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Any Gabrielly

Conversava com Paula quando meu pai chega, retirando sua gravata que parece lhe agoniar. Seu semblante cansado mostra o quanto ele se doa a essa empresa.

- Oi minha filha.- Diz ao depositar um beijo no topo da minha cabeça.

- Oi pai.

- O Sr quer um café? Também preparei um bolo. - Paula diz se levantando de pressa como se meu pai fosse a repreender por estar sentada no sofá da sala.

- Não precisa sair correndo Paula, você pode se sentar no sofá a hora que quiser, pode usufruir da TV e comer qualquer coisa que quiser. - Meu pai avisa, vendo o desespero da mulher.

- Muito obrigada. - A mesma agradece envergonhada.

- Quê cheiro é esse? - Questiona ao sentir o aroma.

- É o bolo da Paula, pai ele é divino!

- Sua filha me disse que já havia se alimentado na rua, isso é, depois de ter comido quatro pedaços do bolo. Me assustei quando ela não esperou o mesmo esfriar e devorou um pedaço grande.

- Any é assim Paula, apressada e maluca, mas uma maluca controlada. - Meu pai justifica.

- Paula vai pensar que eu sou uma psicópata velho Soares!

- Ah, minha querida filha já informou que se referi a mim por esse apelido medonho? - Meu pai questiona, apontando pra mim.

- Não, ela não me disse. - Responde gentilmente, segurando o riso.

- Pois agora sabe, quando eu falar do Velho Soares, saberá que estou falando do meu pai.

- Que celular é aquele? - Meu pai questiona ao olhar para a mesa de centro.

- Bom, meio que foi o Joshua que jogou meu celular na piscina, ele insistiu em me dar um novo e eu aceitei. Também não tive muita escolha.

- Ele é um bom rapaz, só tem parafusos a menos. - Me pai o "defende".

- Como se você também não tivesse faltando alguns não pai. - O mesmo fecha a cara. - Desculpa, foi uma brincadeira.

- É isso que terá que aturar Paula. - Meu pai avisa a mulher que ri.

- Gostei da personalidade da sua filha, é bem extrovertida e engraçada. Irei adorar passar a tarde com ela.

- Como é o primeiro dia da Paula aqui em casa... e não vamos deixar ela cozinhar logo no primeiro dia... podemos pedir Pizza, o quê acha?

- Se tiver tudo bem para a Paula... - Meu pai diz, olhando para a mesma.

- Eu topo. - A mulher diz simples.

- Perfeito! Eu peço as pizzas enquanto abrem o vinho. - Sugiro e meu pai parece se agradar com a ideia.

[...]

Estamos sentados conversando sobre varias coisas e no meio disso, meu pai e Paula parecem estar se conhecendo, no começo parece que estavam em uma entrevista de emprego mas tudo mudou quando meu pai contou uma piada péssima, mas Paula riu até sua barriga doer.

- Pai, posso perguntar uma coisa pra você?

- Claro.

- Então, eu meio que tô indecisa se quero mesmo fazer arte cênicas ... - Digo receosa.

- Você está se sentindo bem no que faz? - Nego com a cabeça.

- Eu já cansei de tentar e tentar. Tentar muitas vezes por sinal, estou assim desde o primeiro ano de faculdade. Eu achei exagero quando me convenceu a fazer mais de uma faculdade, mas agora... eu agradeço, pois se decidir fazer algo como engenharia ou até jornalismo, não terei jogado fora todo esse tempo.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora