079

2.5K 210 54
                                    

Any Gabrielly

Estou a meia hora tentando ligar para Josh e nada, ele me prometeu manter contato mas já faz três horas e nada. Estou começando a me preocupar, um sentimento estranho me toma, um aperto no coração aumenta a cada segundo.

Ouço a campainha tocar e levanto do sofá, ando até a porta e quando abro, vejo Ursula, a mesma sorri ao me ver.

— Olá querida, só vim avisar que cheguei, Joshua pediu pra avisar quando chegasse. – Sua doce voz me faz sorrir.

— Ok, quer entrar?

— Não minha querida, preciso desfazer as malas e por ordem na casa. – A mesma diz sorridente. — Está sozinha?

— Eu e a minha... – Não termino de falar e minha irmã surge ao meu lado.

— Ursula! – A mesma diz animada, ao correr e abraçar a mesma.

— Quanto tempo eu dormi? Você está enorme Isabela! – Diz alegre abraçar minha irmã.

— Você continua linda, os anos não passaram para você. – Minha irmã elogia e a mesma sorri.

— Você mudou seu estilo, gostei dele. – Ursula diz alegremente. — Não querem me fazer companhia? Acho que vi o pai de vocês em um dos restaurantes que passei a pouco tempo.

— Nós adoraríamos! – Minha irmã dispara, me fazendo rir.

Pego meu celular e também o meu cachorro, não vou deixar Pipoca sozinho. Assim que chego solto o mesmo que corre para brincar com as queridinhas de Ursula.

— Querem algo pra beber? – A mesma questiona.

— Uma água por favor. – Minha irmã responde.

— Não, obrigada.

— Você cuidou bem do meu filho enquanto estive fora? – Ursula questiona diveritda, servindo o copo de água para minha irmã.

— Me certifiquei de que ele não fizesse nada de errado. – Asseguro, a fazendo rir.

— Ótimo, se minha casa está de pé, significa que está tudo certo.

— Ele está tão feliz com esses jogos últimamente...

— Ele parecia ter voltado a ter doze  anos, me contando tudo por ligação. Tentei ligar pra ele mas só dava fora de sinal.

— Deve ser ruim o sinal de lá, não se preocupe Ursula.

— Mas me conte, como é viajar o mundo em mocinha? – Ursula questiona a minha irmã.

— Sendo sincera? Uma droga. – Minha irmã responde, fazendo Ursula gargalhar.

— Gosto da sua sinceridade Be, está feliz de estar de volta?

— Muito. Agora eu tenho uma escola fixa, amigos, meu pai e minha irmã. De brinde ganhei a Paula. Nada se compara a isso, nem roupas de marca, viagens ao mundo inteiro e conhecer pessoas super influenciadas e conhecidas.

— Você só quer ser uma adolescente, não é?

— O quê eu mais quero Ursula.

— Ela até está gostando de um garoto... – Confesso e minha irmã me olha com as bochechas vermelhas e um olhar matador.

— Que fofa, também me apaixonei nessa idade, estou casada com ele até hoje. – A mulher a nossa frente diz com um sorriso simples.

— Você sentiu medo quando aceitou namorar com Ron? – Questiono ao ficar ao lado da minha irmã.

— Muito. Nós tínhamos uma atração, tínhamos a conexão, mas o medo era evidente. Eu tinha apenas dezesseis anos e ele dezoito, nunca havia namorado antes, não sabia como isso tudo funcionava. Achava que todos os relacionamentos eram iguais, e quando eu comecei a namorar, queria me espelhar nos relacionamentos alheios. Pior coisa que já fiz, nenhum relacionamento é igual ao outro, todos tem seu diferencial, todos tem seus altos e baixos. Descobri isso depois que Ron pegou em minha mão e conversou comigo, que não deveria olhar para o relacionamento dos outros e tentar ser como eles. Todos somos diferentes, nenhum relacionamento é igual ao outro, e tudo tem que acontecer no seu tempo.

— Eu achei que estávamos indo muito rápido... – Digo, mordendo a parte interior da minha bochecha e Ursula sorri.

— Vocês estão deixando as coisas fluírem naturalmente, as vezes o curso é demorado mas as vezes é um corrego, flui rapida e intensamente. Não se preocupe querida, tire isso dos seus ombros.

— Josh me pediu em namoro. – Digo e um sorriso surge em seus lábios.

— Espero estar falando com a minha nora. – A mesma diz, se referindo a se eu aceitei ou não.

— Acho que devo chamar você de sogra não?

Ursula sorri e me abraça.

— Você salvou meu filho Any, saiba disso.

— Aí você se engana Ursula, ele me salvou.

— As vezes a vida surpreende a todos minha querida.

— Nunca imaginei me tornar depende de alguém assim, sentir a falta do calor, do carinho, até das conversas. Parece tão tolo e meloso.

— Quando se olha do lado de fora, pode parecer besteira mas quando se vivência isso, sua percepção muda.

— Eu amo seu filho Ursula, eu tenho medo de amar tão incondicionalmente e sofrer depois.

— O amor é isso querida, um ponto de interrogação, que pode, conforme o tempo, se tornar um ponto final, assim dando certeza a dúvida.

— Você é muito sabia Ursula. ‐ Minha irmã diz, nos fazendo rir.

— Fico feliz que você tenha se tornado minha nora, eu esperava por isso a muito tempo! – Diz me deixando surpresa. — O quê foi? Só vocês não notaram isso, mas todos nós já sabiamos que acabariam juntos.

— Estou me sentindo tola agora por não perceber.

— Mas não deveria. Tudo tem sua hora, talvez a hora de vocês seja agora, não ano passado ou há três anos atrás. Pense nisso minha querida.

— Tem razão.

O celular de Ursula toca, e a mesma corre para atender.

— Será que eu pergunto a ela sobre, sei lá, eu estar gostando de um garoto? Ela já é experiente no assunto. – Minha irmã questiona, quase em um sussurro.

— Se você se sentir a vontade, acho que Ursula vai poder ajudar você também.

— Sim, sou a Ursula, com quem deseja falar? – A mesma diz, ainda de costas para nós. — Sim, sou mãe dele, algum problema?

Sinto meu coração se apertar e minha garganta secar. Foco em ouvir o que Ursula diz.

— Sim, ele joga no time de fotball The Lions, é o Quarterback do time. – Me mantenho concentrada, ouvindo o que a mesma diz. — Aí meu Deus!

Salto da bancada, seguindo até a mesma.

— Sim, é o casaco dele sim. – Ursula diz, já com uma voz envargada e minhas mãos tremem. — Por favor, me ligue quando tive notícias. – Ursula desliga a chamada, logo se encostando na bancada da cozinha.

— O quê houve Ursula?

— O ônibus do time perdeu o controle em uma pista molhada e caiu na floresta. – Diz aos prantos, suas palavras foram como uma facada no meu peito.

— Diz que ele tá bem Ursula, diz que ele tá bem, por favor. – Peço, sentindo um nó se formar na minha garganta.

— Só encontraram o casaco dele com o número escrito no papel, eles não encontraram meu menino Any! – Ursula desaba, me abraçando e meus olhos ficam turvos pelas lágrimas.

Não, com Josh não.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora