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Any Gabrielly

Estamos andando pelo corredor apenas conversando, indo em direção ao refeitório, ele está cheio e nem é preciso chegar na porta para perceber, os murmúrios estão a todo vapor, sendo ouvidos da sala de artes cênicas.

Assim que entramos meu olhar recai sobre Josh, que sorri debochado pra mim, me fazendo revirar os olhos.

Nos sentamos na mesa de sempre, Krystian foi pegar algo na máquina um pouco mais afastado de onde estamos enquanto nos sentamos.

— Você não seria maluca de fazer isso Any, seu pai não precisa que arrume uma namorada pra ele. – Sina diz, ao colocar sua bolsa ao seu lado.

— É só um empurrãozinho...

— Tá mais para uma voadora. – Sabina diz fazendo a loira rir.

— Eu só quero ver ele se divertindo. Ele só vai do trabalho, pra casa e viceversa.

— Se o seu pai quisesse alguém não acha que já teria se relacionado com alguém? – Sabina questiona.

— Depois eu penso nisso, estou com fome e Krystian prometeu me pagar o almoço de hoje.

— E ele vai, olha ele voltando com dois snakes. – Sina diz rindo da minha cara.

— Eai Any. – Leonardo diz ao passar pela mesa, dando seu sorriso bonito.

— Fala Léo. – Digo simples, lhe dando um sorriso simpático.

— Segunda dose Gabrielly? – Sabina questiona.

— Sabe que eu não fico com a mesma pessoa duas vezes Sabina, não sei do que está falando.

— Qual será a bola da vez? – Sina questiona.

— Por enquanto ninguém.

— Qual é Any, deve ter alguém na reta desses olhos felinos. – Shivani entra na jogada.

— É tão difícil de acreditar?

— Any, você só tem cara de santa, mas exercer isso não rola com você. – Krystian leva um pedaço do seu snake a boca. — Duvido que não tenha pegado a maioria desses caras aqui nesse refeitório.

— Não duvide, sabe que eu sou competitiva e provo pra você que não.

— Então, já que é competitiva, quero te propor um desafio...

— Vai começar... – Shivani diz mas logo ri.

— Então diga.

— Eu desafio você a beijar o Beauchamp agora, na frente de todos.

Eu odeio esse garoto, e não estou falando de Josh dessa vez.

— Você... é... patético!

— Eu diria excêntrico. – O mesmo me corrige. — Não enrole, ande logo.

Respiro fundo e penso aonde o meu senso de competitividade vai me levar.

— E o quê eu ganho com isso?

— Faço seu trabalho de artes cênicas por duas semanas.

— Fechado!

Respiro fundo, logo levando o canudo do suco que era de Sina, mas agora é meu. Bebo um gole generoso e me levanto, deixando meu celular sobre a mesa.

Caminho a passos lentos até onde Josh está, o mesmo está conversando com alguns amigos e um deles é Noah, o cara qual minha amiga está tendo um rolo pelos cantos da universidade.

Paro pensando a merda que eu irei fazer, eu não deveria estar fazendo isso...

Me viro para voltar mas vejo Talles, o cara qual eu quero evitar pois ele está tentando dar invetidas em mim mas não estou afim.

Que merda.

Me sinto coagida, de certa forma. De um lado meus amigos, de outro o meu vizinho e na minha frente o cara quem eu tento não cruzar a duas semanas. Ele continua a caminhar em minha direção e me viro na direção dos jogadores, caminho a passos largos até os mesmos, ficando entre eles na rodinha.

Seguro o rosto de Josh com ambas as mãos e selo nossos lábios, ouço alguns caras a nossa volta sussurrarem, outros até comentarem e outros comemorarem.

Josh corresponde ao beijo logo em seguida, levando sua mão aos meus cabelos, segurando minha cintura. Sua língua investi na minha e não posso fazer nada, tem que parecer real ou Krystian me fará fazer isso novamente, eu o conheço.

Quando a falta de ar se faz presente Josh encerra o beijo, logo puxando meu lábio inferior entre os dentes.

Quando abro os olhos, os mesmos encaram os seus e logo vejo um sorriso se formar nos seus lábios, eu vou matar o Krystian assim que sair dessa situação.

— Tão repentino assim Anyelly? – Sua voz contém um certo deboche.

Me afasto do mesmo, eu não direi nada pois eu não sei o que dizer, só sei que depois disso, eu estou ferrada com Joshua.

Saio andando sem o responder, o quê eu diria?

Desculpa Josh, meu amigo me desafiou a beijar você, fico te devendo essa!

Assim que chego a mesa pego minha mochila, a colocando no meu ombro, logo pegando meu celular e o suco de Sina, que agora é meu.

— Satisfeito?

— Até demais... e que beijo foi aquele? – O mesmo questiona abismado.

— Eu não brinco em serviço Krystian, deveria conhcer sua amiga.

O mesmo não diz nada e saio do refeitório pela porta A, quando entro no corredor em direção às salas ouço o barulho de passos atrás de mim.

— Any!

Josh você não.

— Fala. – Digo ao me virar.

— Pode começar a me explicar tudo aquilo?

— O quê? Nunca beijou na sua vida?

— Você não me beijaria do nada.

— Krystian me desafiou...

— Você é competitiva o bastante para deixar de lado a vontade de matar e me beijar?

— Pois é né, as vezes fizemos sacrifícios em pró de algumas coisas.

Me viro, andando para longe do mesmo.

— Any, pode me explicar o motivo de me odiar tanto? Não é só pois implico com você, tem algo aí. – Diz me seguindo.

Paro, segurando a alça da minha mochila e me viro para encará-lo.
— Quer saber Josh, você estragou o meu sonho, eu poderia ter alavancado meu talento no teatro se eu tivesse passado no teste mas por causa do meu vestido que rasgou do nada eu não pude pegar o papel.

— Como sabe que fui eu?

— Quem foi o único a entrar na sala alguns minutos antes da troca de roupas? Foi você, eu vi você saindo da sala.

— Any eu...

— Quer saber, sim eu tenho magoa de você, eu só queria saber o porquê, me diz Josh.

— Implicância. A gente construiu uma rivalidade desde o começo.

— Ok, você já sabe o motivo do ocorrido a minutos atrás, agora preciso ir pra próxima aula.

— Any... – Me viro para olhá-lo novamente. — Desculpa.

— Já foi, é passado mas só me deixa em paz ok?

Me afasto do mesmo, voltando a caminhar para o lado posto ao do refeitório.

Krystian, eu mato você.

Eu não sei qual seria pior, ele me beijar na frente de todos os ele me barrar antes que chegasse aos seus lábios. De todas as opções preferi a que ocorreu, pelo menos não passei tanta vergonha mas algo me intriga, retirar essas lembranças da gaveta me faz refletir o motivo de Josh ter feito aquilo, não era por implicância. E eu vou descobrir.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora