DARYL DIXON | +18
Depois de saber do "acidente" que deixou seu cunhado em coma, Aurora Fisher retorna à sua cidade natal para dar apoio a irmã e ao sobrinho. Sua estadia não dura muito, já que alguns dias depois os mortos passam a assombrar a terra...
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AURORA
Após assinada toda a papelada, o Dr. Benson me liberou para trabalhar. Deixei claro que não tenho intenção de me envolver com outros casos do hospital. Quero ser a enfermeira de Rick e me dedicar a cuidar integralmente dele.
— Esse uniforme fica uma belezinha em você — a voz grossa me assusta, mas não o suficiente para que minha mão trema enquanto regulo a dosagem do soro de Rick.
— Acredite que fico melhor sem ele. — Me viro sorrindo. — Quanto tempo, oficial Walsh!
— A língua continua afiada. — Shane desencosta da porta e se aproxima com um sorrisinho convencido. — Você não mudou muito desde a última vez que te vi. Faz quanto tempo? Uns oito meses?
Ele me abraça demoradamente.
— Você também não, só ficou mais velho e feio — retruco e me afasto para dar uma boa olhada no pacote completo. Continua atraente. — Acho que é isso, uns sete ou oito meses desde a última vez que estive em King County.
Shane está com seu uniforme policial, e eu tenho que confessar que fica muito bem nele. O homem fardado é uma complicação, uma pena que eu não goste dele desse jeito.
— Não me ofenda, Aurora, eu posso prender você — a voz dele é séria, mas os olhos denunciam a brincadeira.
— Não brinque com isso, oficial. Talvez eu goste de ser algemada.
Shane balança a cabeça em negação e umedece os lábios.
— E então, como ele está?
Minha relação com Shane sempre foi boa. Ele é o melhor amigo de Rick e passamos muito tempo juntos desde que fui morar com minha irmã. Sempre flertamos depois que fiquei mais velha, mas sabemos que não vai rolar nada além disso, afinal Shane acompanhou parte da minha adolescência e seria estranho ter algo além de amizade com ele. Homens fardados também não fazem meu tipo. Apesar dos flertes, sempre soubemos a hora de parar. Existe uma linha invisível que traça um limite na nossa amizade, e a respeitamos.
— Ele está bem.
Abro o prontuário de Rick e atualizo a troca de soro, assinando em seguida.
— E por que ele ainda não acordou?
— O corpo está se recuperando do trauma — explico, vagamente.
Não gosto de perder tempo falando sobre os números, probabilidades e termos médicos que eles não entenderão. A explicação simples é sempre mais prática, eficaz e menos assustadora.
— Quanto tempo vai demorar?
— Uma semana, um mês, um ano... — Balanço os ombros. Ele franze o rosto. — Não tem como saber, Shane. O corpo leva o tempo que precisa.
— Existe a possibilidade do Rick não acordar, não é?
— Sim, existe.
— Que merda. — Ele caminha até a porta. — Quer sair pra beber alguma coisa mais tarde?