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Josh Beauchamp

Escuto a campainha tocar três vezes seguidas e desço as escadas, pulando alguns degraus, quando abro a porta vejo Any com os olhos repletos de lágrimas e a ponta do nariz avermelhada.

— Any o quê acont...

Ela me interrompe correndo até mim, me abraçando tão forte que dou um passo para trás.

Envolvo meus braços em volta do seu corpo e ouço seu choro baixo, fecho a porta e deito minha cabeça sobre a dela.

— Eu precisava tanto disso... – Any diz após soluçar.

— Quer me contar o quê aconteceu?

— Podemos ficar assim por um tempo?

— O tempo que precisar morena.

— Adoro quando me chama assim.

— Vem cá.

Quando faço menção de nos guiar ela pula em meu colo, envolvendo suas pernas em volta da minha cintura, afundando seu rosto na curvatura do meu pescoço.

Caminho até o sofá e me sento, Any se arruma sobre meu corpo e se aconchega em meu peito.

— Ela não ama nem a própria filha Josh.

— O quê ela fez?

— Ela não consegue me chamar de filha cara... – Any soluça, e sinto una lágrima cair sobre meu peito.

— O quê aconteceu?

— Contei a ela que desisti da faculdade e que seguiria outro curso. Ela surtou e eu também. Josh, ela não esteve presente em nada da minha vida, e do nada surge como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse passado anos sem me ver, colocando ordens em tudo.

— Eu estou aqui, pode chorar a vontade, estou sozinho em casa.

— Ela me chamou de mimada pois defendi meu pai das suas palavras. Eu reconheci que ele foi meu alicerce, que nunca me deixou na mão e ela surtou. Ficou furiosa quando descobriu que não fazia mais a faculdade que ela queria fazer quando nova. Eu vim para estragar os sonhos dela, por isso ela me odeia tanto.

— Hey morena, você não veio pra estragar os sonhos de ninguém, talvez para realizar alguns...

— Do que está falando?

— Nada demais, pensei alto. Saiba Any, você não foi um erro, seu pai te ama incondicionalmente, ele não viveria sem você. Não pense que você é um erro.

— Eu não sabia que a rejeição doía tanto Josh.

— O meu amor, eu estou aqui ok? Eu não sei exatamente o que fazer pra colocar um sorriso lindo nesses seus lábios mas se você não quiser fazer nada, ficamos aqui ou vamos pro meu quarto.

— Eu me sinto tão segura nos seus braços.... isso me assusta tanto.

— Eu sei, é tão intenso.

— Tão forte.

— Eu também tenho medo Any.

— Você já parou pra pensar em nós no futuro? – Sua pergunta me faz refletir.

Eu não pensei no futuro, só no presente, vivendo tudo intensamente com ela.

— Eu penso no agora, o futuro pode ser amanhã, depois de amanhã, semana que vem ou ano que vem. Posso chutar o futuro de amanhã mas não a longo prazo.

— O quê você chutaria?

— Quê estarei do seu lado, vivendo os extremos, bons e ruins.

Any ergue seu olhar, fixando o mesmo no meu, seus olhos molhados, o nariz ainda mais vermelho. Acaricio seu rosto e a mesma fecha os olhos, ouço seu suspiro fundo e seco uma lágrima que caia do seu rosto.

Hurts so goodOnde histórias criam vida. Descubra agora