar os nomes dos hospedes que começa com a letra “G” e logo ele acha o nome de Gisele.
- Aqui está. Srta. Gisele Novack. 5º andar, quarto 510.
- Obrigada, muito obrigada mesmo.
- De nada e obrigado também. (diz ele batendo a mão no bolso onde estão os 10 dólares)
Sophie vai até o elevador e fica apertando o botão com um pouco de desespero. Quando a porta abre, ela entra e aperta o botão de número 5 e fica olhando os números dos andares que iam passando do 1 pro 2, do 2 pro 3 e assim sucessivamente. Era bem rápido, mas pra Sophie parecia uma eternidade.
- Vai logo pro 5º andar droga!
Chegando ao 5º andar, ela sai do elevador e começa a andar apressada pelo corredor a procura do quarto de Gisele. Finalmente Sophie para em frente ao quarto de número 510.
- É aqui. Agora essa vagabunda vai ver o que é bom.
Sophie já tomada pelo ódio bate com força na porta. Gisele que estava num sono profundo, não ouve nada. Sophie começa a ficar mais irritada e bate mais forte.
- Não é possível. (resmunga Sophie). Acorda sua vagabunda! (diz ela extremamente alto batendo sem parar). Acorda!
Finalmente Gisele ouve as batidas e uma voz a qual ela não conseguiu identificar de quem era e o que estava dizendo. Ela se levanta um pouco atordoada e olha a hora. Era 4:30. Gisele põe seu robe e vai até a porta.
- Já vai, já vai... (diz ela destrancando a porta)
Ao abrir Gisele se depara com Sophie.
- Mas... o que... (diz Gisele surpresa)
- Sua vagabunda... piranha... ordinária... (diz Sophie empurrando Gisele e entrando no quarto)
- Como ousa...
Gisele nem concluiu a frase porque foi pega de surpresa com um tapão que Sophie lhe deu no meio da cara.
- Sua maluca... como se atreve! (diz Gisele)
- Sua ladra de namorados... prostituta!
Sophie não dá chance pra Gisele dizer nada e vai pra cima dela com tudo. As duas começaram a se bater e caíram no chão aos chutes e puxões de cabelo. Gisele consegue prender os braços de Sophie no chão ao longo do corpo dela com suas mãos e sobre Sophie ela diz:
- Sua fedelha! Como se atreve a vir aqui me ofender e me bater. Sou maior do que você e tenho mais força também, se realmente quer entrar numa briga comigo, fique sabendo que sairá perdendo.
- Me solte sua cadela! (diz Sophie)
Gisele solta um dos braços de Sophie e lhe dá um tapa na cara e antes que Sophie reagisse, Gisele volta a prender o braço dela.
- Não me ofenda! Quem você pensa que é? (diz Gisele)
- Ofendo quantas vezes eu quiser porque é isso mesmo que você é... uma cadela... piranha!
- Como soube o que aconteceu?
- Ele me contou. Por essa você não esperava não é? Você pensou que iam ficar me enganando a vida toda?
- Ficar enganando você? Eu não tenho um caso com ele. Só aconteceu uma vez.
- Cale a boca! Sua vagabunda! (diz Sophie se debatendo para se soltar das mãos de Gisele e tentar tirá-la de cima de si)
- Eu quero que você saia daqui agora mesmo. (diz Gisele se levantando e deixando Sophie deitada no chão)
Sophie se levanta e começa a quebrar tudo o que via pela frente.
- Pare com isso sua louca!
Gisele vai até o telefone e liga pra recepção.
- Pois não! (diz o recepcionista)
- Aqui é Gisele Novack, mande o gerente vir ao meu quarto com urgência, diga que tem uma louca quebrando tudo e que me agrediu também.
- Pois não Srta. (diz o recepcionista desesperado)
- Eu já mandei você parar com isso. (diz Gisele pra Sophie)
Sophie pega o último jarro que ainda estava intacto e joga aos pés de Gisele que deu um pulo pra trás.
- Se dê por satisfeita que não foi na sua cabeça. (diz Sophie)
- Eu sabia que essa garota ia arrumar confusão... eu sabia... (diz o recepcionista ligando pro quarto do Sr. Wilkinson)
-Sim. (diz Sr. Wilkinson sonolento ao atender o telefone)
- Sr. aqui é da recepção, perdão o incômodo, é que a Srta. Gisele Novack pediu para o Sr. ir ao quarto dela com urgência, ela disse que tem uma louca quebrando tudo lá e que ela foi agredida também.
- Que absurdo está me dizendo. (diz ele franzindo a testa). Qual é o quarto da Srta. Novack?
- 5° andar, quarto 510.
- Vou lá agora mesmo.
O Sr. Wilkinson coloca seu robe preto e sai do quarto. Ele entra no elevador e ao chegar no 5° andar, vai às pressas para o quarto de Gisele. Gisele estava segurando Sophie pelos braços já que Sophie havia ido pra cima dela pra lhe bater novamente. Gisele tentava desviar as pernas dos chutes de Sophie que estava enlouquecida. Gisele estava de costas para a porta que estava aberta quando o Sr. Wilkinson chega.
- Srta. Novack...
Gisele solta os braços de Sophie e sai da frente dela revelando o rosto de Sophie para o Sr. Wilkinson.
- Marks! (diz ele surpreso e ao mesmo tempo indignado)
O coração de Sophie deu um disparo ao ver o Sr. Wilkinson depois de tanto tempo.
- Que diabos está fazendo aqui? E o que significa isso? (pergunta ele entrando no quarto)
Sophie não conseguiu responder nada. Ele olha pra Gisele e pergunta:
- A Srta. está bem?
- Sim, obrigada.
- Não vai perguntar se eu também estou bem? Porque eu também fui agredida. (diz Sophie)
Ele a encara e diz com uma sobrancelha levantada:
- A Srta. poderia estar um caco e nem assim eu lhe perguntaria se está bem.
Sophie cruzou os braços indignada.
- Pode começar a explicar. (diz ele pra Sophie)
- Eu vim acertar minhas contas com essa vadia.
- Modere o palavreado Marks. E o que quis dizer com acertar as contas?
- Essa piranha transou com meu namorado. (diz Sophie enfurecida)
- Eu já disse para moderar o palavreado.
O Sr. Wilkinson olha pra Gisele que abaixa a cabeça e depois torna a olhar pra Sophie. sem saber o que dizer, ele passa a mão pelos cabelos. Ele olha pra Gisele e diz:
- Vou mandar alguém arrumar essa bagunça.
- Obrigada Sr.
- Mas quem deveria fazer isso é a Srta. (diz ele olhando pra Sophie)
- Eu?
- Sim. (diz ele inclinando o corpo um pouco pra frente encarando ela). Venha comigo. (diz ele se aproximando de Sophie, pegando a bolsa dela que está no chão e depois pegando Sophie com força pelo braço)
- Me solte! Não vou com o Sr. a lugar nenhum.
- A vai sim, a menos que prefira arrumar a bagunça.
Ele puxa Sophie com força e sai do quarto. Gisele fecha a porta, vai até o sofá pisando em alguns cacos e se senta.
- Louca! (diz Gisele se referindo a Sophie)
O Sr. Wilkinson entra no elevador ainda segurando o braço de Sophie.
- Me solte! (diz ela puxando o braço, mas ele segura com mais força)
- Ai... está me machucando.
O elevador para e ele sai puxando Sophie pelo braço até chegar no quarto dele.
- Por que me trouxe até aqui?
- Já está amanhecendo, não vou para o escritório desse jeito. (diz ele se referindo ao pijama)
- É, seria uma tragédia. Vai que um hospede resolve ir falar com o Sr. ... o coitado sairia correndo assustado.
O Sr. Wilkinson que acabara de abrir a porta diz enquanto Sophie entra no quarto:
- Mas se fosse uma hospede, com certeza ela cairia aos meus pés pelo meu charme.
- Piada né? (pergunta Sophie debochada)
O Sr. Wilkinson fecha a porta e fica olhando pra Sophie.
- O que está olhando?
- Quando o recepcionista me ligou dizendo que tinha uma louca quebrando tudo no quarto da Srta. Novack eu deveria ter imaginado que era a Srta. Como isso não passou pela minha cabeça? Afinal de contas a Srta. é a única louca desse planeta.
- To emocionada com tanta gentileza.
- Então, é verdade o que a Srta. disse? O Sr. Bloom e a Srta. Novack...
- Sim. (diz Sophie se sentando no sofá). Ele não podia ter feito isso comigo, não podia. Desgraçado!
Ouvir Sophie chamar Orlando de desgraçado deixou o Sr. Wilkinson se sentindo vitorioso como se ele tivesse provocado a separação dos dois.
- Por que ele fez isso comigo? Por quê? (pergunta ela com os olhos marejados)
- É muito simples... primeiro porque a Srta. Novack é uma mulher muito interessante, charmosa, sexy... e segundo porque ela é do mundo dele, os dois combinam.
Sophie estava boquiaberta com o que acabara de ouvir. Ela se levanta com lágrimas nos olhos e diz:
- Eu sei que não chego aos pés dela, mas não precisava me humilhar desse jeito.
Sophie dá as costas ao Sr. Wilkinson e vai até a porta pra ir embora quando ele completa:
- E terceiro... ele fez isso com a Srta. porque é ele é um idiota, ou cego, pra não perceber o quanto a Srta. é incrível, linda... insuportável e insolente é claro, mas que suas qualidades superam seus defeitos. Só sendo um completo imbecil pra desejar outra mulher quando se tem a Srta. por perto. (diz ele se aproximando pelas costas dela)
Sophie estava paralisada e suas lágrimas não paravam de rolar em seu rosto. Sophie se vira pra olhá-lo completamente descrente no que acabara de ouvir.
- O que foi? A Srta. parece surpresa com tudo o que acabou de ouvir.
Sophie seca as lágrimas e diz:
- E estou mesmo. Gentileza não combina com o Sr. e porque eu deveria acreditar em tudo o que disse?
- E porque não acreditaria?
- Porque o Sr. me odeia.
- Sabe qual é o seu maior defeito Marks? Sua burrice... ou será que se faz de burra?
- Bravo... agora sim é o verdadeiro Sr. Wilkinson.
O Sr. Wilkinson segura Sophie com força pelos braços e diz:
- A Srta. tem o dom de me irritar, sabia?
O rosto dele estava quase colado ao dela, ele podia sentir a respiração acelerada de Sophie.
- Deixe de ser burra garota. Quando é que vai perceber que não é ódio o que eu sinto?
Sophie mal conseguia respirar. Num impulso o Sr. Wilkinson a beija. Sophie sente todo o seu corpo estremecer, seu coração estava acelerado e suas pernas trêmulas. Ele a beijava com intensidade. De repente Sophie o empurra interrompendo o beijo e sai do quarto dele as pressas sem dizer nenhuma palavra.
- Marks, espere! Marks... (diz ele vendo-a correr pelo corredor)
Quando Sophie some de suas vistas, ele fecha a porta e coloca um sorriso de satisfação em seus lábios. Sophie passa pelo saguão correndo sem dar chance do recepcionista lhe dizer nada e sai do Hotel. Ela começa a caminhar pela calçada e desliza seus dedos em seus lábios ainda sentindo o gosto do beijo dele e suas lágrimas voltam a rolar em seu rosto. Já era mais de 5 da manhã. Quando Sophie chega a um ponto de táxi, se dá conta de que havia esquecido sua bolsa no quarto do Sr. Wilkinson.
- Que droga! Eu não vou voltar lá, não vou.
O Sr. Wilkinson vê a bolsa dela jogada no sofá e sorri.
- Ela vai ter que voltar aqui. (diz ele)
- E agora, como eu faço pra ir pra casa? Merda! Porque eu fui esquecer a bolsa lá?
O Sr. Wilkinson se senta no sofá e fica com a bolsa de Sophie sobre o colo.
- Droga! Droga! Droga! (resmunga Sophie voltando pro Hotel)
Sophie para em frente ao Hotel e resmunga desanimada:
- Lá vamos nós outra vez.
Sophie entra no Hotel e o recepcionista a olha e diz:
- Pelo amor de Deus, por que voltou? Não vai arrumar mais confusão não né? Não me meta em problemas, por favor!
- Não, eu não vou. Não se preocupe. (diz ela sem parar de andar)
Sophie volta ao quarto do Sr. Wilkinson e para em frente à porta. Ela respira fundo e dá 3 batidas de leve. Ao ouvir as batidas o Sr. Wilkinson já imaginando ser Sophie, sorri e diz:
- Pode entrar Marks.
Sophie abre a porta e entra.
- Como sabia que era eu?
- Por causa disso. (diz ele amostrando a bolsa dela)
Sophie se aproxima dele e quando foi pegar sua bolsa, o Sr. Wilkinson não a deixa pegar e se levanta.
- O que significa isso? (pergunta Sophie)
O Sr. Wilkinson não responde nada e mais uma vez Sophie tenta pegar sua bolsa, mas ele coloca o braço pra trás de si não deixando-a pegar.
- Pare com essa palhaçada e me dê minha bolsa.
- Ainda não. (diz ele com um leve sorriso nos lábios)
- Como assim ainda não? Eu preciso ir pra casa. Me dê minha bolsa.
- A Srta. saiu daqui as pressas... nem me disse o que achou do beijo.
- O quê! Não to acreditando nisso. Quer saber o que eu achei? Pois eu vou dizer... eu odiei, foi o pior beijo da minha vida. Fiquei com ânsia de vômito.
O Sr. Wilkinson deu uma gargalhada.
- Estou falando sério. (diz Sophie)
- É mesmo? (pergunta ele com um sorriso sarcástico)
- Escuta aqui, eu to morrendo de sono, to com dor de cabeça, to com fome... já são quase 6 da manhã, estou acordada desde às 3, agora será que dá pra devolver minha bolsa? (pergunta ela estendendo a mão)
Ele sorri divertido e diz:
- Eu lhe devolvo se aceitar tomar café comigo.
- Como é que é? Eu ouvi direito?
- Ouviu sim. Aceita?
- O Sr. está drogado?
O Sr. Wilkinson riu com gosto, dessa vez ele realmente achou graça no que ela dissera.
- Acho que seu beijo me deixou drogado. (diz ele divertido)
- Como ele é espirituoso!
- Ainda não disse se aceita.
- É claro que não.
- Então acho que a Srta. irá pra casa a pé. (diz ele balançando a bolsa dela)
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Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...