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Any Gabrielly

A cada minuto que passa fico mais nervosa, eu estou dando um passo muito grande, afinal, temos nos mínimo um mês e meio de namoro oficial sem as alianças, mas já estamos juntos a uns três ou quatro meses nos relacionando, isso deixa as coisas mais precipitadas ainda.

Mas nada em nossa relação foi convencional, tudo pareceu precipitado mas no final, deu tudo certo, pois estamos aqui.

— Você está estranha. – Josh diz assim que pego o primeiro pedaço da minha sobremesa.

— Eu consegui um emprego, começo na Segunda.

— Que incrível baby.

— Eu vou trabalhar com a Heyoon.

— Naquela loja de objetos e roupas extremamente caras?

— Essa mesma.

— Isso é demais Any, mas por que está assim?

— Nada demais.

Nada demais Josh, só prestes a fazer algo muito pouco e nada planejado.

— Eu conheço você esqueceu?

— Eu quero conversar com você sobre o que disse.

— Sobre ter filhos. Claro, esse assunto é complicado e devemos conversar sobre.

— Ótimo. Nas últimas semanas, consultei com o médico da família e ele me disse que sou saudável e que me passaria algumas dicas para me preparar, fui ao ginecologista e está tudo bem. O mesmo me disse que estou na idade certa para isso. Que posso comprar testes de fertilidade e acompanhar tudo pelo celular.

— Wow, não conhecia essas coisas.

— Eu conhecia por causa do siclo menstrual mas não conhecia pelo ciclo de fertilidade. Mas isso não importa, ele disse que estou autorizada a tentar.

— Isso é ótimo.

— E é por isso que eu pergunto a você, Josh, você quer mesmo isso, agora?

Josh se desencosta da cadeira, chegando mais próximo da mesa, segurando minha mão.

— Você sabe que eu quero tudo com você Any, sabe que o que eu mais quero é ter um bebê com você, que ele seja a sua cara, quero que nosso amor se multiplique, que renasça em nosso filho. Eu quero, mais que tudo, construir uma família com você.

— Eu te amo, Joshua Kyle Beauchamp.

— Eu te amo muito mais, Any Gabrielly Rolim Soares.

— Claro, você me amou primeiro.

— Exatamente.

— Como nós, dois adolecentes, vamos cuidar de uma criança Josh?

— Ela não vem com manual baby, aprendemos na prática, um ajudando o outro.

— Você diz com se fosse fácil, como se você pesquisasse como trocar uma fralda no YouTube.

Josh solta uma risada acariciando minha mão.

— De fato, não deve ser fácil... mas não impossível.

— Eu tenho medo de não conseguir... – Confesso, observando a taça de vidro em minha frente.

— Não diz isso, você vai, nós vamos.

— Você já terminou de comer? – Questiono de repente, o fazendo ficar confuso.

— Sim, quer ir em algum lugar?

— Eu mando o endereço pra você.

Josh assente e pagamos pelo jantar, coloquei o endereço no GPS e Josh seguiu para o local.

Confesso estar nervosa, estar muito nervosa. Apesar de ser cedo demais, temos uma história juntos, uma história que não é de agora, nem de dois anos atrás, vai muito além disso.

Quando Josh estaciona em frente ao prédio meu coração dispara, minha mão gela, minha perna começa a tremer e desconfio estar quase desmaindo.

Respira Any Gabrielly, respira, vai dar tudo certo, confia.

— Quê prédio bonito. – Josh diz ao olhar pela janela do carro. — O quê viemos fazer aqui?

— Tenho uma coisa pra te mostrar.

Josh assenti e sai do carro, atravessamos a rua e assim que entramos o porteiro me reconhece e me cumprimenta gentilmente com um aceno de cabeça.

Adentramos o elevador e aperto o botão número vinte, sim, meu apartamento é no último andar. Por isso me encantei com a vista, é ampla e linda de se ver a noite, pena que não tive oportunidade de ver ela a noite, até hoje.

Assim que o elevador se abre pego a chave que estava na minha mão e abro, acendo as luzes e Josh adentra o local observando em volta.

— Caraca, que apê legal.

— Meu pai também disse isso.

— De quem é?

— Meu.

Josh se vira pra mim, com as mãos no bolso.

— Isso é incrível meu amor, parabéns. – O mesmo diz ao se aproximar e depositar um beijo em meus lábios. — Eu estou tão feliz por você.

— Ele ainda só tem uma cama de casal, foi presente do meu pai, junto com o apartamento que ele me deu.

— Pelo que conheço você, não aceitou de primeira.

— Nem de segunda, nem de terceira mas meu pai foi persistente e me fez aceitar.

— Ele é lindo.

— Meu pai disse que comprou mais móveis, mas só chegam daqui algumas semanas.

Josh caminha até a janela, observando a vista que ela nos dá.

— Seu pai é muito incrível.

— Ele me fez aceitar usando a desculpa que não quis o carro anos atrás.

— Agora você não precisa de carro, eu levo você pra todos os lugares.

— Fofo, mas não quero ser um peso pra ninguém.

— Amor, você não é um peso pra mim, assim passo mais tempo com você. – Josh segura meu queixo com o indicador e o polegar, erguendo meu rosto para olhá-lo. — Eu amo ser seu motorista particular. – O mesmo deposita um beijo na ponta do meu nariz.

— Mas sempre acho que estou incomodando.

— Você nunca está. Me mostre seu apartamento, ele parece ser grande.

— E é, na minha percepção.

Josh sorri, enlaçando nossas mãos.

Seguimos até a cozinha que faz divisa com a sala, Josh gostou da paleta de cores, em tons frios.

Seguimos até o corredor e mostrei o banheiro, lavanderia e o quarto vago, mas quando chegamos ao meu quarto, vejo a cama que meu pai disse ter comprado pra mim.

— Eu esqueci que meu pai comprou uma cama pra mim, ele me avisou quando estava saindo mas acabei esquecendo.

— Seu pai é muito atencioso.

— Ele é... acho que ele está tendo algo com a Paula.

— Como você tem certeza?

— Ele anda muito misterioso quando o assunto é ela. – Justifico quando saímos do quarto, fechando a porta, assim voltando a sala.

— Talvez seja coisa da sua cabeça baby.

— Pode até ser, mas eu tenho certeza que eles tem algo.

Olho para Josh, que tem as mãos nos bolsos da calça, me encarando.

— O quê foi? – Questiona logo após sorrir.

Pego a chave do apartamento e destaco a chave reserva, a segurando com força na palma da mão.

— Josh, você aceita morar comigo? – Questiono, mostrando a chave em minhas mãos.

Josh está estadístico, encarando a chave nas minhas mãos enquanto tento não tremer ou infantar, se ele demorar demais pra responder eu vou ter um ataque aqui mesmo, no assoalho envernizado.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora