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Any Gabrielly

Nem em meu primeiro teste de teatro fiquei tão ansiosa quanto agora. Não pela minha mãe, mas por colocar um ponto final nisso, amarrar as pontas soltas dessa história de uma vez por todas.

Enrolo a toalha em meu corpo, vendo meu semblante através do espelho. Eu estou ansiosa, e isso transparece em meu rosto, meu pai irá perceber mas ela não, posso estar tendo uma parada respiratória que ela irá dizer que isso é drama.

Então, prazer, essa é minha mãe.

Suspiro cansada, cansada de ter medo, cansada que outras pessoas decidirem meus próximos passos, cansada de ser quem não sou.

Balanço a cabeça, jogando para longe todos os "e se" que sem pedir, surgiram na minha cabeça.

Caminho até meu quarto e procuro por uma roupa, assim que abro o mesmo vejo um vestido curto de festa, é justo na cintura. Por um minuto me imaginei nele, as mãos de Josh percorrendo meu corpo enquanto danço, danço colada a ele, ouvindo o mesmo sussurrar que o deixo maluco.

Eu amo ouvir isso.

Afasto mais uma vez meus pensamentos antes de pegar uma calça preta e uma blusa comum. Pego um conjunto de lingeries que vi em cima das outras, a famosa tática: peguei o que vi primeiro e vesti.

Com certa preguiça visto a peça, quando fechava o sutiã meus olhos recaem ao quarto de Josh e meu coração dispara.

O mesmo está sentado em sua cadeira, dedilhando o seu violão, está com uma calça de moletom preta, seu peito desnudo e os cabelos molhados indicam que acabou de sair do banho.

Eu queria tanto afundar meus dedos em seu cabelo.

Afasto isso da minha mente e Josh levanta seu olhar, que antes estava nas cordas do violão. Por mais longe que estou do mesmo, consigo ver seus olhos escurecendo, seus dedos lentamente param de movimentar as cordas do violão enquanto seu olhar se fixa em mim.

Estou parada, seminua, com a janela do meu quarto aberta, lhe dando uma visão que ele adora apreciar, o meu corpo.

O vejo se mexer e pegar seu celular e em segundos o meu toca.

Qual a sua intenção morena? Me fazer pular essa janela e jogar você nessa cama?

Sorrio ao olhar pela janela, o vendo sem o violão, sentado de um jeito relaxado na cadeira.

— Desculpe, eu sempre esqueço de fechar a minha janela.

É, eu sei. Por isso fico sentado nessa cadeira, esperando você sair do banho.

— Seu pervertido.

Pervertido não, apreciador da sua beleza.

— O quê achou? – Questiono, me virando de costas para a janela.

Estou quase pulando na sua janela e tirando essa bela peça do seu corpo.

— Cuidado, deve ser perigoso.

Eu não vou pular pois sua mãe está , e sei que vocês tem assuntos a tratar. Qualquer coisa me liga, sim eu pulo a sua janela e fico com você.

— Nem parece aquele garoto pervertido, que diz suas intenções sexuais comigo, no pédo meu ouvido.

Eu disse princesa, eu sou os dois, a hora que você quiser.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora