Hurts so good

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Any Gabrielly

Assim que chegamos ao hospital a médica apalpou a região da minha barriga e constatou que está rígida, quando tocou minha barriga senti um desconforto que não chegou a ser dor.

Tirou sangue, e mais alguns exames, quando ela entrou com um ultrassom meus olhos se arregalaram mas aí lembro que já vi em programas de medicina que o ultrassom não é apenas para gravidez, que usam até em homens com dores pélvicas.

— Bom, Any é um pouco gelado, tudo bem? – A médica avisa e assinto.

A mesma derrama uma quantidade na minha barriga e começa a passar o aparelho, espalhando o gel pela mesma.

Em certos lugares ela apertava mais o aparelho e semicerra o olhar pra tela. Fico apreensiva, segurando a mão de Josh enquanto o mesmo tem os olhos vidrados no monitor, mesmo ele não entendendo nada.

— Está tudo bem com a minha namorada doutora? – Josh questiona após a doutora mudar a tela do computador.

— Só um minutinho meu rapaz. –  A mesma diz educadamente e volto a minha atenção para a tela do computador. — Bem, o que temos aqui... – Diz analizando as imagens enquanto desliza o aparelho pela minha barriga. — Então você anda tendo dores pélvicas senhorita Any.

— Sim, acho que por causa do meu trabalho, pego caixas o dia inteiro.

— Não é indicado pegar muito peso.

— Mas eu sou uma pessoa saudável, sem problemas cardíacos.

— Mas você está grávida.

Olho para Josh que paralisa, com os olhos na minha barriga.

Espera, eu ouvi isso direito?

— Espera, o quê?

— Você está grávida, e pelo que vejo... – A mesma chega mais perto, analizando o pequeno borrão que aparece na tela. — Está com quase quatro meses.

— Como? Eu menstruo normalmente, fiz testes de gravidez e todos deram negativo.

— Não é recomendado confiar nesses testes de farmácia, o certo seria um exame de sangue.

— Espera, quatro meses?

— Mais precisamente. Parabéns papais. – A médica diz ao nos olhar. — É um feto saudável, com batimentos rápidos e sólidos. Querem ouvir?

— Sim, queremos.

— Certo.

A médica aumenta o som da máquina e logo ouvimos um coração acelerado.

— É normal os batimentos cardíacos do feto serem mais rítmados do que ao dos adultos ou até crianças. – A mesma justifica.

— Mas não era pra minha barriga estar maior?

— Já vi inúmeros casos que a mulher não engorda e nem a barriga cresce, só descobrem a gravidez no sexto ou sétimo mês de gestação.

— Eu já vi alguns documentários de mulheres que não sabiam que estavam grávidas e só descobriram quando entraram em trabalho de parto.

— Isso é mais comum do que parece. As vezes os síntomas são quase imperceptíveis, a barriga não cresce, você só ganha peso e sente os pés inchados. Fiquem tranquilos, o bebê de vocês está saudável e se formando corretamente.

— Obrigada doutora.

— Você já pode se vestir. – Avisa e vou até o banheiro, visto minhas roupas mas antes de sair, me olho no espelho, analizando minha barriga.