Já em casa Sophie diz:
- Essa história dele tá muito estranha.
- Como assim Sophie?
- É muito estranho mãe. Anne desmaiada e ele simplesmente deixa ela assim, sozinha... não sei não...
- No que você tá pensando? (pergunta Susan)
- Ah, sei lá... desse homem a gente pode esperar qualquer coisa. De ruim é claro. A entrada do Morrison no Hotel tá me deixando intrigada.
- Quanto a isso, ele pode ter entrado escondido, pela garagem ou pela saída de emergência. Há tantos meios pra alguém entrar escondido em qualquer lugar. (diz Susan)
- Eu sinceramente não acredito que esse tenha sido o caso. (diz Sophie)
- O que está insinuando Sophie? Que o Sr. Wilkinson o deixou entrar lá? Mas se foi isso... com que intenção?
- Eu não sei mãe. Mas juro que não vou sossegar enquanto não descobrir a verdade. Eu acredito que Anne não tenha traído Johnny.
- É claro que ela não fez isso meu amor. É óbvio. Eu imagino como Johnny dever ter ficado enfurecido vendo eles na cama.
- É, só que não justifica ele ter feito isso com ela e comigo. Ele me julgou por uma coisa que eu não sou. Ele me magoou muito e por causa das atitudes dele, Anne perdeu o bebê.
- Você tem razão. Mas tome cuidado minha querida. Não vá se meter em problemas com o Sr. Wilkinson e muito menos com o Morrison. Não quero que te aconteça nada.
- Não vai acontecer nada. Eu vou tomar cuidado.
No outro dia Susan e Sophie foram visitar Anne no Hospital. O Sr. Wilkinson que estava lá não lhes dirigiu uma palavra se quer. Anne continuava triste pela perda do bebê, só que estava mais magoada com Johnny. O seu grande amor a estava odiando por uma coisa que ela não fez. Como ela poderia traí-lo? Ele era a vida dela. Johnny era o ar que ela respirava. E agora o que sobrava desse grande amor? Ódio, ressentimento, magoa, dor...
Chega o dia de Anne sair do Hospital. Houve uma pequena discussão no Hospital entre o Sr. Wilkinson e ela por que Sophie queria que Anne fosse pra sua casa e Anne também queria ir pra lá, mas ele não permitiu. Anne acabou indo pro Hotel com ele. Susan e Sophie o seguiram até lá em outro táxi.
Quando eles entraram no Hotel, Anne teve uma surpresa inesperada, Johnny estava no saguão. Ela se aproxima dele devagar e o fica olhando com lágrimas em seu rosto. Ele tenta controlar as próprias lágrimas e antes de falar qualquer coisa, Anne pergunta:
- O que faz aqui?
- Eu soube que perdeu seu filho.
- Meu filho? Você fala como se também não fosse seu.
- Mas não era meu. (diz ele ríspido)
- Você é um idiota! No dia que descobrir a verdade, será tarde demais por que eu não vou perdoar você.
- A verdade foi a que eu vi. Você na cama com aquele miserável.
- Eu nunca pensei que por mais que você tivesse com ódio de mim fosse capaz de me bater.
Ele abaixa a cabeça com lágrimas fluindo de seus olhos. Anne se afasta e diz com a voz embargada:
- Você voltou só pra matar seu filho. Antes não tivesse voltado.
Johnny a olha com o rosto molhado pelas lágrimas e a boca entreaberta, mas não conseguiu dizer mais nada.
- Não sei o que veio fazer aqui. Disse que nunca mais queria olhar na minha cara. Por que não volta pra Londres?
- Talvez eu faça isso. (diz ele com a voz arrastada e melancólica)
- Ótimo! (diz ela lhe dando as costas)
- E por que você não casa com o Morrison?
Ela o olha furiosa e diz:
- Talvez eu faça isso. Quem sabe não convide você pra padrinho?
- Vá se ferrar! (diz ele furioso se afastando indo em direção à saída)
- VÁ VOCÊ, SEU ESTÚPIDO! IDIOTA.
- Pare com o escândalo Dawson. (diz Sr. Wilkinson segurando o braço dela)
- Me solte! (diz ela)
Johnny passa por Sophie e a olha. Ela o olha com ódio e depois vira o rosto. Então ele vai embora.
- Anne, você precisa descansar. (diz Sophie se aproximando)
- Mãe, eu posso dormir aqui hoje?
- Claro meu amor.
- Vem amiga, vamos pro quarto. (diz Sophie)
Susan se despede de Anne e da filha e vai pra casa. Anne dá as costas pro Sr. Wilkinson e vai pro quarto com Sophie. Já no quarto, Anne toma um banho e se deita um pouco, ela já havia almoçado no Hospital. Anne não conseguia parar de chorar.
- Eu não gosto de te ver assim Anne.
- Por que ele não acredita em mim?
- Por que é um estúpido! (diz Sophie)
- Sophie, eu juro que nunca traí Johnny. Eu não sei como o Josh veio parar na minha cama.
- Eu acredito em você amiga.
- Sophie, eu sei que você e o Johnny tem um carinho muito grande um pelo outro. Você não precisa ficar brigada com ele só por minha causa.
Anne estava deitada na cama e Sophie sentada perto dela. Sophie abaixa a cabeça e depois se levanta se afastando da cama e fica de costas pra Anne.
- Sophie, o que foi?
- Nada. (diz ela com a voz embargada)
- Sophie, você tá chorando?
- Não.
- Tá sim.
Anne se levanta e vai até ela.
- Olha pra mim.
Sophie a olha com os olhos cheios de lágrimas.
- Você ficou estranha depois do que eu falei. O que houve?
- Nada.
- Como nada? Parece estar me escondendo algo.
- Não to não.
- Sophie, seja lá o que for eu quero que me conte agora. Se tiver me escondendo alguma coisa sobre o Johnny... por mais ruim que seja se não me contar eu não vou te perdoar.
- Mesmo que seja algo que vá magoar você ainda mais?
Anne abaixa a cabeça e diz:
- Mesmo assim, eu quero saber.
- É melhor você se sentar. (diz Sophie)
Sophie a pega pela mão e as duas se sentam à beira da cama.
- Eu não ia te contar pra te poupar de mais uma decepção.
Anne a olha assustada.
- O que houve?
- No dia que Johnny pegou você na “cama” com o Morrison... ele foi lá em casa e...
- E o quê?
- Ele tava enfurecido, ele disse que eu sabia que você tava traindo ele com o Morrison e que eu tava participando de orgias com vocês.
Anne não conseguia dizer nada apenas a ouvia.
- Ele xingava nós duas de coisas horríveis. E disse que eu não precisava me fazer de virgenzinha recatada por que era uma vadia tanto quanto você e... (Sophie soluçava de tanto que chorava)
- E... ele me ofereceu dinheiro pra...
- Pra quê Sophie?
- Pra transar com ele.
- Oh meu Deus! (diz Anne levando a mão à boca)
Anne dá um grito sufocado de ódio e se ajoelha sentando sobre as pernas e abraçando o próprio corpo.
- Ele não podia ter dito essas coisas pra você.. (diz Anne chorando)
Sophie se ajoelha e abraça Anne e chorando muito ela diz:
- Eu disse que confiava nele com se fosse meu pai. Ele começou a chorar como se tivesse se arrependido do que tinha dito... por mais que se arrependa eu nunca vou perdoá-lo.
- Como ele pôde Sophie?
- Não vou justificar tudo o que ele me disse, mas o ódio levam pessoas a fazerem e dizerem coisas horríveis. (diz Sophie)
- Não ele Sophie... não ele. (Anne chorava desesperada)
Elas se levantam e sentam na cama novamente.
- Ele é um hipócrita. Ele disse que nunca ia perdoar o Orlando por ter contado pro meu tutor sobre nós dois, mas o que ele propôs a você pra se vingar de mim não chega nem perto do que Orlando fez. (diz Anne)
Anne se levanta seca as lágrimas e diz:
- Acho que agora eu me sinto pronta para perdoá-lo.
- Perdoar quem? (pergunta Sophie se levantando)
- Orlando.
- É sério? (pergunta Sophie)
- É. Sophie, as coisas aconteceram tão rápido que não tive tempo de te contar. Outro dia o Orlando ligou pra cá pro Hotel e me pediu perdão.
- E você? (pergunta Sophie)
- Eu não o perdoei naquele momento, mas disse que ia pensar. Johnny falou com ele primeiro e disse que estávamos juntos e que eu estava grávida. Quando eu falei com ele, ele me deu os parabéns e jurou que só queria minha amizade. Ele me deu o número do telefone dele e disse que quando eu me sentisse pronta para perdoá-lo era só ligar.
- Por que será que ele também não ligou pra mim?
- Talvez ele não tenha o seu telefone e você já o tinha perdoado, não é?
- Sim. Mas ele pelo menos perguntou por mim?
Anne apenas balança a cabeça negativamente. Sophie torna a se sentar na beira da cama. Anne a olha triste e se senta também.
- Não fica assim. (diz Anne)
- Tudo bem. Ele nem deve lembrar que eu existo.
- Não diz isso Sophie. É claro que lembra.
- Você vai contar pra ele que perdeu o bebê e que você e Johnny não estão mais juntos?
- Talvez. Por quê?
- Ele só disse que queria sua amizade porque sabia que você estava grávida e estava com Johnny, mas se ele souber que não estão mais juntos e que você não está mais grávida com certeza ele vai voltar pra tentar te conquistar.
- Nem que ele tentasse mil vezes Sophie. Eu jamais faria isso com você.
- Eu sei Anne, mas mesmo assim seria muito difícil pra mim vê-lo se jogando aos seus pés e me ignorando. Eu não sinto inveja de você por isso, eu juro, mas tenta me entender, eu o amo tanto.
- Eu entendo Sophie e me sinto mal por isso. Como é que ele não foi se apaixonar por você? Você é a garota mais linda e maravilhosa que eu já conheci. Não to falando isso só porque é minha melhor e única amiga não e sim por que você realmente é incrível.
- Obrigada Anne. Eu também acho isso tudo de você.
Anne lhe dá um abraço.
- Você prefere que eu não ligue pra ele? Se não quiser eu não ligo. Eu faço qualquer coisa por você, pra te ver feliz. Se eu perdoar Orlando vai fazer você sofrer, eu não o perdôo.
- Não, de jeito nenhum. Eu jamais impediria você de perdoá-lo. Pelo contrário, eu ficaria muito feliz. Liga pra ele sim.
- Tem certeza?
- Tenho. Pode ligar.
- Tudo bem.
Anne vai até a mesinha de cabeceira, abre uma gaveta e pega o papel com o número do telefone de Orlando. Depois ela pega seu celular e liga.
- Tá chamando. (diz Anne)
Sophie se senta ao lado dela na lateral da cama.
- Alô! (diz Orlando)
- Oi! (diz Anne)
Ele reconhece a voz dela.
- Anne! Que surpresa! Foi mais rápido do que eu esperava.
- Pois é. Pra você ver! (diz ela sorrindo)
- Você tá bem? (pergunta ele)
- Estou e você?
- Melhor agora. Estava ansioso pela sua ligação.
- Então agora já pode ficar tranquilo.
- É, posso sim. (diz ele sorrindo)
- E a gravidez, como vai?
Anne fica muda ao celular. Não sabia o que dizer.
- Anne...
- Oi, to aqui.
- Por que não me respondeu? Tá tudo bem, não tá?
- Não. (diz ela tentando controlar as lágrimas)
- O que houve?
- Eu... eu perdi o bebê.
- Oh meu Deus Anne! Eu sinto muito! Como isso aconteceu?
- Me desculpe Orlando, mas eu não quero falar sobre isso agora e muito menos por telefone.
- Claro. Eu é que peço desculpas.
- Tudo bem. Eu vou superar.
- É claro que vai. Você é uma garota forte e determinada. Você é muito jovem, ainda terá muitos filhos. Eu sinto muito mesmo.
- Obrigada! E quanto a eu ter muitos filhos é exagero seu. Deixa os muitos pra Sophie.
Orlando sorriu ao telefone.
- E por falar em Sophie, como ela está?
- Sophie tá bem. Quer dizer... morrendo de saudades de você.
- ANNE! (diz Sophie alto)
Orlando ouviu a voz dela.
- Ela tá aí com você?
- Sim.
- Deixa eu falar com ela.
- Claro. (diz Anne)
- Orlando quer falar com você. (diz Anne lhe entregando o celular)
O rosto de Sophie se iluminou como Anne jamais havia visto e se sentiu muito feliz pela amiga.
- Oi Orlando!
- Oi Sophie! Como você está?
- To bem e você?
- Com saudades. (diz ele)
- Mentiroso!
- Eu juro! (diz ele)
- Se tivesse com saudades teria me ligado.
- Eu não tenho o seu número. Se me der, eu ligo quantas vezes você quiser. (diz ele)
- Tá falando sério? (pergunta ela sorridente)
- Claro que é sério.
Sophie diz o número de seu celular e o número do telefone da casa dela e Orlando anota tudo.
- Pronto! Agora posso ligar pra você. Quando quer que eu ligue?
- Quando você quiser. (diz Sophie)
- Não devia ter dito isso. Agora eu me sinto com liberdade pra te encher o saco no telefone. (diz ele rindo fazendo Sophie rir também)
- Pode encher. Será um prazer! (diz ela)
- Eu pensei que você nem lembrasse mais que eu existo. (Completa Sophie)
- Como eu poderia esquecer que você existe depois daquele beijo? Quase me sugou todo o ar. (diz ele rindo)
Sophie dá um sorriso constrangido e Anne pergunta sussurrando:
- O que ele disse?
Sophie faz sinal pra Anne com o dedo indicador nos lábios pra ela fazer silêncio.
- Mas você foi o culpado. Eu ia dar um beijinho simples, só que você me agarrou daquele jeito, queria que eu fizesse o quê?
Orlando dá uma gargalhada. Anne leva a mão à boca com o comentário de Sophie.
- É que eu não sou homem de beijos simples.
Sophie se enche de coragem e diz:
- Eu adoraria repetir a dose.
Anne ao ouvir isso se joga na cama com a mão ao coração.
- Quem sabe! (diz ele)
Sophie apenas sorri.
- Adorei ter falado com você Sophie.
- Eu adorei mais.
- Agora deixa eu voltar a falar com Anne antes que ela desista de falar comigo e só volte a ligar no final do século.
Sophie riu com gosto.
- É, seria bem a cara dela não é? (diz Sophie rindo)
- Pois é. É melhor eu não arriscar. (diz ele)
- Quando quiser ligar pra mim é só pegar o número com Anne.
- Tá bom. Tchau!
- Tchau!
Sophie passa o celular pra Anne e se joga na cama. Sophie estava em completo êxtase de tanta felicidade. Depois de tanto tempo será que finalmente Orlando notara ela e sentira sua falta? Ela realmente queria acreditar no que ele disse, principalmente sobre o beijo. Um beijo que até hoje ela sente o gosto. O gosto daqueles lábios quentes e molhados.
![](https://img.wattpad.com/cover/56280977-288-k495418.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amores em Conflito!
RomanceAnne é uma garota de apenas 17 anos, mora com seu tutor o Sr. George Wilkinson em um Hotel de luxo em Los Angeles, seu tutor é o gerente do Hotel. Anne tem lindos cabelos ruivos e lisos com leves cachos nas pontas na altura dos ombros, lindos olhos...