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Any Gabrielly

Assim que chego em casa vejo meu pai sentado no sofá, passando os canais da TV com tédio.

— O quê fez o velho Soares estar em casa essa hora? – Questiono ao deixar as chaves em cima da pequena mesa ao lado da porta.

— Uma festa de última hora.

— Uma festa?

— Sim, uma festa de gala, com direito a smoking e tudo.

— Wow.

— E preciso que você compareça.

— Eu não tenho roupa pra isso pai.

— Em cima da sua cama tem um vestido que Paula ajudou a escolher. E outra coisa, Paula irá conosco.

— Quê incrível pai. Mas que hora é essa festa?

— As sete.

— Então eu tenho só cinco horas pra me arrumar?

— Nossa, você não precisa se arrumar muito minha filha, você já é linda.

— Não colou velho Soares, poderia ter me avisado mais cedo.

— Ok, eu sei que deveria ter avisado antes mas você consegui se arrumar até as sete.

— Vou fazer o possível.

Subo para meu quarto, logo vendo a peça sobre a cama. O vestido tem o tecido parecido ao de veludo, sem alças e de cor vermelho vinho. Combina com as sandalhas em prata que meu pai me deu, com a ajuda de uma de suas colegas de trabalho.

Meu pai sabe o básico sobre moda, muito do que sabe foi por minha causa, quando era mais nova, não conseguia comprar roupas sozinha e ele era o único que poderia me ajudar.

Deixo minhas coisas sobre a cama e tomo um banho relaxante, assim que me vejo no espelho, vendo se não precisarei cobrir nenhuma espinha saio do banheiro, olhando o vestido sobre a cama.

O lugar é bem chique, o vestido deve ter custado uma fortuna. Não sou acostumada a vestir esse tipo de roupa, quase não vou a essas festas então quando vou, me sinto deslocada e com medo da minha roupa não combinar com a ocasião.

[...]

Estou dando os últimos retoques na leve maquiagem que fiz, já deu pra perceber que paciência para essa parte eu não tenho. Olho uma última vez no espelho, verificando se está tudo como eu queria.

Olho para minha cama e choramingo, eu só queria me juntar a essas cobertas e assistir um filme qualquer.

Mas meu pai quer que eu esteja nessa festa então eu irei.

Desço encontrando meu pai sentado ao lado de Paula, os dois conversam sobre um assunto que está longe dos meus conhecimentos.

— Prontinho.

— Wow, você está magnífica minha filha! – Meu pai elogia ao me olhar.

— Está mesmo. – Paula diz gentilmente, com um sorriso simples.

— Vocês estão tão requintados, gostei.

— Estou me sentindo estranha, nunca fui a uma festa assim. – Paula justifica ao se levantar, verificando se o seu vestido não amassou.

— Eu não sou acostumada a ir nessas festas Paula, fique tranquila, eu também estou me sentindo estranha.

— Bom, vamos? Ou vamos nos atrasar. – Meu pai questiona ao ver o horário em seu celular.

Assentimos, logo seguindo até o carro, no caminho vi que meu pai e Paula já se tornaram amigos, ambos contam histórias engraçadas no caminho até a tal festa.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora