Hurts so good

042

Josh Beauchamp

Já fazem uns vinte minutos que Any está deitada sobre mim, em um momento que estávamos conversando, a mesma começou a chorar e eu não sabia o que fazer, ai lembrei que a mesma está nos seus dias e achei fofo quando a mesma me abraçou, afundando seu rosto no meu pescoço.

— O quê você quer fazer?

— Eu queria donuts. – Diz chorosa.

— Posso sair e comprar pra você.

— Não quero ficar sozinha.

Essa é a primeira vez que vejo Any tão vulnerável, tão emotiva. Estou meio perdido, sem saber o que fazer.

— Ok. Você pode ir comigo.

Any sai do meu colo e saímos do quarto mas assim que chegamos no final das escadas Any pedi para que a espere, assim voltando para meu quarto. Poucos minutos depois a mesma retornar vestindo meu moletom do time, ele fica extremamente grande nela, a deixando fofa.

No caminho todo Any parecia mais animada do que quando chegamos e deduzo que as "dicas" que aquelas mulheres me deram, funcionaram.

Any liga o rádio, acha uma música após torcer o nariz para alguns dos raps que escuto. A mesma cantarola baixinho a letra da música e percebo que sua voz é linda.

E acabo me perdendo nela. Tão calma, será que ela sabe que tem talento pro canto?

Resolvo não atrapalhar, estou gostando de ouví-la cantar. Não me perdoaria se ela sentisse vergonha de cantar na minha frente, pois eu quero ouví-la cantar.

Não diria que Any canta como um anjo pois nunca ouvi um cantar, e claramente Any canta melhor que um anjo. Sua voz é bela, muito suave. Me pergunto se quando fazia papéis de teatro, ninguém a incentivou a cantar.

Assim que estaciono Any aumenta o volume no refrão e canta junto em um tom mais alto e animado. Me pego olhando a mesma em uma animação contagiante ao cantar a melodia no rádio.

A mesma para ao ver que chegamos e estou olhando para a mesma.

— Pode parar de me olhar? Eu tenho vergonha. Nem percebi que estava passando um vexame.

— Mas não estava. Já pensou em investir na carreira de cantora?

— De chuveiro sim, até comprei umas luzes led para por no meu banheiro.

— Any, eu tô falando sério, você canta muito bem.

— É um passatempo Josh.

— Se eu tivesse esse dom já estaria sobre os palcos, desfrutando desse meu "passatempo". – Uso os dedos, fazendo aspas.

— Deixa isso pra lá Josh, não é a nada demais. – Diz abrindo a porta do carro.

— Por favor, cante mais. – Peço, saindo do veículo.

— Vou pensar no seu caso.

Adentramos a loja e os olhos de Any brilham ao ver tantos doces. A mesma parece indecisa ao tentar escolher seus donuts mas acaba escolhendo de chocolate e morango.

Enquanto esperamos na fila para pegar o pedido, Any está abraçada ao meu tronco. Seria mentira se eu disse que pra mim esses momentos, gestos fofos com ela passariam despercebidos, eu não vou me esquecer deles, são tão simples mas tão marcantes.

Quando a nossa vez chega, Any pega o seu pedido com uma animação contagiante, até me deu vontade de comer um só pela sua animação.

No caminho de volta pro carro Any enlaça nossas mãos, e assim saímos do estabelecimento, atravessamos a rua, logo entrando no veículo.