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Any Gabrielly

Assim que chegamos a lanchonete, minha irmã escolheu uma mesa no canto do estabelecimento, pediu um milk-shake de chocolate, seus olhos brilharam ao pedir o milk-shake.

— Não conta pra nossa mãe! – Aponta me fazendo rir.

— Claro que não vou contar, nosso segredo. – Finjo fechar um zíper nos meus lábios.

— Ótimo. Você e o Beauchamp estão... – A mesma diz, para que complete.

— Estamos ficando.

— Seja mais específica.

— Não tem o que dizer, estamos ficando. – A mesma me olha, inclinando sua cabeça para o lado, arqueando uma das sobrancelhas. — Ficando sério.

— Desde que aprendi a diferenciar as pessoas sei que vocês são poucos um pelo outro. Só acho que o Beauchamp descobriu isso primeiro...

— Virou psicóloga de relacionamentos?

— Não, só não sou burra. Percebi como ele olhava pra você. Só que você era tonga demais pra perceber.

— Espera, eu tenho que me lembrar que estou falando com uma adolescente de quatorze anos. – Digo a mim mesma, fechando os olhos.

— A idade não quer dizer nada. Há várias pessoas bem mais velhas que eu com uma mente bem infantil irmã.

— Tem razão, mas isso não justifica você querer dar uma de terapeuta pra cima de mim.

— Não estou tentando fazer isso, só estou reforçando que sabia que vocês acabariam juntos.

— Estamos ficando, emocionada.

— Não sou emocionada, eu já sabia que isso iria acontecer.

— Ok, eu estou discutindo sobre minha vida amorosa com uma adolescente. Preciso das minhas amigas! – Declaro, pegando meu celular e digitando para Sina e Sabina, perguntado se ambas não querem nos encontrar.

— A mexicana pavio curto e a alemã com a mão pesada? Que saudade delas.

— Em falar em mão pesada, tenho algo pra contar a você.

— Desenbucha irmã querida! – Minha irmã diz, com o sorriso mais falso de toda sua vida.

— Lembra da Madson?

— Claro, sujei o sapato dela com tinta  de propósito anos atrás. O quê tem ela?

— Sabina iria se apresentar em uma peça da faculdade, onde Madson tinha um papel, não era grandes coisas. Sabina nos obrigou a ir, no final da peça, quando o diretor agradecia e falava as baboseiras de como é dirigir uma peça, Madson tirou o microfone do diretor e disse que Sina não era garota pro Noah, que ele merecia coisa melhor.

— E o quê ela fez?

— Saiu correndo atrás da garota, até o corredor e jogou ela contra parede. Assim que ela caiu no chão, Sina deu uns bons tapas na cara dela e a fez dizer em voz alta que ela tinha entendido o "recado".

— Meu deus, isso você não me conta né Gabrielly!

— Achei que não quisesse saber da vida das minhas amigas.

— Teve uns dias que tentei falar com você mas não consegui. Você estava bem? – Questiona, e forço minha mente para lembrar.

— Eu acho que sei do que está falando, Josh jogou meu celular na piscina antes de nós... começarmos a ficar.

— Meu deus, como vocês, quer dizer, ele está vivo depois desses anos?

— Não sei irmãzinha.

— Vocês foram feitos um pro outro, dois chatos.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora