026

4.7K 298 127
                                    

Any Gabrielly

Assim que me sento em uma das mesas do local, pego o cardápio e vejo as inúmeras opções nele e a que me chama atenção são as batatas com muito queijo e bacon.

— O quê vai querer? – Josh questiona ainda de pé, ao lado da mesa.

— O número quatro. – Aponto para a figura do cardápio e Josh assenti. – E  um refrigerante médio.

— Já volto.

Assim que estou sozinha repenso no que fiz, a primeira coisa que pensei após saber que ganhei um papel no teatro foi contar a Josh. Me sinto feliz por ver ele contente com a notícia, isso que os amigos fazem.

Mas amigos não se beijam.

Mas aconteceu só duas duas vezes.

Não, não aconteceu somente duas vezes, foram quatro.

Últimamente minha vida anda tão complicada que nada mais me surpreende. Tudo que aconteceu, se acontecesse há uns dois meses atrás eu surtaria mas agora... é só história pra contar.

— Fiquei sabendo que conseguiu  o papel para a peça Soares... – A voz torturantemente irritante de Madson ecoa pelos meus ouvidos.

— As notícias correm rápido pelo campus...

— Cuidado para não fracasar novamente, quantos nãos já levou? – Questiona com a voz debochada que só ela sabe fazer e que me irrita.

— Não é da sua conta garota!

— Não se fala assim com uma amiga...

— Não somos amigas, muito menos conhecidas, vaza!

— O lugar é publico Anyzinha. Posso ficar o tempo que quiser... Você sabe que aquele papel era meu, eu ia brilhar nele e você destruiu.

Me viro, a encarando finalmente após longos minutos de costas. — Espera, você estava fazendo teste para aquele papel?

— Você é burra garota? Óbvio, transei com o ajudante do diretor para ter mais chances e vem você e estraga tudo. Você não cansa de levar os nãos que recebi não garota? Desista, você não vai ser atriz, no máximo uma figurante de fundo de balada!

— Calma aí, você armou pra mim todo esse tempo?

— Nossa, ela sabe somar dois mais dois!

— Sua vadia! – Me levanto mas na mesma hora que iria acertar sua cara com a minha mão Josh a segura.

— Quê merda está acontecendo aqui? – Questiona olhando pra vagabunda a minha frente.

— Sua amiguinha não aceita que não tem sucesso nos palcos, é vergonhoso ver ela tentar, dá até pena.

— Eu vou mstar você sua vadia! – Quando novamente iria partir para cima da mesma, Josh segura minha cintura, me impedindo de cravar as minhas unhas na cara falsificada daquela vagabunda.

— Isso Beauchamp, segura a nervosinha, e diz pra ela que se acontecer um deslize, ela tá fora da peça. E eu vou garantir que isso aconteça, e claro, vou assistir de camarote. Tchau gatinho.

A mesma se afasta e tento me soltar para voar na cara daquela vagabunda, filha da puta.

— Se eu encontrar essa garota na minha frente de novo vou tirar as cordas vocais dela com as minhas unhas! – Digo furiosa, me jogando no banco.

— Calma Any.

— Calma o caralho! Você ouviu Josh, os nãos que recebi foi por causa dela. Eu não entendia o motivo de receber inúmeros elogios, dizendo que era boa mas no final eu não passava. Essa vagabunda fez com que os diretores não me escolhessem Beauchamp.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora